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domingo, 28 de agosto de 2011

Repórter de Veja tenta invadir suíte de Zé Dirceu

Aos poucos a população brasileira vai entendendo como atua a mídia para desconstruir o Partido dos Trabalhadores. E como atuou essa mesma mídia durante o governo Lula e agora no governo Dilma. É importante entender é que existe uma ética seletiva dessa pessoal, como se no PT todo mundo fosse corrupto e na banda de lá só tivesse santos. 

E o caso Zé Dirceu, que não é santo, revela o submundo do jornalismo brasileiro, jornalismo que ainda não entendeu que a ditadura já morreu e não precisa mais ser tão subserviente aos interesses de certa elite, ou certo partido. 

Repórter de Veja tenta invadir suíte de Zé Dirceu
Foto: JF DIORIO/Agência Estado
REPÓRTER GUSTAVO NOGUEIRA RIBEIRO TERIA TENTADO ENTRAR NA SUA SUÍTE EM BRASÍLIA; DESMASCARADO, SAIU SEM FAZER CHECK-OUT; B.O. FOI REGISTRADO; EDITORA ABRIL AINDA NÃO SE PRONUNCIOU; REDAÇÃO ESTÁ SOB O COMANDO DE MARIO SABINO; O DIRETOR DA REVISTA, EURÍPEDES ALCÂNTARA, SAIU DE FÉRIAS
26 de Agosto de 2011 às 23:58

Brasil 247 



O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, publicou um post explosivo em seu blog. Diz ele que um repórter da revista Veja teria tentado invadir a suíte do hotel onde ele se hospeda, em Brasília. O comando da revista Veja está sendo exercido pelo jornalista Mario Sabino. O atual diretor de Redação, Eurípedes Alcântara, está de férias. Sabino promete uma denúncia bombástica contra o ex-ministro. Se Veja fosse uma delegacia de polícia e usasse a famosa técnica do "good cop, bad cop" (policial bom e policial mau), Eurípedes seria o bom moço; Sabino a parte malvada. Leia abaixo o post de José Dirceu:


Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade e, numa prática criminosa, tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.

O ardil começou na tarde dessa quarta-feira (24/08), quando o jornalista Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da revista, se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto que tenho reservado. Alojado, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta.

O repórter não contava com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima. O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

A revista não parou por aí.

O jornalista voltou à carga. Fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.

Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra. O tablóide News of the Word tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.

No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, outro repórter da revista Veja entrou em contato com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.

Invasão de privacidade

O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide. Pereira fez três perguntas:

1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?

2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?

3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?

Preparação de uma farsa

Soube, por diversas fontes, que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.

Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.

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