Eu posso testemunhar um pouco do que o Lula em suas primeiras eleições disputadas. Participei atividade de todas as eleições porque acreditava em muita coisa que está acontecendo neste país. Lembro-me que o preconceito era muito grande. Alguns trabalhadores diziam: eu não votar neste analfabeto e aquilo doía porque a gente compreendia este sentimento do povo brasileiro.
Era muito complicado, mas em lembro que montamos um comitê de apoio para Lula em 1989. Eram só jovens, sonhadores, eu tinha acabado de me formar como professor. Naquele fiz o meu primeiro discurso político em uma comunidade rural. Nâo compreendíamos o sentimento dos trabalhadores rurais em relação ao PT e ao próprio Lula. Hoje o PT tem 25% de apoio dos brasileiros, mas isso foi uma conquista muito dolorida nestes últimos anos.
Afinal, o PT tem uma mídia que faz campanha para destruí-lo, ou desconstruir a sua imagem de um partido que lula por este país. E o resultado está aí: o povo passou a acreditar em seu próprio país. E isso é uma vitória do Partido dos Trabalhadores. Não há nada melhor e vitorioso do que fazer o povo sonhar. Viva o Lula, o Partido dos Trabalhadores e viva o povo brasileiro e o nosso país.
Entrevista de Lula para a revista ISTOÉ.
"Ninguém vai destruir minha relação com a sociedade" - Parte 1
Carlos José Marques, Delmo Moreira, Mário Simas Filho e Octávio CostaENCONTRO COM EDITORES
“Fico feliz em saber que ninguém quer fazer campanha falando mal de mim”
Antes de iniciar a conversa com ISTOÉ, o presidente Lula mostrou que estava disposto a dar uma entrevista reveladora. “Vamos combinar o seguinte: podem fazer qualquer pergunta, por mais inconveniente que pareça”, disse ele ao ocupar a cabeceira da comprida mesa de reuniões no seu gabinete improvisado no Centro Cultural Banco do Brasil. “Vamos adotar o seguinte: é probido proibir”, afirmou.
E assim foi. Animado, coloquial e bem-humorado, Lula falou por quase duas horas com a equipe de ISTOÉ, sem recusar nenhum tema proposto. Em dois momentos mostrou um especial estado de espírito. Primeiro um largo sorriso quando recebeu de um assessor, durante a entrevista, os dados da última pesquisa Sensus/Ibope que dava 10% de vantagem à sua candidata Dilma Rousseff sobre o oposicionista José Serra. Pouco depois, o presidente ficaria com o olhos marejados quando falava dos principais legados que julga deixar para o País: “Hoje os pobres sabem que podem chegar lá.”
ISTOÉ – O sr. deixa o Planalto como o presidente mais popular da história do País. Como pensa em administrar esse patrimônio depois de sair do governo?
Luiz Inácio Lula da Silva – O meu medo é tomar uma atitude precipitada sobre o que eu vou fazer. Montar alguma coisa e depois de seis meses descobrir que não era aquilo. Então, eu acho que alguém que deixa o mandato, como vou deixar, numa situação graças a Deus muito confortável, tem que dar um tempo de maturação. Preciso de um tempo, quem sabe quatro, cinco, seis meses. Tem que deixar a Dilma construir um governo que seja a cara dela, do jeito dela, e eu ficarei no meu canto, curtindo o fato de ser um ex-presidente da República.
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