🌵O Limite Invisível: armas, logística e o dilema russo-chinês no Oriente Médio
🌵Por Olhos do Sertão
No tabuleiro em chamas do Oriente Médio, o Irã parece ser a peça que resta entre a sobrevivência de uma ordem multipolar e o avanço brutal de uma hegemonia bélica ocidental. Diante da escalada de tensões, a pergunta que ecoa nos corredores do poder em Moscou e Pequim é: até onde se pode ir sem cair num abismo?
Para a Rússia e a China, fornecer
armas e logística ao Irã se tornou o limite atual do possível. Um limite
perigoso, estreito e cambiante, mas ainda o único caminho viável para manter o
equilíbrio regional, conter a ofensiva israelense-americana e evitar a total
eliminação dos aliados anti-hegemônicos.
O Apoio Silencioso
A Rússia, que trava sua própria guerra por procuração na Ucrânia, vê no
Irã um pilar essencial de resistência contra a expansão da OTAN e dos EUA na
Eurásia. Seu apoio já ocorre por vias indiretas:
- Fornecimento de drones e
mísseis de precisão;
- Cooperação em sistemas de
defesa aérea (como o S-300 e, talvez, o S-400);
- Inteligência tática via
satélites e suporte cibernético.
A China, por sua vez, adota um papel mais contido e pragmático. Sua cooperação
inclui:
- Tecnologias dual-use com
aplicação civil e militar;
- Sistemas de vigilância e
algoritmos de IA defensiva;
- Acesso a dados e logística
via corredores da Nova Rota da Seda.
Nenhuma das duas potências deseja um confronto
direto com os EUA. Mas ambas sabem que perder o Irã é perder espaço no mapa da
soberania global.
O Medo da Escalada
O dilema é brutal. Se o apoio for ampliado demais, abre-se o risco de:
- Sanções econômicas ainda
mais pesadas;
- Acusações formais de
cumplicidade com o “terrorismo” no Conselho de Segurança da ONU;
- Justificativa para uma
corrida armamentista global liderada pelos EUA, com seus aliados já se
rearmando.
A contenção, portanto, é uma tática de sobrevivência.
Mas conter até quando?
O Cerco Está Feito
Se o Irã for derrotado ou desmembrado, o Ocidente se sentirá encorajado
a replicar o mesmo método contra a
próxima peça do tabuleiro: a Rússia ou a própria China. O que hoje
é apoio silencioso, amanhã terá que ser defesa aberta. Essa é a lógica da
guerra que se aproxima — mesmo que ninguém ainda queira chamá-la pelo nome.
Como diria Bertolt Brecht:
“O que não conheces pessoalmente, ainda assim não é estranho a ti.”
Ignorar a agonia do Irã, fingindo que a neutralidade estratégica é
prudência, pode ser o mesmo que plantar
a semente da própria destruição. O limite entre a cautela e a
covardia é estreito. E o mundo está assistindo.
Aqui do Sertão
Olhando daqui, do sertão onde as coisas são ditas com simplicidade e
coragem, entendemos o que está em jogo: o futuro de um mundo onde a diversidade de nações, culturas e sistemas
políticos ainda possa existir. Um mundo onde a soberania dos povos
não seja esmagada por mísseis e drones em nome de uma liberdade que só existe
para poucos.
A Rússia e a China ainda estão no campo. Mas o tempo, como a paciência,
é curto.
É preciso decidir: ou se impõe um limite à
hegemonia, ou o limite será imposto a todos nós.
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suficiente para evitar a queda do Irã e o avanço da hegemonia global?
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