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quarta-feira, 18 de junho de 2025

🌵O Limite Invisível: armas, logística e o dilema russo-chinês no Oriente Médio

 🌵O Limite Invisível: armas, logística e o dilema russo-chinês no Oriente Médio

🌵Por Olhos do Sertão

No tabuleiro em chamas do Oriente Médio, o Irã parece ser a peça que resta entre a sobrevivência de uma ordem multipolar e o avanço brutal de uma hegemonia bélica ocidental. Diante da escalada de tensões, a pergunta que ecoa nos corredores do poder em Moscou e Pequim é: até onde se pode ir sem cair num abismo?

Para a Rússia e a China, fornecer armas e logística ao Irã se tornou o limite atual do possível. Um limite perigoso, estreito e cambiante, mas ainda o único caminho viável para manter o equilíbrio regional, conter a ofensiva israelense-americana e evitar a total eliminação dos aliados anti-hegemônicos.

O Apoio Silencioso

A Rússia, que trava sua própria guerra por procuração na Ucrânia, vê no Irã um pilar essencial de resistência contra a expansão da OTAN e dos EUA na Eurásia. Seu apoio já ocorre por vias indiretas:

  • Fornecimento de drones e mísseis de precisão;
  • Cooperação em sistemas de defesa aérea (como o S-300 e, talvez, o S-400);
  • Inteligência tática via satélites e suporte cibernético.

A China, por sua vez, adota um papel mais contido e pragmático. Sua cooperação inclui:

  • Tecnologias dual-use com aplicação civil e militar;
  • Sistemas de vigilância e algoritmos de IA defensiva;
  • Acesso a dados e logística via corredores da Nova Rota da Seda.

Nenhuma das duas potências deseja um confronto direto com os EUA. Mas ambas sabem que perder o Irã é perder espaço no mapa da soberania global.


O Medo da Escalada

O dilema é brutal. Se o apoio for ampliado demais, abre-se o risco de:

  • Sanções econômicas ainda mais pesadas;
  • Acusações formais de cumplicidade com o “terrorismo” no Conselho de Segurança da ONU;
  • Justificativa para uma corrida armamentista global liderada pelos EUA, com seus aliados já se rearmando.

A contenção, portanto, é uma tática de sobrevivência.

Mas conter até quando?

O Cerco Está Feito

Se o Irã for derrotado ou desmembrado, o Ocidente se sentirá encorajado a replicar o mesmo método contra a próxima peça do tabuleiro: a Rússia ou a própria China. O que hoje é apoio silencioso, amanhã terá que ser defesa aberta. Essa é a lógica da guerra que se aproxima — mesmo que ninguém ainda queira chamá-la pelo nome.

Como diria Bertolt Brecht:

“O que não conheces pessoalmente, ainda assim não é estranho a ti.”

Ignorar a agonia do Irã, fingindo que a neutralidade estratégica é prudência, pode ser o mesmo que plantar a semente da própria destruição. O limite entre a cautela e a covardia é estreito. E o mundo está assistindo.

Aqui do Sertão

Olhando daqui, do sertão onde as coisas são ditas com simplicidade e coragem, entendemos o que está em jogo: o futuro de um mundo onde a diversidade de nações, culturas e sistemas políticos ainda possa existir. Um mundo onde a soberania dos povos não seja esmagada por mísseis e drones em nome de uma liberdade que só existe para poucos.

A Rússia e a China ainda estão no campo. Mas o tempo, como a paciência, é curto.

É preciso decidir: ou se impõe um limite à hegemonia, ou o limite será imposto a todos nós.

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