OLHOS DO SERTÃO: UMA ANÁLISE GEOPOLÍTICA
China e Irã: uma aliança que desafia a hegemonia ocidental
Tudo indica que a China está se posicionando abertamente ao lado do Irã. Recentemente, após ataques de Israel contra instalações nucleares iranianas, Pequim enviou um forte sinal diplomático ao mundo: um avião de transporte militar chinês aterrissou em Teerã com armamentos modernos. Para o mundo, a mensagem era clara: o Irã não está sozinho. Essa movimentação simboliza não apenas um gesto pontual, mas a consolidação de uma aliança estratégica que tem crescido a passos largos desde 2016.
Em sua visita a Teerão naquele ano, o presidente Xi Jinping declarou o desejo de integrar o Irã à Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative), a megaplataforma de infraestrutura e logística da China. De lá para cá, Teerão tornou-se um elo fundamental nessa teia de corredores econômicos, energeticamente estratégico para os interesses chineses. Em 2023, o Irã tornou-se membro pleno da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), bloco liderado por Pequim e Moscou, que inclui também a Índia e os países da Ásia Central, visando construir uma alternativa de segurança e cooperação à hegemonia ocidental.
Esse movimento não se restringe ao campo militar ou energético. Em 2023, a China desempenhou um papel central na mediação entre Irã e Arábia Saudita, facilitando a reaproximação diplomática entre dois dos principais rivais do Oriente Médio. Essa atuação diplomática bem-sucedida elevou Pequim ao status de novo articulador da paz na região, papel historicamente disputado pelos Estados Unidos.
Com isso, o Oriente Médio está sendo redesenhado. A presença militar dos EUA, antes dominante, agora disputa espaço com a diplomacia de infraestrutura e soberania promovida por Pequim. A China oferece estradas, ferrovias, refinarias e contratos de longo prazo. Os EUA oferecem sanções, bases militares e imposições comerciais.
A aliança China-Irã se insere num processo mais amplo: a consolidação de uma nova ordem multipolar. O Irã também aderiu aos BRICS+ e busca alternativas ao dólar, enquanto se aproxima da Rússia e da Índia. Isso tudo aponta para uma arquitetura internacional em que os países do Sul Global afirmam sua soberania, resistem à dominação unipolar e constroem novas rotas de desenvolvimento.
Reflexão poética para o Sertão:
“Enquanto o Ocidente aponta armas, o Oriente tece rotas. Enquanto os antigos impérios impõem sanções, os novos construtores de mundo trocam petróleo por promessas, silício por soberania, ferrovia por dignidade.”
O sertão assiste, mas também aprende: quem constrói alianças de pé, não se ajoelha diante da história
https://inosmi.ru/20250625/iran-273551899.html
Quando aeronaves israelenses atacaram as instalações nucleares do Irã, Pequim ficou abertamente do lado de Khamenei, escreve Do Rzeczy. Um avião de transporte chinês com armas modernas aterrou em Teerão, enviando um sinal claro ao mundo inteiro: os persas não estão sozinhos na sua luta.
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