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quarta-feira, 18 de junho de 2025

🌵 É Preciso Agir”: Rússia, Irã, China e a Balança do fim dos tempos.

 🌵 É Preciso Agir”: Rússia, Irã, China e a Balança do fim dos tempos. 

🌵Olhos do Sertão

Em tempos onde o silêncio pode ser cumplicidade e a neutralidade um disfarce do medo, talvez devêssemos revisitar a lição cortante do poeta Bertolt Brecht:

“O que não conheces pessoalmente, ainda assim não é estranho a ti.”

Porque quando eles vierem por ti, já será tarde.

O Irã, cercado por décadas de sanções, sabotagens e ameaças de guerra, parece estar mais uma vez na mira da aliança ocidental liderada pelos Estados Unidos e por Israel, o que alguns já não hesitam em chamar de hegemonia americano-sionista. Mas a pergunta essencial não é apenas sobre o Irã. É sobre quem será o próximo. E se a Rússia estiver apenas na fila de espera?

A Guerra por procuração nunca terminou

Desde 2014, a Rússia está mergulhada numa guerra por procuração no coração da Europa: a Ucrânia. Uma guerra que muitos se recusam a chamar pelo nome real, o embate geopolítico entre uma potência euroasiática em declínio relativo e um Ocidente desesperado por manter sua hegemonia.

No Oriente Médio, o Irã cumpre um papel semelhante ao da Rússia: é o bastião que impede o domínio total do império. Destruí-lo ou desestabilizá-lo não é apenas uma vitória militar, é um recado. Um modelo de punição a todos os que ousam existir fora das regras ditadas por Washington.


A Rússia Pode se Calar?

A resposta parece ser não. Ainda que discretamente, a Rússia já coopera com o Irã em esferas como tecnologia militar, defesa aérea, drones e até apoio diplomático. Mas isso será suficiente?

Talvez Moscou precise lembrar que não há como vencer uma guerra por etapas, assistindo um aliado cair após o outro. O silêncio diante do destino do Irã pode ser o prelúdio da próxima tragédia: a sua própria.

E a China? A ascensão que observa

A China, esse dragão silencioso, assiste ao tabuleiro sem mover as peças com firmeza visível. Seu pragmatismo tem raízes na diplomacia milenar, mas também no cálculo gelado de seus estrategistas.

Mas qual o custo de esperar demais?

Se os EUA esmagarem o Irã, isolarão a Rússia e depois aplicarem a mesma fórmula de cerco, sabotagem e guerra híbrida à própria China — quem se surpreenderá?

Não agir em nome da paz, quando a guerra já foi declarada por outros, é fingir que o mundo não arde. A Nova Rota da Seda, a autonomia tecnológica e a soberania econômica chinesa também estão em risco.

A Lição de Brecht

O poema que ressoa em nossos tempos, frequentemente atribuído a Brecht (embora mais próximo da voz de Martin Niemöller), nos recorda:

“Primeiro levaram os comunistas, mas eu não me importei com isso porque não era comunista.

Em seguida levaram os operários, mas eu não me importei com isso porque não era operário.

Depois prenderam os sindicalistas, mas eu não me importei porque não sou sindicalista.

Então vieram e levaram os judeus, mas eu não me importei porque não era judeu.

Agora estão vindo me buscar — mas já é tarde.”

Rússia e China, potências soberanas em xeque, precisam decidir se aprenderam com a história ou se ainda acreditam que assistir da arquibancada lhes trará alguma segurança. O ataque ao Irã não é apenas contra Teerã — é uma advertência para todos os que ousam erguer a cabeça diante da ordem imperial.

Epílogo: O sertão também lê o mundo

Aqui do Sertão, longe das manchetes da CNN ou dos relatórios da OTAN, enxergamos pedras se mexendo como lápides. Há um cemitério de nações destruídas por ousarem ser autônomas. Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão. A pergunta é: quem será o próximo corpo nessa vala comum da civilização?

Não basta ver. É preciso agir.

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