Ovo da serpente da república dos banqueiros com Marina já chocava em 2010 - Rede Brasil Atual.
Ex-presidente do Citibank no
Brasil e atual membro do conselho de administração da Ambev é tesoureiro
da candidata do PSB desde a eleição passada – embora ela recuse doações
de fabricante de bebidas.
por Helena Sthephanowitz
publicado
03/09/2014 14:45,
última modificação
03/09/2014 15:01
Gilberto Tadday/Folhapress (07/2010)
Alvaro, ex-Citi e atual Ambev: doações de fabricantes de bebidas não pode; mas tê-lo na tesouraria pode
As relações da candidata Marina Silva (PSB) com
banqueiros vão muito além da família Setúbal, do banco Itaú. O
tesoureiro de campanha de Marina é Álvaro de Souza, ex-presidente do
Citibank no Brasil, ex-vice presidente mundial e para a América Latina
do Citigroup. Chegou a ser um dos sete principais executivos do banco
estadunidense. Ocupou esses cargos entre 1993 e 2001, época de ouro da
privataria tucana no Brasil, quando o Citibank tinha parcerias nas
privatizações brasileiras, com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas.
Souza já foi tesoureiro de Marina em 2010, retratado em uma reportagem na revista IstoÉ daquele ano como “O banqueiro de Marina”.
A reportagem afirmava que ele intermediava encontros da candidata na
Bolsa de Valores, com financiadores de campanha e com investidores
estrangeiros em Nova York. Ainda de acordo com a publicação, o banqueiro
confidenciava a colegas de campanha a surpresa com a boa receptividade
da candidata entre as elites econômicas.
Como se vê, a construção do programa econômico neoliberal de governo
de Marina Silva, prevendo Estado mínimo, rendição incondicional ao
Consenso de Washington – já fracassado pelo desemprego e empobrecimento
do povo – e a desregulamentação radical do mercado financeiro pelo
Estado, através de um Banco Central independente, já tem mais de quatro
anos de gestação entre banqueiros brasileiros e internacionais e Marina
Silva.
Isso explica a adesão incondicional da candidata do PSB ao discurso
do mercado financeiro, setor que conspira abertamente contra a reeleição
de Dilma Rousseff. E explica a inusitada empolgação que Marina passou a
provocar entre especuladores nas Bolsas de Valores. Saiu de campo a
“nova política” e entrou o velho mercado.
Contradições
As contradições de Marina Silva não param de surgir. Em vez de lutar
pela reforma política que proíba financiamento eleitoral privado por
empresas, Marina, em gesto populista, diz não aceitar doações para a
campanha de fabricantes de bebidas alcoólicas, fumo, armas e
agrotóxicos. Mas aceita doações de bancos, holdings e sócios que
investem em todos estes setores.
O caso de bebidas alcoólicas é o mais curioso, pois o tesoureiro de
campanha de Marina, Álvaro de Souza, é membro do conselho de
administração da cervejaria Ambev. Também já foi membro do conselho de
administração da cervejaria Quilmes. Deixa eu ver se entendi: a fábrica
não pode doar, mas quem dirige a fábrica pode arrecadar. Está cada vez
mais complicado entender essa “nova política”
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