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domingo, 4 de dezembro de 2011

O surgimento do Tea Party brasileiro com uma vassoura na mão, na outra uma bíblia.

O texto de Marcos Coimbra - A oposição na sociedade - é bem alvissareiro sobre a militância anti lulopetismo na sociedade. 

Quando se acessa matérias na internet sobre o PT, Lula  e Dilma, os comentários dessa gente é de arrepiar (falam em matar e em exterminar o lulopetismo no Brasil). 

Na verdade o termo lulopetismo é uma criação dessa midia asquerosa que alimenta esse tipo de gente que não quer saber das conquistas que o Brasil vem ganhando no mundo nos governos Lula e Dilma. 

Eles não querem saber que o país hoje está mais soberano, mais forte para suportar as crises que vêm de fora. 

Eles não querem saber dos milhões de brasileiros que saíram da linha de pobreza. 

Eles não querem saber que o Brasil é um país mais respeitado pelo mundo. 

Por fim, eles não querem saber que o o governo do PT melhorou em muito a vida de milhões de brasileiros porque estão cegos de ódios. 

Eles desejam a morte de Lula. O importante é derrotar o PT a todo custo. 

E é por isso que em São Paulo os tucanos, a despeito a da incompetência na gestão pública, com fracassos e  corrupções vêm se perpetuando no poder. 

Tudo vale para derrotar o PT, mesmo suportando o governo demotucano incompente e corrupto. 

Eles não lutam por nada, não apresentam propostas melhores para o país. A luta deles é para derrotar o PT, a qualquer custo. 

E quem os alimenta? Os noticiários negativos e contra o PT que a mídia abastece todo o dia. Enquanto isso, em São Paulo vamos testemunhando um governo invisível, fazendo o feijão com arroz, com grandes escândalos de corrupções jogados para debaixo do tapete patrocinados por Rede Globo, Folha, Estadão e Veja. 

A oposição na sociedade
Marcos Coimbra - Marcos Coimbra
Correio Braziliense - 04/12/2011

Essa nova militância ainda não conseguiu passar pelo teste da mobilização. Permanece verbal e passiva, com baixa capacidade de se apresentar nas ruas. Os protestos anticorrupção convocados pela internet no segundo semestre, por exemplo, que pareciam significativos, terminaram sendo fracassos de público

Sociólogo e Presidente do Instituto Vox Populi



O que chamamos oposição, na maior parte das vezes, diz apenas respeito ao mundo da política institucionalizada. Fundamentalmente, aos partidos oposicionistas, seus representantes, organizações e (poucos) filiados.

Uma das razões para isso é que é modesta, no Brasil, a atuação de grupos de pressão e associações civis voltadas para a política. Existem, mas são, ainda, pouco relevantes.

Há, no entanto, outra oposição, extrapartidária e fora do Estado, que se manifesta no âmbito da sociedade. Ela é diferente da anterior, e tende a ser, a cada dia, mais significativa.

Não estamos nos referindo, simplesmente, aos eleitores de oposição, aqueles que, de maneira sistemática, votam nas legendas hoje oposicionistas, não votam no PT e costumam não gostar de Lula, dos petistas e de tudo que fazem. Os que se definem como antagônicos ao "lulopetismo". Esses existem desde sempre.

Entre a oposição formal, exercida pelos partidos, e o eleitorado de oposição, constituído por cidadãos individualizados, estamos vendo nascer e se desenvolver uma "nova militância" oposicionista.

Não foi em 2011 que começamos a perceber sua existência. Desde a eleição de 2010, no mínimo, já era identificável.

Por enquanto é incipiente, mas parece crescer e se tornar mais vigorosa ideologicamente. É um fenômeno espontâneo, que acontece à margem dos partidos e que não resulta de sua atuação.

Seu lugar por excelência de formação e desenvolvimento é a internet. É nela que seus integrantes se reconhecem, estabelecem comunicação, fazem proselitismo.

Não é unificada por um ideário. Ao contrário, seu denominador comum fundamental é uma negação: o antipetismo. No fundo, não se entusiasma na defesa de nada. O que quer é "acabar com o PT".

Essa hostilidade ficou particularmente evidente quando Lula foi diagnosticado com câncer. Foram tantas as manifestações enraivecidas, misturando júbilo, espírito de vingança e condenação por ele estar sendo tratado em um hospital de ponta, que até alguns adversários mais bem educados se assustaram.

Em suas ideias, misturam-se noções de várias origens. Algumas são típicas do conservadorismo clássico, outras vêm do nacionalismo de direita. Às vezes, são ultraliberais, outras de um antiliberalismo feroz.

Ela desconfia dos partidos e dos políticos, repele a "intervenção do estado na vida privada", e quer acabar com os impostos. Costuma detestar o esquerdismo e abominar o "politicamente correto".

Uma parte da mídia, especialmente algumas revistas e jornais, se reporta, cada vez mais, a ela. Nessas publicações estão alguns de seus heróis e os porta-vozes mais radicais, facilmente reconhecíveis pelo uso de violência verbal. São os valentões da palavra.

A agressividade que consomem é transferida para sites de relacionamento, blogs e intervenções pessoais, em comentários nas redes sociais e no noticiário. O Twitter é um dos lugares onde mais aparece, pois enseja a expressão emocional imediata.

Há certa semelhança entre essa militância e a ultradireita americana do chamado Tea Party: ambas surgiram naturalmente (ainda que com o incentivo do grande capital, lá de empresários da indústria química, aqui dos conglomerados de mídia), querem "purificar" a política e são fortemente antiestatistas e antitributação.

A diferença é organizacional, pois o Tea Party, que nasceu em 2009, já está estruturado, embora continue a ser um movimento sem liderança centralizada, composto por entidades locais e indivíduos sem vínculos estreitos. (Apesar disso, houve mais de cem candidatos ao Congresso norte-americano, na eleição de meio-período de 2010, que receberam a chancela do movimento — dos quais 32% se elegeram).

Por aqui, essa nova militância ainda não conseguiu passar pelo teste da mobilização. Permanece verbal e passiva, com baixa capacidade de se apresentar nas ruas. Os protestos anticorrupção convocados pela internet no segundo semestre, por exemplo, que pareciam significativos, terminaram sendo fracassos de público.

Que relação se estabelecerá entre essa oposição na sociedade e a oposição partidária? Estará em gestação um Tea Party à brasileira?

Em 2010, Serra procurou fomentar os sentimentos dessas pessoas, para os utilizar na campanha. Seus assessores chegaram a criar peças de comunicação específicas para açular o antipetismo na internet. A onda antiaborto foi deflagrada e sustentada por lideranças religiosas ligadas a ele.

Quem cria ventos, se arrisca a colher tempestades. O PSDB precisa pensar se o que quer é ser a voz partidária desses militantes.

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