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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Privataria tucana: a República caminha no fio da navalha

Um excelente que apresenta as justificativas para a criação da CPI da privataria tucana. Em 2003 o PIG realmente tinha muito poder, hoje está com menos gordura a manipulação do povo brasileiro. 

Quem poderia imaginar que eu estivesse aqui? Com esse pequeno espaço? E você leitor estivesse aqui lendo, com fontes alterativas de leituras? 

O país mudou porque nós mudamos e acreditamos nele. Eu, você, nós, temos nas mãos poder. Olhe para você, olhe para para nós. Estamos mudando esse país para melhor. 

Para Protógenes, pedido de CPI da Privataria evita risco a autor de livro sobre tucanos
O deputado Protógenes Queiroz assina o requerimento para instalação da CPI da Privataria

Correio do Brasil

Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro

O Congresso equilibra-se na linha das denúncias contidas no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., A Privataria tucana, igual a quem anda sobre o fio da navalha. 


É de competência dos parlamentares apurar os fatos sobre o maior assalto aos cofres públicos já visto ao Sul do Equador, desde o saque do Pau Brasil, do ouro e do açúcar, arrancados das Terras Brasilis pelas coroas de Portugal, Holanda, França e Inglaterra, entre outras menos cotadas, ainda nos primórdios da nação. 


Desta feita, no entanto, a patifaria privatista diluiu no caldo tóxico da corrupção o patrimônio de uma Vale do Rio Doce inteira, com uma Companhia Siderúrgica Nacional, de quebra, na sopa de entulhos da propinagem que, segundo documentos anexados à obra, ganhou o reforço de todo o sistema nacional de telefonia e de algumas companhias elétricas. 


Por pouco, pouco mesmo, não traçam a Petrobras e o Banco do Brasil, para ficar no raso.


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) convocada na Câmara para apurar os fatos e indicar a punição dos responsáveis pela roubalheira é, hoje, a última linha de defesa da moralidade nacional antes de, segundo o conselho lapidar do saudoso Stanislaw, locupletar-mo-nos todos. 


A barbárie está lá fora, à espreita, de prontidão para assolar o país caso alguém seja louco de oferecer uma pizza para calar Opinião Pública e as instituições, a exemplo da cabeça coroada que perguntou sobre os brioches, antes de se separar, irremediavelmente, do belo corpinho. 


Trata-se de uma questão de justiça para com a magistratura brasileira reconhecer que, apesar das falhas, integra um sistema hábil e eficaz. O processo do dito ‘Mensalão’ segue em análise no Supremo Tribunal Federal. 


Os casos mais comezinhos de corrupção trilham as cortes inferiores e, se ninguém foi preso até agora, agradeçam os réus à qualidade dos profissionais inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Que o diga o ex-governador do Distrito Federal, José Inácio Arruda. Os privateiros seguem na mesma direção.

Pesa sobre os ombros dos parlamentares, na CPI da Privataria, a responsabilidade de passar a limpo esse período enlameado da História do Brasil. 

O deputado e delegado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), acostumado já às lides deste porte comandou, em boa hora, a reação da sociedade brasileira diante do pântano de imundícies que marcou a gestão tucana, durante a ‘Era FHC’, revelado no livro de Amaury Ribeiro Jr. Trata-se, segundo o autor, de um achaque de bilhões de dólares aos cofres públicos, o equivalente a ainda mais bilhões de reais retirados do país com o beneplácito de setores vitais da máquina estatal. Dinheiro suficiente para comprar votos, burlar a Justiça, patrocinar o escárnio ao suor sagrado do rosto de cada trabalhador que, feito escravo, paga pelas mansões cinematográficas dos próceres tucanos.
Não há mais espaço, na democracia brasileira, para acordos como aquele patrocinado ao raiar da ‘Era Lula’, no caso da CPI do Banestado, entre a esquerda e a direita, que enterraram juntas, na cova rasa da mentira, a base de um dos maiores escândalos financeiros da história nacional. Na época, o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu com sabedoria ao perceber que a força do Partido da Imprensa Golpista (PIG) era de alguns megatons, capaz de levar os brasileiros a atitudes impensadas das quais, no futuro, iríamos todos nos arrepender. Os diários conservadores haviam demonstrado seu poderio ao derrubar, uma década atrás, o presidente da República que o próprio PIG elegeu. Embora amargassem, sem uma explicação fácil, a derrota do emplumado tucano José Serra para o operário classificado de semianalfabeto, pobre e burro, os grandes conglomerados da mídia estavam mais afiados do que nunca.

Outros tempos

Hoje em dia, apenas para tranquilizar o leitor do Correio do Brasil preocupado com o cerceamento da informação devido à pequena audiência dos jornais não alinhados, em um comentário sobre o editorial Uma resposta necessária ao colunista Merval Pereira, o jornalismo levado a sério, como fazemos aqui no CdB, recebe o apoio dos milhões de leitores que acessam a internet em quantidade e velocidade cada vez maiores. Arrisco a prever, sem medo de errar, a vitória da seriedade contra as práticas oblíquas da velha imprensa, na verdadeira revolução em marcha no campo da Comunicação Social, aqui e no mundo.
Em pleno verão, a ‘primavera’ brasileira chega no lombo da internet, a exemplo das rebeliões árabe, norte-americana e europeia, pela banda larga da cidadania exercida por cada leitor que, diante do pronunciamento da dignidade e no clamor por uma pátria mais justa, compartilha, repassa, curte, assina, dissemina, faz a notícia voar mais alto do que as baterias da imprensa golpista conseguem atingir. Desde a fundação, há 12 anos, tem sido assim com o Correio do Brasil, para desespero dos detratores da verdade e da consciência pública. Estes, sim, ainda que encastelados na cumplicidade com o capital internacional, têm razões de sobra para tremer. Sentado sobre o butim achacado do poder público, sob ameaças de retaliação, ou com a venda de espaços privilegiados em suas páginas aos poderosos, o PIG agora sua diante da nova realidade que se avizinha, pois “tudo o que é sólido, desmancha no ar”, já dizia o velho barbudo, ainda no tempo em que sequer existia computador.

Gilberto de Souza é editor-chefe do Correio do Brasil

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