O termo desenvolvimento sustentável tem evoluído, como diz Camargo, (2008), desde o seu surgimento, de forma a abarcar em si todas as questões que inter-relacionam meio ambiente e desenvolvimento humano.
Neste sentido, segundo o autor, o desenvolvimento sustentável possui a dimensão critica da necessidade de coexistência e a coevolução dos seres humanos entre si e com as demais formas de vida do planeta, além de ser também concebido como um novo paradigma que relaciona aspirações coletivas de paz, liberdade, melhores condições de vida de um meio ambiente saudável.
O desenvolvimento sustentável sinaliza uma alternativa às teorias e aos modelos tradicionais de desenvolvimento, desgastados numa série infinita de frustações
O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido como um processo que permite satisfazer as necessidades da população atual sem comprometer a capacidade de atender as gerações futuras.
E o discurso da sustentabilidade leva, segundo Left, (2001, p. 19), a lutar por um crescimento sustentado, sem uma justificativa rigorosa da capacidade do sistema econômico de internalizar as condições ecológicas (sustentabilidade, equidade, justiça e democracia) deste processo.
Busca-se, segundo este autor, a possibilidade de conseguir um crescimento econômico sustentado através de mecanismo de mercado sem internalizar as condições de sustentabilidade ecológica.
E diante da impossibilidade de assimilar as propostas, Left (2001, p. 22), escreve que isso é impossível sem uma nova racionalidade ambiental para reconstruir as bases éticas e produtivas de um desenvolvimento alterntivo.
Dessa forma, para o autor, as políticas do desenvolvimento sustentável vão desativando, diluindo e deturpando o conceito de ambiente.
Nesse sentido, não acredito em desenvolvimento sustentável para o atual modelo de produção.
Na verdade a humanidade vive uma crise de existência.
A crise ambiental é uma crise da própria civilização humana. Concordando com Left vivemos a retórica do desenvolvimento sustentável, que distorce a percepção das coisas, burla a razão crítica e lança à deriva nossa atuação no mundo (LEFT, 2001, p.24).
Quantas empresas fazem manejo florestal neste país? E quem é o mercado? O mercado está preocupado com processos ecológicos? E nós estamos pensando em consumo sustentável?
Só vamos mudar o modelo de produção com mudança no consumo, buscando-se o consumo sustentável. Quem aqui consume produtos e serviços pensando no ambiente, ou na redução dos impactos ambientais de seu consumo?
Sinceramente não acredito no discurso do "desenvolvimento sustentável" quando várias espécies do planeta estão em processo de extinção.
Por que não se eliminou a pobreza quando havia muito mais abundância de recursos do atualmente? Por que haveria agora esta garantia? Veja que estes questionamentos vão ao encontro do que venho colocando aqui de que, só podemos pensar em desenvolvimento sustentável repensando o nosso modo de produção e também o nosso modo de vida, do consumo e tudo mais.
Diante destas reflexões coloco aqui um questionamento de Indira Gandhi durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente realizado em Estocolmo Em 1972:"o maior inimigo do meio ambiente é a miséria".
Só resolveremos o problema do meio ambiente se resolvermos o problema da miséria. E que só podemos chegar ao desenvolvimento se pensarmos no desenvolvimento do próprio ser humano.
CAMARGO, Ana Luiz de Brasil. Desenvolvimento Sustentável. Dimensões e Desafios. Papirus, 2008.
CAMARGO, Ana Luiz de Brasil. Desenvolvimento Sustentável. Dimensões e Desafios. Papirus, 2008.
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