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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Que relação podemos estabelecer entre a P-36 e o derramamento de petróleo da Chevron?

Amigos e amigas, a gente vem acompanhando a forma como a mídia brasileira vem tratando do tema Petróleo e Pré-sal e principalmente a Petrobrás desde quando os demo-tucanos (FHC e SERRA) assumiram o poder nesse país, em uma relação promíscua com essa mesma mídia. 

Os acontecimentos estão revelando coisas gravíssimas  que podem atingir gravemente a República brasileira, os seus interesses no mundo, cada vez mais em colapso. 

Além de termos uma imprensa golpista (historicamente Rede Globo, Estadão, Veja e Folha s desenvolveram recebendo as migalhas que caíam das mesas dos generais golpistas) temos também uma imprensa, defendendo os interesses das empresas multinacionais e de países como EUA e da EUROPA,tendo, inclusive jornalistas brasileiros como William Waak como informante desses países. 

Nesse momento, é preciso questionar, até quando o povo brasileiro, o Estado brasileiro e suas instituições vai permitir essa traição. Como seriam tratados esses grupos midiáticos nos EUA? Como traidores? Provavelmente. E você, caro leitor, como analisa essa situação? 





O título é apenas uma versão mais radical do comportamento da imprensa brasileira, até agora, em relação ao vazamento de petróleo junto à plataforma de perfuração da Chevron-Texaco no Campo de frade, ao largo de campos, no Rio de Janeiro. 


Mesmo com a determinação da presidenta Dilma Rousseff para que fosse investigado, na sexta-feira, o assunto, quando não é ignorado pela mídia, é abordado em matérias que se parecem press-releases de um empresa que, além de demorar mais de 24 horas para tornar público o problema, chegou a dizer que o fenômeno era “natural” e que, até agora, não deu infomações básicas sobre as circunstâncias do acidente.

Não deu, reconheça-se, porque aparentemente nenhum jornal o pediu.

Ao contrário, reproduzem assim os releases da companhia:

“Chevron mobiliza equipe global para conter vazamento”.Este é o título da matéria do Estadão, reproduzida pela Exame (Abril), enquanto o G1, do grupo Globo, destaca: Frota de 17 navios tenta controlar mancha após vazamento no RJ.

Para colaborar, este Tijolaço ajuda com uma lista de perguntas à empresa, que não foram feitas desde quarta feira passada.

1- A que profundidade (na lâmina d´água e no solo marinho)estava sendo feita a perfuração próxima ao vazamento?

2-Esta perfuração já tinha registrado depósitos de óleo? A que profundidade?Em caso positivo, houve injeção de fluidos pressurizados para testes de vazão?

3- Até que profundidade o poço seria perfurado?

4- A perfuração era revestida e cimentada, como prevê o estudo de impacto ambiental apresentado pela companhia em seu plano de exploração?

5- O mesmo estudo, elaborado pela consultoria Ecologus, refere-se à presença de muitas falhas geológicas no campo de Frade, inclusive ao fato de três poços perfurados pela Chevron-Texaco terem sofrido desvios por conta de existência de fraturas no subsolo. Havia falhas geológicas detectadas junto a este poço nos estudos sísmicos efetuados?

6- Considerando que a empresa prevê a a perfuração em “batelada”, onde os poços são perfurados até um determinado ponto, tampados e abandonados para perfuração de outro, próximo, para que todos estejam em etapas semelhantes e os custos sejam reduzidos, havia outras perfurações próxima, revestidas e tampadas, como prevê o estudo apresentado pela empresa ao Ibama?

7- Em que condições a plataforma Sedco 706, construída em 1976 e que já foi chamada pelo Wall Street Journal de obsoleta e aproveitável apenas como “motel marinho” foi reaproveitada no campo de Frade? Qual a razão de seu aluguel ser de US$ 315 mil dólares dia, cerca de 50% menor que o cobrado pelo aluguel de sondas ultraprofundas no mercado internacional? Porque a contratação de uma sonda capaz de perfurar até 7.600 metros, quando as ocorrências de óleo no Campo estão todas à metade desta profundidade?

8- Porque a empresa, que afirma ter detectado no fundo oceânico a “exsudação” de petróleo não libera as imagens do vazamento ou da mancha por ele provocada? Como foi estimada a quantidade de petróleo vazada?

9- A frota alegadamente enviada para deter o vazamento é composta de que embarcações? Qual a sua finalidade, apenas espalhar bóias de retenção? Aspergir diluidores sobre a mancha? Alguma delas tem equipamento para selar a fenda de onde brotaria o óleo? Em caso negativo, como a empresa espera que o vazamento cesse? Se ele pode parar naturalmente, isso tem relação com a paralisação dos trabalhos de perfuração?

Certamente estas e outras perguntas não foram feitas à Chevron por incompetência dos jornalistas, que as teriam feito – e muitas outras – se o poço fosse da Petrobras.

Mas, como é da Chevron, só falta nossos jornais, além de louvarem o esforço da empresa em parar um “desastre natural”. como chegou a dizer a empresa, agradecerem pelo acidente que mostra como a petroleira americana ainda nos faz o favor de tampar, embora não possamos apressá-la, não é?

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