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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Direita fascista usa doença de Lula para pregar o ódio

Cachaça e ódio


Manifestações contra Lula são de "direita ressentida", diz Vladimir Safatle

Professor de filosofia da USP entende que ex-presidente é capaz de despertar reações de amor e ódio e vê crescimento da internet como fórum para injúrias, embora ressalte caráter minoritário de intolerância explícita

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

Bastaram poucas horas após a divulgação de que Luiz Inácio Lula da Silva teria de se tratar de um tumor na laringe para que aflorassem nas redes sociais e em comentários de leitores em páginas da internet manifestações contra o ex-presidente da República. Alguns usuários passaram a promover uma campanha para que o petista fosse buscar tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).


“A internet entrou em um processo de radicalização de opiniões. Muitas vezes ela não serve como um fórum de debates, ela serve como um caso de injúrias”, afirma Vladimir Safatle, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Em breve entrevista por telefone, ele aponta que Lula é uma figura capaz de despertar amor e ódio por conta do papel inegavelmente importante que tem na história brasileira.

Sem entrar no mérito dos comentários específicos contra o ex-presidente, Safatle lembra que há um histórico de violência na direita brasileira, “que é muito ressentida com a presença da esquerda na vida política nacional”.
Cachaça e ódio


Cachaça e ódio
No sábado, em conversa na rádio CBN, a colunista de política Lucia Hippolito culpou Lula pela doença. “Não é surpresa tendo em vista o abuso da fala do presidente, que jamais teve um exercício de fonoaudiologia, e estava no palanque todo santo dia, tabagismo, alcoolismo”.

Ignorância e fascismo

Ignorância e fascismo

Em um vídeo colocado no YouTube, o usuário identificado como Dâniel Fraga afirmou: “Desejo o mal. Espero que continue fumando suas cigarrilhas, seus charutos cubanos, que esse câncer volte com força total e que ele morra”. O presidente da Juventude do PSDB de Santo André, no ABC paulista, João Antonio Cardoso, discordou dos que propagaram esta visão: “Não tô feliz nada. Se essa porra morrer vai virar mártir e brasileiro idiota vai votar no PT por causa dele”.

O episódio contra Lula ocorreu um ano após as manifestações, também nas redes sociais, de intolerância contra nordestinos. Após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais contra o tucano José Serra, floresceram em comentários as visões de que os eleitores do Nordeste haviam votado de maneira clientelista. A declaração postada pela estudante de Direito Mayara Peluso acabou por sintetizar o teor das mensagens. “"Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!”.

Para Safatle, nada que surpreenda. “Existe um setor da vida nacional que se aproveita dos sentimentos mais arcaicos para expressar sua incompreensão completa com o que está em jogo na sociedade brasileira.”

Extraído do blog do Saraiva

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