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domingo, 20 de novembro de 2011

A inesquecível e nefasta campanha de 2010 que deixou sequelas na política brasileira.

“.
                           Mônica Cerra: vim pedir o seu voto
Quando políticos misturam religião com eleição revelam os seus instintos mais banais que possam existir em um ser humano. Religião é instrumento de religação com Deus, com a fé e consigo nesse mundo cada vez mais desumano. O momento do culto ou da missa é forma de voltar para si e não para o exterior. Naquele momento do culto ou da misa é você e Deus. Penso eu. 

Deus perdoa se estou julgando mal, mas essa imagem revela a hipocrisia do ser humano, que se utiliza da fé humana para realizar os seus interesses materiais. 

Em 1989 Collor utilizou-se do pequeno Frei Damião para também fazer política suja hipócrita. 

Eu fui testemunha ocular de todos os fatos que aconteceram nas eleições de 2010. Acompanhei cada matéria, cada pesquisa publicada, cada manifestação. Estava quase 15 horas conectado em todos os blogs e portais da internet durante toda a eleição. 

Vivi a campanha de 1989, do ponto de vista do embate ideológico e programático foi uma das melhores que participei. 

No entanto, as eleições de 2010 não deixaram saudades, ao contrário, deixaram um legado nefasto ao Brasil, com um clima exacerbado entre eleitores pelo país à fora. Até hoje, colhemos os frutos da campanha eleitoral mais despolitizada da história republicana. 

O que fique claro é a atuação explícita da Rede Globo, Folha, Estadão e Veja para eleger o Serra. Eles seguiram o manual do velho coronel da política cearense: em eleição vale tudo, só não vale perder. 

A Rede Globo com a tal "da bolinha de papel" no cocuruto do SERRA passou de todos os limites de um jornalismo sujo e nefasto ao país. 

Misturou-se tudo, tinha a impressão que tinha voltado ao tempo da idade média, com o fundamentalismo religioso católico-evangélico tomando uma forma muito preocupante nesse país, ao ponto de gerar conflitos na sociedade brasileira, como dantes tinha acontecido. 

Por fim, reproduzo na íntegra dois excelentes posts de Paulo Henrique Amorim sobre a campanha eleitoral de 2010



                         Mônica Cerra: vim pedir o seu voto


Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da mídia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto ( !).


Trata-se de uma afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:

“Na maioria dos casos, a midia é ponta-de-lança para grandes negócios.”

(Como se sabe, aqui “midia” se trata de PiG (*).)

Vamos reproduzir aqui algumas frases – é a primeira prestação dessa notável antologia – que Doria e Severiano recuperam e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais – como se quiser:

- Diogo Mainardi ao reproduzir conversa com Padim Pade Cerra:

Marina é a companheira de chapa de seus sonhos.

- Merval Pereira ao consul americano:

Aécio está “firmemente comprometido” com a chapa puro sangue: ser vice do Cerra.

- Paulo Henrique Amorim:

O Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente que o Cerra.

- Aécio sobre quem deveria ser a vice do Cerra:

“A Ana Hickman”, mestre de cerimônias da convenção do PSDprê.

- Oscar Quiroga, astrólogo do Estadao:

“… seria tolice não arriscar que José Serra será o próximo Presidente”

- Jaqueline Roriz, ao lado de Jose Arruda, diante de um “pagador”:

“Você vê a possibilidade de aumentar isso ?”

- Eliane Catanhêde, na convenção do PSDB:

“O PSDB parece até que virou partido de massa, mas uma massa cheirosa.”

- William Waack, ao perceber um áudio com a voz de Dilma Rousseff:

“Manda calá a boca”.

- Alexandre Garcia sobre a candidatura de Arruda como vice do Cerra:

“Vote num careca e leve dois.”

- Clovis Rossi sobre a morte do brasileiro Jean Charles, em Londres:

“É justo dizer que no revólver que matou Jean Charles estão também as digitais do PT e de seu governo…”

- Heleno de Freitas, editor do Estadão, ao explicar por que a Agência Estado divulgou com detalhes noticia de que Cerra tinha ido a um comício em Palmas, Tocantins, embora Cerra não tivesse posto o pé lá:

“Era uma matéria de prateleira”

- Fátima Bernardes ao anunciar o ataque com bolinha de papel à cabeça do Cerra:

“A atividade (sic) de campanha do candidato do PSDB José Serra foi interrompida hoje no Rio depois que ele foi agredido num tumulto iniciado por militantes do PT”.

- Mônica Cerra, no dia 14 de setembro, um mês antes da eleição, em Nova Iguaçu, Rio, acompanhada de Índio da Costa:

“Sou a mulher do Serra e vim pedir o seu voto”

A um leitor evangélico que dizia “Jesus Cristo foi o único homem que prestou no mundo”, Mônica falou que Dilma é a favor do aborto:

“Ela (a Dilma) é a favor de matar criancinhas.”

Esta notável antologia continuará, pelas mãos de Dória e Severiano, em outros retumbantes capítulos.





“Monica Serra fez um aborto”
A inesquecível campanha de 2010 – II

Será que foi aí que o Papa entrou na campanha ?

Este é o capítulo II desta reveladora antologia.

Revela crimes de imprensa.

Leia o capitulo I que trata, no título, de memorável frase da estadista chilena Monica Cerra, que desempenhou papel decisivo na campanha presidencial do Padim Pade Cerra.

Palmério Dória e Mylton Severiano escreveram “Crime de Imprensa – um retrato da midia brasileira murdoquizada”, pela Editora Plena, com prefácio de Lima Barreto ( !).

Trata-se de uma afiada e divertida reconstituição do Golpismo “murdoquiano” da “imprensa nativa”, como diz o Mino Carta, autor da epígrafe do livro:

“Na maioria dos casos, a midia é ponta-de-lança para grandes negócios.”

(Como se sabe, aqui “midia” se trata de PiG (*).)

Vamos reproduzir aqui outras frases que Dória e Severiano recuperaram e que indicam os crimes ou a defesa de interesses negociais, como se quiser :

- Plateia na área VIP, no estádio do Morumbi, no show do Paul McCartney quando vê, um mês depois da eleição, o Padim Pade Cerra ao lado do Fernando Henrique:

“Bolinha de papel, bolinha de papel !”

- O perito Molina, no jornal nacional do Ali Kamel, com uma bolinha de papel numa mão e uma fita adesiva na outra:

“São dois eventos completamente diferentes. Um é o evento da bolinha e o outro é o evento rolo de fita”

- Maitê Proença ao sugerir uma união contra Dilma:

“Onde estão os machos selvagens ?”

- Texto no site da filha do Padim Pade Cerra e da irmã de Daniel Dantas, que quebrou o sigilo de 60 milhões de brasileiros :

“Encontre em nossa base de licitações a oportunidade certa para se tornar um fornecedor do Estado”

- Rodrigo Vianna, então repórter da Globo, numa carta aberta em que denuncia a parcialidade do jornalismo do Ali Kamel na cobertura das ambulâncias super faturadas no Ministério da Saáde na gestão do Cerra e os aloprados:

“Olhem no ar. Ouçam os comentaristas. As poucas vozes dissonantes sumiram. Franklin Martins foi afastado. Do Bom Dia ao JG temos um desfile de gente que está do mesmo lado”

- Diálogo com Fernando Henrique sobre seu ex-assessor Eduardo Jorge, protagonista da tentativa de envolver Dilma e o Nunca Dantes na violação do sigilo de membros da família de Cerra:

- O senhor acha que o Eduardo Jorge pode estar usando o seu nome para facilitar negócios, presidente ?

- Não tenho provas mas não tenho dúvidas

- Senador Roberto Requião a Eduardo Jorge, na CPI do Judiciário, que investigava as relações de Eduardo Jorge com o Juiz Lalau:

” Você não devia estar aqui, devia estar numa penitenciária”

- Manchete da Folha na edição que publicou a ficha falsa da Dilma:

” Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto”

- Frase da advogada da Folha, ao constatar que o Superior Tribunal Miltar abriu os 16 volumes do processo contra Dilma depois das eleições:

” Lamentável que o pedido tenha sido deferido depois das eleições”

(A Folha não achou um grama de prova que responsabilizasse Dilma do sequestro sequer tramado. A Folha também não achou um grama de prova de que a Dilma usasse armas, quando guerrilheira. PHA)

- Reação de Tasso Tenho Jatinho Porque Posso Jereissati, ao ser advertido pelo Padre Francisco de uma igreja de Canindé, interior do Ceará. O padre se irritou com a entrada de Tasso e do Padim, no meio da missa. Os dois se sentaram na primeira fila, falavam em voz alta e perturbavam o culto. O Padre criticou um panfleto que o grupo de Cerra distribuiu na igreja, que acusava Dilma e sua religiosidade: ninguém podia falar em nome da Igreja, disse Padre Francisco. Revela o jornal O Povo, do Ceará:

” Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por uma assessora e sua mulher, dona Renata”

- Cerra, diante da constatação de que a gráfica que imprimia panfletos para o bispo de Guarulhos, com acusações a Dilma, era de uma filiada ao PSDB e irmã do corrdenador da infra-estrutura da campanha de Cerra:

” O fato da (sic) gráfica ser ou não ser de uma parente de alguém que está trabalhando na campanha é inteiramente irrelelevante “

- De Sheila Ribeiro, aluna de Monica Serra, na Unicamp:

“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre seu aborto traumático. Monica Serra fez um aborto (no Chile, casada com Cerra)”

Breve, aqui, o capitulo III dessa reveladora coleção de frases que levam ao que Dória e Severiano chamam de “crime de imprensa”.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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