🌵Olhos do Sertão
Lápides em Movimento: o Extermínio Geopolítico Silencioso
Vivemos
num mundo onde as pedras se movem.
Pedras pesadas, como
lápides.
Elas se mexem não por milagre, mas por resistência.
Sob
elas, não há mortos em paz.
Há nações inteiras soterradas
por sanções, embargos, bloqueios.
Enterradas vivas sob o peso
da geopolítica imposta pelos impérios de nosso tempo.
Essa
imagem, pedras
se mexendo como lápides, me
veio como um eco da história recente. Um aviso.
Ela fala do que
acontece quando um país ousa trilhar um caminho autônomo.
Quando
decide que sua soberania, sua economia e sua cultura não estarão à
venda nas bolsas de valores de Washington, Londres ou Tel Aviv.
É
quando começa o extermínio
geopolítico.
Um
processo frio, calculado e cruel.
Um assassinato de economias,
sem bombas, mas com juros.
Sem tanques, mas com bloqueios.
Sem
invasões, mas com sabotagens.
Basta
que uma nação levante a cabeça e diga “não” e ela se torna um
alvo.
Irã, Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, Síria, Bolívia,
Nicarágua, Palestina...
A lista é longa e aumenta a cada
tentativa de autonomia, de autodeterminação.
O
Império moderno não precisa mais de guerras convencionais.
Ele
mata
com sanções.
Congela
ativos, isola mercados, quebra moedas, corrompe governos, infiltra
narrativas.
E tudo isso com a chancela da “ordem
internacional”, como se fosse normal um país sufocar outro até a
asfixia.
Essas
lápides que se movem são os sinais de que os povos enterrados não
morreram.
Eles resistem.
Nas ruas, nas urnas, nas redes
subterrâneas da economia.
Mesmo sob a terra da propaganda, da
censura e da chantagem, a
vida pulsa.
Vivemos
tempos de guerra não declarada.
O terrorismo de Estado agora
veste terno, fala inglês fluente e usa o dólar como bala.
Quem
não se ajoelha, é destruído.
E quem resiste, vira manchete
distorcida.
Mas
as pedras se mexem.
As lápides não dormem.
E os
enterrados jamais aceitarão a paz dos cemitérios
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