Foi uma grande besteira que os demotucanos de São Paulo fizeram: a privataria do maior banco estadual do país para o banco espanhol que passou a ter uma maior capilaridade no país.
Esse pessoal nunca desenvolveu o pensamento estratégico, de entender os projetos e ações para desenvolver o nosso país. Antes, com o pensamento colonizado, prefere entregar o patrimônio brasileiro para as multinacionais.
América Latina não passa ilesa por contágio espanhol
VALOR
De Genebra
04/08/2011
Se a crise da dívida soberana na zona do euro deteriorar de vez a situação da Espanha e da Itália, vai contagiar a América Latina mais do que outros emergentes, avalia o Deutsche Bank, o maior banco alemão
Maria Laura Lanzeni, diretora de pesquisa para mercados emergentes, nota que algumas economias na América Latina estão muito expostas à situação da Espanha por meio dos bancos, enquanto países do leste da Europa são mais vulneráveis aos problemas na Grécia.
A presença significativa de bancos espanhóis na América Latina torna a região especialmente vulnerável, comparada aos países dos Bálcãs em relação à Grécia. Pelos cálculos do banco alemão, a exposição de bancos espanhóis na região chega a representar 30% do PIB no Chile e 13% no México.
No Brasil, a exposição do bancos espanhóis é estimada em 8,6% do PIB, de dimensão menor mas não deixa de ser importante. Ainda mais se a banca espanhola precisar repatriar dinheiro.
O Banco Nomura, de Nova York, publicou recentemente uma avaliação estimando que o principal risco para a América Latina viria de uma reversão no fluxo de investimentos em portfólios e da presença dos bancos espanhóis BBVA e Santander na região.
O cálculo da Nomura é de que, se esses bancos precisarem reduzir seu capital na região, para socorrer as matrizes, o potencial máximo de repatriação de capital seria de US$ 28 bilhões. A grande parte, US$ 21 bilhões, viria do Brasil.
A crise da dívida que sacode com especial violência a Espanha e a Itália pode se converter numa crise sistêmica, estendendo-se a outros países como a Bélgica, diante da emergência da adoção de medidas como a articulação para uma união fiscal a nível continental, escreveu o serviço de estudos do BBVA. Para a instituição, não é improvável que as negociações entre a Grécia e a União Europeia gerem um calote desordenado. “Uma reestruturação desordenada da dívida grega teria efeitos de contágio mundial consideráveis.” Essa análise mostra com que espírito o banco espanhol enxerga o atual estágio da economia europeia.
“Se a crise passar para a Espanha e Itália do mesmo jeito como ocorreu na Grécia, o Brasil estaria menos vulnerável que o Chile e o México, porque tem um sistema bancário local muito forte, mas vai ser atingido também se a aversão ao risco aumentar”, diz a economista do Deutsche Bank
Ela nota que o capital externo detém uma fatia de 10%, em média, nos mercados de ações, mais sensíveis a mudanças no sentimento global de risco. Os estrangeiros têm também 18%, em média, dos títulos de dívida doméstica na Indonésia, México, Polônia, Hungria. No Brasil, conforme o Banco Mundial, chegou a 11% em 2010.
Lanzeni destaca também que a correlação entre os prêmios dos contratos de seguro contra default de dívida (CDS) dos emergentes e da Espanha são muito maiores e se estendem a mais países do que numa comparação com a Grécia.
Assim, se a crise derrubar agora a Espanha e a Itália “marcará claramente um novo estágio da crise, possivelmente atingindo níveis sistêmicos próximos ao do banco Lehman”, avalia a economista do Deutsche Bank.
A análise pode ser aplicada a outras fontes da crise, como a persistente crise fiscal nos EUA. Nesse caso, diz Lanzeni, é necessário acrescentar o impacto de um “crash” do dólar ante moedas de emergentes, a reação dos mercados de commodities e os efeitos perturbadores sobre os mercados financeiros. “O impacto nos emergentes poderia ser severo e generalizado, incluindo a Ásia.” (AM)
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