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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Brasil elevou mais reservas que os outros países do Bric



Autor(es): Fernando Nakagawa
O Estado de S. Paulo - 05/01/2010


Entre os grandes países emergentes, o Brasil foi o que mais aumentou proporcionalmente as reservas internacionais desde a melhora das condições econômicas após a crise. Levantamento feito pela Agência Estado, com base nos dados disponíveis, revela que as reservas brasileiras cresceram 23,4% nos últimos 12 meses, desempenho superior ao de Rússia, Índia e China.

De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), as reservas brasileiras terminaram o ano passado em US$ 239 bilhões, muito próximas do recorde histórico de US$ 239,4 bilhões de 2 de dezembro.

No decorrer de 2009, as reservas aumentaram US$ 45,2 bilhões. Elas avançaram pelo nono ano consecutivo, no maior período de expansão ininterrupta desde o início da série, em 1957.

Em termos proporcionais, o desempenho do Brasil superou o de outros grandes emergentes. Na China, as reservas avançaram 19,3% nos 12 meses até setembro, apontam os dados disponíveis mais recentes. Apesar de a taxa de crescimento brasileiro ser maior, a expansão chinesa em dólares é quase dez vezes maior que a do Brasil: US$ 366,9 bilhões, cifra maior que o total das reservas nacionais. No fim de setembro, a China tinha US$ 2,27 trilhões em reservas.

Na Índia, o volume aumentou 12,5% em 12 meses até outubro, para US$ 284,3 bilhões. Na Rússia, a trajetória foi oposta e o montante caiu 10,4% em 12 meses até outubro, para US$ 434,4 bilhões.

O aumento das reservas brasileiras coincide com a retomada da estratégia do BC de comprar dólares no mercado à vista. Em maio, após o período mais crítico da crise financeira e com a volta do fluxo de moeda estrangeira para o País, o BC voltou a realizar compras diárias.

Desde então, já foram adquiridos US$ 26,9 bilhões. Além disso, os ativos que compõem as reservas, como os títulos da dívida dos Estados Unidos, tiveram valorização e pagaram juros, o que também aumenta a soma desse montante.

Economistas questionam o custo dessa ação. Para comprar dólares, o BC capta reais com títulos que pagam juro de 8,75% ao ano. Boa parte das reservas é mantida em títulos do governo dos EUA, que pagam juro que varia entre 0 e 0,25% ao ano. A diferença entre as duas taxas é bancada pelo governo.

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