Taiguara
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Universo no teu corpo
Taiguara
Eu desisto
Não existe essa manhã que eu perseguia
Um lugar que me dê trégua ou me sorria
E uma gente que não viva só pra si
Só encontro
Gente amarga mergulhada no passado
Procurando repartir seu mundo errado
Nessa vida sem amor que eu aprendi
Por uns velhos vãos motivos
Somos cegos e cativos
No deserto do universo sem amor
E é por isso que eu preciso
De você como eu preciso
Não me deixe um só minuto sem amor
Vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos à canção
Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
Vem, vem comigo
Meu pedaço de universo é no teu corpo
Eu te abraço corpo imerso no teu corpo
E em teus braços se unem em versos a canção
Em que eu digo
Que estou morto pra esse triste mundo antigo
Que meu porto, meu destino, meu abrigo
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos
São teu corpo amante amigo em minhas mãos.
Neto de maestro e filho do bandoneonista Ubirajara Silva, Taiguara Chalar da Silva (1945- 1996) nasceu em Montevidéu, no Uruguai e a partir dos 4 anos radicou-se no Rio. Mas começou a carreira nos shows do colégio Mackenzie e no teatro de Arena, ambos em São Paulo (onde também debutava Chico Buarque, da vizinha FAU) em 1964. Engajado na ala paulistana da bossa nova, acantonada no João Sebastião Bar, de Paulo Cotrim, ele atuou ao lado do Sambalanço Trio de Cesar Camargo Mariano e Airto Moreira e estreou em LP aos 19 anos, com arranjos de Luis Chaves, baixista do Zimbo Trio. "Senti como orquestrador que esse jovem tinha na voz um verdadeiro instrumento", elogiou Luis Eça, do Tamba Trio, na contracapa. Mas a voz melodiosa com um vibrato metálico, acabou levando a outros rumos o compositor, que estreou no balançado "Samba de Copo na Mão". Depois de disputar vários festivais também com músicas alheias ("Modinha", de Sérgio Bittencourt, "Não se Morre de Mal de Amor", de Reginaldo Bessa) estourou a partir de 1970 com baladas de próprio punho entre a sensualidade e a jovem rebeldia como "Hoje", "Universo do Teu Corpo", "Viagem", "Geração 70", "Teu Sonho Não Acabou", "Que as Crianças Cantem Livres". A permissividade poética em sintonia com a era do desbunde atraiu a atenção da Censura que começou a vetar em massa suas letras, o que o levou a um auto-exílio londrino. Mas a perseguição do regime não o impediu de gravar discos de alta densidade instrumental como "Imyra,Tayra, Ipy, Taiguara", em 1976 (com Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Wagner Tiso, Jaquinho Morelembaum) e mesmo os anteriores "Taiguara, Piano e Viola" (1972) e "Carne e Osso" (1971). Nos 80, tornou-se discípulo político do lider comunista Luis Carlos Prestes para quem compôs "O Cavaleiro da Esperança". Empreendeu uma volta às origens em "Canções de Amor e Liberdade" (1983), misturando o bandoneon do pai à harpa paraguaia e ao chamamé fronteiriço. E no CD final, "Brasil Afri" (1994) rebuscou-se em "Menino da Silva" e "África Mãe".
Tárik de Souza
Fonte: www.sescpc.org.br
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