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domingo, 21 de março de 2010

Enquanto no governo FHC-SERRA a privataria corria solta, no governo LULA-DILMA nasce a nova Eletrobras com R$ 120 bilhões de capital.

Nasce a nova Eletrobrás
Autor(es): # Zulmira Furbino
Correio Braziliense - 21/03/2010

Relançamento prevê uma estatal de R$ 120 bilhões de capital e perda do acento no nome

Noelle Oliveira/CB/D.A Press - 2/6/09
Hidrelétrica de Xingó: patrimônio do sistema Eletrobrás será únificado

O governo lança oficialmente amanhã, em grande estilo, a nova Eletrobrás. A empresa, cuja marca — a ser apresentada também amanhã — perde o acento agudo (será Eletrobras) e terá sob o seu guarda-chuva, funcionando de forma integrada, as marcas Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte. Hoje, a Eletrobrás é uma holding capenga e as subsidiárias funcionam de forma praticamente independente. A nova empresa, com pretensões internacionais, sonha em ser a Petrobras do setor elétrico. O lançamento deve ser um dos últimos atos oficiais do governo com a participação de Dilma Rousseff como ministra.

A nova companhia, que será a empresa de energia do governo federal, também nasce com ambições internacionais e com um capital de cerca de R$ 120 bilhões, segundo estimativas de mercado. Todas as subsidiárias passarão a ter a mesma marca da holding, nas cores azul e verde, e terão o nome da controladora incluído nos logotipos. Hoje, a estatal é a 10ª empresa de energia do mundo, a quarta em produção de energia limpa e a líder mundial na área de transmissão. Em 10 anos, a prioridade será a internacionalização com foco nas Américas, especialmente Argentina, Colômbia, Estados Unidos e Peru.

Somente este ano, a estatal de energia vai investir R$ 9 bilhões. No ano passado, a empresa destinou R$ 5,4 bilhões a seus projetos. Este ano, os investimentos serão direcionados para as usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau, em Angra 3, e também em linhas de transmissão ligando Porto Velho a São Paulo. Em 2011 e 2012, a empresa investirá cerca de R$ 15 bilhões.

Governança
O maior desafio da companhia, agora, será melhorar sua governança corporativa, no sentido de buscar fortalecimento por meio de participação em projetos que remunerem adequadamente o capital investido, avaliam especialistas. Entre 1997 e 2007, o IVA da estatal, índice que mede o custo de oportunidade de capital, registrou resultados negativos de forma reiterada. “Por definição, uma empresa deve gerar e não destruir valor para o acionista, que, neste caso, é a sociedade brasileira”, observa Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil.

A nova Eletrobrás terá ainda como desafio prestar um serviço de excelência em energia e levar para a América Latina programas como o Luz para Todos. “A Eletrobras passará a ser uma grande empresa, com um patrimônio liquido enorme, expertise para atuar no exterior e uma marca que será mais respeitada internacionalmente”, diz Aloísio Vasconcelos, consultor de energia e ex-presidente da companhia.

O número
INVESTIMENTO
A estatal destinará R$ 9 bi lhões
aos novos projetos em 2010. No ano passado, o valor foi menor: R$ 5,4 bilhõ

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