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sábado, 20 de março de 2010

A urgência da Rede Globo, Veja, Folha, Estadão, IstoE e assemelhados em transformar um cavalo de tróia em presidente de todos os brasileiros.

Coluna da jornalista Inês Nassif, no Valor desta semana, perfura a cortina de fumaça dos ressentimentos e ambições pessoais que separam Serra e Aécio e ilumina a verdadeira trinca estrutural que atinge a coalizão demotucana, dificultando a própria composição de uma chapa com representante da plutocracia paulista na cabeça. Resumo da ópera: exceto sob Vargas, São Paulo quase sempre subordinou a federação a seus interesses, o que ocorreu de forma integral nos dois mandatos de FHC. Sobraram marcas de ressentimento e aprendizado. A plutocracia paulista tem hegemonia quando mandam os 'livres mercados' --leia-se, seus interesses hegemônicos; perde espaço quando o planejamento estatal reacomoda interesses regionais e redistribui os benefícios dos fundos públicos, como ocorre agora com o PAC. Serra, independente do que ele diz que pensa, ou do que os seus amigos pensam que ele pensa, é o representante do conservadorismo paulista que não une o Brasil; aliás não une nem o PSDB paulista e mineiro. O 'desenvolvimentismo de boca' do governador de SP --ironia de Maria da Conceição Tavares-- na verdade nunca passou de um fiscalismo engajado na defesa da hegemonia bandeirante, contra as urgências do resto do Brasil.



Um comentário:

Unknown disse...

O fim do ombudsman

A Folha de São Paulo ficará dois meses sem ombudsman. Não há qualquer explicação para a lacuna, que seria tratada com a devida gravidade se alguém ainda levasse o jornal a sério.
Mas, realmente, fará alguma diferença? Ninguém espera grandes avanços depois que um profissional atencioso e preparado como Carlos Eduardo Lins da Silva foi incapaz de impedir exemplos de subjornalismo (a ficha falsa de Dilma Rousseff, o dossiê contra Victor Martins, a planilha de gastos do casal FHC, a tentação sexual de Lula), proselitismo reacionário (a Ditabranda e seus congêneres, o antipetismo botocudo) ou favorecimentos corporativos (a defesa da TV paga). Isso tudo em apenas dois anos de atividade.
Nas empresas que se preocupam com a fidelidade de seus clientes, o ouvidor possui função deliberativa: constrange funcionários, arranca soluções, desfaz vícios burocráticos. Já o ombudsman jornalístico virou função decorativa. Uma grife modernosa para criar ilusões participativas no leitor, devolvendo-lhe os invariáveis remedos justificativos das editorias. Convenhamos, é absurdo imaginar que uma empresa de comunicação de grande porte necessita contratar alguém que lhe aponte os erros mais bizantinos. Todo jornalista mediano, diplomado ou não, sabe perfeitamente reconhecer seus desvios cotidianos.
A Folha finge que não deve satisfações aos leitores, como se os seus tropeços administrativos (e seus desvios ideológicos) tivessem um respaldo transcendente e imutável. É esse despeito hipócrita que destrói a reputação do jornal.