Por Natuza Nery e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Confira os economistas ligados à pré-candidata do governo à Presidência, ministra Dilma Rousseff.
Entre os nomes que terão papel-chave durante a campanha eleitoral, a maior parte ocupa cargos centrais na condução da economia do país. Personagens leais ao presidente Lula, são também contemplados pela admiração e confiança da ministra.
Veja, a seguir, quem são esses interlocutores:
LUCIANO COUTINHO, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES):
Relaciona-se bem com o meio empresarial e defende uma taxa de investimentos próxima a 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), com ênfase na poupança interna. Concorda com as políticas adotadas a partir do Plano Real --o tripé câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário.
Possui opinião discreta em relação a juros, mas opõe-se a altos patamares. Coutinho não acredita que o mercado possa ser o único responsável por sua regulação.
Doutor em economia pela Universidade de Cornell, Estados Unidos, foi central na elaboração dos programas de governo de Lula nas duas últimas eleições. Foi professor de Dilma na Unicamp e lembra da ministra como uma aluna "atenta" e "interessada". Em uma viagem a Londres, Dilma chamou Coutinho de ministro. Percebendo o ato falho, emendou sorrindo: "Quem sabe um dia, Luciano."
Foi apontado por todas as fontes ouvidas pela Reuters como nome com credenciais de sobra para assumir a Fazenda caso a ministra saia vitoriosa das urnas.
FERNANDO PIMENTEL, ex-prefeito de Belo Horizonte:
Argumenta que a queda da Selic, em janeiro de 2009, poderia ter sido desencadeada antes. Elogia o pulso firme do Banco Central, a seriedade e "rigor" da política fiscal e o aumento de crédito para irrigar a economia, mas defende metas de superávit mais maleáveis em cenário de confiança no Brasil.
Economista e mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é o mais próximo e com quem a ministra "formula economia". São conterrâneos e amigos desde o movimento estudantil.
Pimentel também atuará como conselheiro político durante a campanha, mas pode chefiar qualquer pasta da economia, asseguram fontes.
NELSON BARBOSA, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda:
"Não é um radical do superávit primário, mas é um radical do juro baixo", nas palavras de uma fonte. Na fase aguda da crise financeira, advogou por uma meta fiscal ainda menor. A ideia, porém, acabou vencida.
Na Fazenda, tem uma obsessão: ver o governo diminuir os encargos sobre o emprego no país desonerando a folha de pagamento.
PhD pela New School for Social Research (EUA), idealizou pontos no marco regulatório do pré-sal e no programa Minha Casa Minha Vida. Nessa ocasião, aproximou-se muito da pré-candidata. Também operou na campanha de Lula em 2006.
No governo, é considerado o "cara de Dilma" na Fazenda. Os dois trocam e-mails e, com frequência, Barbosa é chamado à Casa Civil para conversar com a ministra. Tem perfil "formulador", o que pode lhe render função de destaque em uma eventual equipe.
GUIDO MANTEGA, ministro da Fazenda:
Defende a redução dos juros e a desoneração fiscal em setores estratégicos. Também declara-se a favor da política de metas de superávit primário e da redução da dívida pública. Com exceção de 2009, ano mais turbulento por conta da crise global, o país cumpriu com folga suas metas fiscais ao longo da administração Lula, mas, segundo analistas, o governo ainda tem fama de "gastador".
Economista e doutor em Sociologia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP), Mantega está "afinadíssimo" a Dilma, além de ser o homem de confiança de Lula. Chamado ocasionalmente pela ministra de "Guidinho", construiu com ela uma boa relação do dia a dia da Esplanada.
JOSÉ SÉRGIO GABRIELLI, presidente da Petrobras:
Para ele, baixas taxas de juros permitem maior mobilidade do setor produtivo. Acredita que as condiçõoes propícias ao desenvolvimento passam pelo aumento de investimentos e pela expansão do mercado interno por meio de oferta de crédito, bom nível de emprego e melhor rendimento das famílias.
PhD em economia pela Universidade de Boston (EUA), comemorou a exclusão da Petrobras do cálculo do superávit primário.
Tiveram atritos no passado. Hoje, dão-se muito bem. Ela o patrocinou para que assumisse a diretoria financeira da Petrobras, em 2005, e apostou em seu nome quando foi indicado a presidente da empresa. No futuro, se Dilma deixar as urnas com maioria dos votos, pode ter destinos múltiplos, segundo ministros: permanecer à frente da Petrobras, ser titular da área energética ou até mesmo da economia.
Comentário: Dilma irá aprofundar o governo democrático de Luiz Inácio Lula da Silva. Isso ninguém tem dúvida, mas vai colocar sua visão de estado e de país. Um estado mais forte e indutor de desenvolvimento deste país. Já tem um grande equipe econômica para liderar os próximos anos da década de 20, que será uma década vital para colocar o país entre as maiores economias do planeta. E o Zepedágio? Alguém sabe, quais os demo-tucanos que irá colocar no governo? O FHC deverá ser ministro da fazenda, do exterior?
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