🌵 Por Olhos do Sertão
Israel como Proxy Nuclear dos EUA? Uma leitura crítica da guerra e do sionismo militarizado
A partir da recente Operação
Verdadeira Promessa 3, quando o Irã lançou mísseis contra diversas
cidades israelenses em resposta a provocações e ataques anteriores, cresce o
debate global sobre o real papel de Israel na política externa dos Estados
Unidos e na instabilidade do Oriente Médio.
Israel como base armada dos EUA no Oriente Médio
Segundo o analista militar Brian
Berletic, Israel funciona como uma espécie de "porta-aviões fixo" com bomba atômica no Oriente Médio,
operando como um proxy militar
dos interesses norte-americanos na região. Isso explicaria, por exemplo:
- O constante financiamento militar bilionário dos EUA a Israel;
- A complacência do Ocidente com as políticas de ocupação, apartheid
e bloqueio;
- A blindagem diplomática de Israel em fóruns internacionais, mesmo
diante de denúncias de crimes de guerra e violações do direito
internacional humanitário.
O sionismo como projeto
político de dominação
É fundamental distinguir:
- O judaísmo
(religião);
- O povo judeu (grupo
histórico e cultural diverso);
- E o sionismo, que é
um projeto político nacionalista,
idealizado no final do século XIX por Theodor Herzl no livro O Estado
Judeu (1896).
O sionismo político se
apresenta como uma resposta às perseguições sofridas pelos judeus na Europa,
mas rapidamente se tornou:
- Um projeto colonial moderno
apoiado pelo imperialismo britânico e, depois, estadunidense;
- Uma ideologia de supremacia
étnico-religiosa, que defende um Estado exclusivamente judeu em uma
terra habitada por diversos povos (principalmente palestinos);
- Um motor de desestabilização
regional, ao provocar guerras com vizinhos árabes, fomentar
divisões sectárias e usar a força militar para expandir seu território de
maneira contínua (basta ver os assentamentos ilegais na Cisjordânia).
Israel, bomba nuclear e hipocrisia internacional
Israel:
- Nunca admitiu oficialmente possuir armas nucleares;
- Nunca assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas
Nucleares (TNP);
- No entanto, possui um arsenal estimado entre 80 e 400 ogivas nucleares,
segundo fontes internacionais.
Enquanto isso, países como o Irã são duramente punidos e monitorados por tentarem desenvolver
capacidades nucleares, mesmo que para fins civis. Isso revela uma clara hipocrisia nas regras do jogo internacional,
controlado pelos interesses das grandes potências.
E o papel do Irã?
O Irã se apresenta como o principal contraponto ao projeto sionista e
imperialista na região:
- Apoia grupos de resistência como o Hezbollah, o Hamas e os Houthis;
- Defende a causa palestina como bandeira diplomática e religiosa;
- Tem sido alvo de sabotagens,
sanções e ameaças militares constantes.
A operação de mísseis, ainda que tenha sido limitada, revelou:
- A fragilidade do Domo de
Ferro israelense diante de um ataque coordenado;
- A reação desesperada de
Netanyahu, que tenta arrastar os EUA (via Trump) para uma escalada
mais ampla do conflito;
- O início de um novo tempo,
em que Israel deixa de ser intocável militarmente.
O que está em jogo.
O que está em jogo não é apenas uma guerra entre dois países. É a crise
de um modelo de dominação geopolítica,
fundado no mito do povo escolhido, na manipulação religiosa e na violência
colonial. O sionismo, enquanto projeto de Estado com base no apartheid e na
exclusão, parece cada vez mais insustentável, ética, política e militarmente.
Como sempre ensinou o sertão: o império pode parecer firme como rocha,
mas o tempo, a resistência dos povos e a força da verdade escavam até as
estruturas mais duras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário