Brian Berletic — ex-fuzileiro naval dos EUA, autor e analista de relações internacionais — defende uma narrativa crítica à política externa de Trump com relação ao Irã. Aqui estão os principais pontos do seu argumento:
Guerra planejada há anos
Berletic afirma que a escalada contra o Irã não foi algo repentino nem
impulsionado apenas pelo governo Trump; segundo ele, trata-se de uma estratégia
de longo prazo articulada pelos EUA e seus aliados para enfraquecer o Irã estrategicamente.
Ele sugere que mesmo as tentativas diplomáticas de Trump são dissimuladas,
servindo como cobertura para interesses militares e econômicos, especialmente
envolvendo o complexo industrial-militar dos EUA e poderes regionais como
Israel e Arábia Saudita. marxist.com+15seguinte.inf.br+15geopol.pt+15
Diplomacia” como fachada
Embora Trump tenha apresentado-se como alguém à procura de acordos e até
de paz — mencionando que “o Irã parece estar se acalmando” e que sanções seriam
a principal arma —, Berletic argumenta que essa postura diplomática é um
artifício para mascarar um plano mais agressivo. O foco real estaria em
pressionar o Irã e mantê-lo sob cerco contínuo.
Assassinato de Qassem Soleimani: tentativa de
estopim
Berletic destaca que o assassinato de Soleimani — general da Guarda
Revolucionária — foi uma manobra deliberada de Trump para provocar o Irã, criar
justificativas jurídica e moral para uma resposta militar mais ampla e gerar um
clima de guerra que legitime futuras ofensivas. Isso está alinhado com a
acusação de teoria de “presidência imperial” que busca confrontação direta. jacobin.com.br
Implicações geopolíticas maiores
A desaproximação do acordo nuclear (JCPOA), fortalecida por sanções e
operações militares — inclusive cibernéticas —, teria um fim estratégico: minar
as bases econômicas e de influência do Irã na região. O objetivo maior seria
consolidar o domínio EUA-Israel-Arábia Saudita sobre o Oriente Médio e
neutralizar o que Berletic chama de “Eixo da Resistência” (Irã, Síria,
Hezbollah etc.). jacobin.com.br+9seguinte.inf.br+9aterraeredonda.com.br+9
Avaliação crítica
- Diplomacia vs. belicismo: Berletic vê a retórica pacifista como
instrumental — uma cortina de fumaça para estratégias reais de contenção e
ataque.
- Sanções como guerra econômica: Ele ressalta que medidas como sanções e
isolamento econômico são parte de uma hostilidade contínua.
- Pré-condição para conflito armado: Trump teria criado as condições para, se
desejasse, desencadear um conflito aberto, inclusive envolvendo ataques
cibernéticos ou militares limitados.
Contexto e repercussões
- Especialistas militares, como o coronel Lawrence Wilkerson
(ex-chefe de gabinete de Colin Powell), alertaram que um confronto com o
Irã poderia custar até US $10 trilhões e se prolongar por uma década —
algo que Berletic considera parte dos riscos calculados que Washington
estaria disposto a correr aterraeredonda.com.br.
- Organizações de esquerda — como Jacobin e World Socialist Web Site
— classificaram decisões como a morte de Soleimani como escalada perigosa
e postura de “presidência imperial”, echoando observações similares às de
Berletic jacobin.com.br.
Conclusão
Berletic retrata o governo Trump não como um agente genuíno de paz, mas
como um facilitador de longo prazo de políticas agressivas contra o Irã. A
chamada “diplomacia” serviria para reforçar pressões econômicas, políticas e
militares, preparando terreno para ações mais incisivas. Segundo ele, isso
representa uma guerra híbrida planejada, com impacto dramático para a região e
possível repercussão global.
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