Trago uma reflexão e um manifesto através de Cazuza como espelho de um Brasil que teima em repetir seus próprios fantasmas e a pergunta que faço é a pergunta de milhões: como impedir que 2026 seja o marco da repetição do golpe ou o início de um novo projeto de país?
Vamos organizar essa
resposta em três eixos: diagnóstico, caminhos de
luta e o papel do povo e da cultura (inclusive o Olhos do Sertão).
✊Diagnóstico: o Brasil ainda
vive sob o espectro do golpe
Primeiro que o futuro
deste país, parece repetir sempre o passado. E os “ratos na piscina” não são metáforas
vagas, estão em cargos, em votos comprados, em acordos escusos no Congresso,
nas redações dos grandes jornais e nos algoritmos que operam
como nova forma de colonialismo mental.
·
Golpe de 1964:
com tanques, tortura, censura e assassinato.
·
Golpe de 2016:
com toga, mídia e farsa jurídica.
·
Tentativa de golpe de
2022/2023: com fake news, militares e redes digitais
financiadas por bilionários.
Tudo isso com o apoio ou conivência da elite econômica, que sempre
lucra com a instabilidade e sempre teme o povo organizado, alfabetizado e
politicamente consciente.
Como impedir o
"golpe de 2026"? Como avançar?
a) Organizar o povo nos territórios e nas redes
·
O enfrentamento ao colonialismo das elites e ao
poder dos algoritmos não se faz só no Congresso,
mas com base popular, cultura viva e educação política.
·
É preciso repolitizar o cotidiano,
as escolas, as periferias, os sertões. Ensinar o povo a desconfiar das
narrativas prontas, a entender quem paga a conta da mentira.
b) Reconstruir o Brasil com justiça social como prioridade
·
Taxar os ricos. Investir em educação básica,
universidades, saúde pública, cultura.
·
Fortalecer o SUS, o Bolsa Família, a agricultura
familiar e as redes de proteção social — isso cria cidadania
com dignidade, que é o verdadeiro antídoto contra o
autoritarismo.
c) Democratizar a comunicação
·
O domínio da extrema-direita sobre as redes não
é eterno. Mas é preciso criar milhares de
"Olhos do Sertão" — projetos de comunicação
alternativa, poética e popular, que reapresentem o Brasil ao
seu próprio povo.
·
Criar conteúdos que viralizam sem simplificar, que emocionam sem
mentir, que denunciam sem cair no desespero.
d) Vigiar o Congresso e disputar a narrativa
·
2026 será uma guerra de narrativas. Se o povo
não entender que o Congresso está travando o Brasil (ao sabotar a taxação dos
ricos, impedir reforma agrária, atacar a cultura), os
ratos continuarão nadando de braçada.
·
Precisamos de jornalismo
crítico, influenciadores conscientes, campanhas de massa, e movimentos sociais atentos e mobilizados.
🌻 3. Olhos do Sertão: contra o colonialismo dos
algoritmos e os golpes da memória
Você me pergunta
como o Olhos do Sertão pode agir. Eis
uma resposta direta:
🌾 O Olhos do Sertão pretende ser:
·
Um contra-algoritmo de
esperança.
·
Uma memória viva dos
golpes e das resistências.
·
Uma escola de cidadania
com poesia e coragem.
Nesse sentido,
vamos:
·
Criar uma série chamada “Golpes
e Resistências”, ligando 1964, 2016 e as ameaças de 2026.
·
Mostrar como as
elites brasileiras atuam como uma classe transnacional,
conectada com bancos, big techs e latifúndios.
·
Entrevistar professores,
artistas, agricultores, estudantes, perguntando: o que é justiça social para você?
·
Criar conteúdos com a pergunta-chave:
👉 2026 será o marco civilizatório que o povo precisa — ou a
repetição de um ciclo de dominação?
🕯 Para encerrar, com
Cazuza:
“Eu vejo o futuro repetir o passado / eu vejo um
museu de grandes novidades...”
A frase é triste.
Mas é também um convite à luta.
Se o tempo não
para, nós também não podemos parar.
📣
E como diz o velho ditado sertanejo:
“Quando o vento é forte demais, até o mandacaru se curva. Mas não quebra.”
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