A presidenta Dilma é a candidata do PT ás eleições de 2014. Tenho certeza que ao final de 2014 teremos um governo bem avaliado porque as condições do Brasil são boas, apesar do esfacelamento da economia mundial. Agora, o governo Dilma precisa ser mais corajoso e enfrentar as questões urgentes de nosso país.
21/09/2011 - 09:49h
Por Cristian Klein | VALOR
De São Paulo
A maioria da população brasileira (57%) gostaria que a presidente Dilma Rousseff desistisse de tentar uma reeleição para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se candidatasse em seu lugar. Apenas 29% preferem que Dilma busque um novo mandato em 2014. Esse é um dos principais resultados de pesquisa do Instituto Análise, que entrevistou 2 mil pessoas entre os dias 5 e 11 deste mês, em cem municípios de todas as regiões do país.
A pesquisa mostra como, depois de oito meses de governo Dilma, a boa lembrança de Lula e sua administração predomina a avaliação do eleitorado e pode influenciar o tabuleiro político e eleitoral.
Para o cientista político Alberto Almeida, coordenador do instituto, um dos dados que chamam mais atenção é a permanência da popularidade de Lula – o que o torna um fator de extremo desequilíbrio no jogo presidencial.
No auge de sua popularidade, Lula alcançou 80% de aprovação (ótimo + bom), quando a campanha de Dilma Rousseff divulgava os feitos de seu governo. Agora, depois de cair um pouco pela falta de exposição na mídia, a aprovação do ex-presidente, de acordo com a pesquisa, chegaria a 82%.
“Isso significa não apenas um reconhecimento de bom desempenho, mas também que parte importante do eleitorado está com ’saudades de Lula’”, afirma Alberto Almeida.
A aprovação ao governo Dilma Rousseff é exatamente a metade da de seu antecessor: 41% de respostas “ótimo” e “bom”. A desaprovação é ainda mais contrastante: enquanto apenas 3% dos entrevistados consideram que o governo Lula foi ruim ou péssimo, 16% avaliam a administração Dilma como tal. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
Outro fator que reforçaria a imagem e o peso de Lula é a transformação de seu governo numa espécie de referência à qual a população toma como medida. Ao serem questionados por que avaliam a administração Dilma Rousseff boa ou ótima, a principal justificativa (25%) dos entrevistados é que a presidente “está dando continuidade ao que o Lula fez”. A manutenção do Bolsa-Família é a segunda razão e apareceu em 14% das respostas.
O modelo desenvolvimentista, marca do segundo mandato Lula, também ressurge como uma preferência do eleitorado. Em três questões, os entrevistados se mostraram mais tolerantes, em relação a pesquisa feita no ano passado, com um leve aumento da inflação desde que isso gere mais empregos (62% a 46%), com o risco de crescimento da inflação, se isso acelerar a geração de empregos (56% a 45%) ou se implicar mais gastos na solução dos problemas sociais (45% a 32%). Os resultados deste ano são semelhantes aos de 2009.
A pesquisa também traça cenários eleitorais para a disputa presidencial de 2014 nas quais Lula aparece na liderança absoluta, seja com que candidato for.
Enquanto Dilma, numa simulação de segundo turno, venceria o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por 57% a 18% (diferença de 39 pontos percentuais), Lula elevaria essa vantagem para 65 pontos percentuais: 76% a 11%.
Numa hipotética disputa entre Lula e Dilma, criador venceria criatura por 65% a 18%.
Almeida afirma que pesquisas com comparações como estas serão cada vez mais comuns e, caso os resultados se mantenham, farão com que cresçam as pressões para que Lula volte a disputar a Presidência da República, mesmo que Dilma Rousseff esteja bem avaliada pela opinião pública.
“O importante para o cálculo dos políticos é a expectativa de poder. A candidatura Lula significa minimizar os riscos”, diz.
Para Almeida, a pressão virá de governadores, deputados federais e estaduais, que preferirão ter Lula como seu puxador de votos do que a presidente Dilma.
Por outro lado, diz o cientista político, a enorme popularidade de Lula, que põe o PT em situação confortável para 2014, permite a ela mais margem de manobra no governo, seja para arriscar mais, ou pelo, contrário, para adotar um estilo mais conservador.
Extraído do blog do Luis Favre
Extraído do blog do Luis Favre
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