O DEM também decidiu apostar na política do quanto pior, melhor. Para eles, se a crise financeira mundial piorar e atingir o Brasil, as dificuldades do governo nas áreas de segurança, saúde e educação ficarão evidentes e abriria uma oportunidade para a oposição retomar o poder.
"O pau da barraca deles é a economia", afirmou o vice-presidente do DEM.
No fundo do poço, PSDB e DEM indagam sobre o futuro
Unidos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, durante os dois mandatos de FHC, de triste memória, e nas candidaturas derrotadas à Presidência da República dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, o PSDB e o DEM, depois de sucessivos fracassos eleitorais, percebem que estão quase no fundo do poço e encomendam pesquisas temáticas que os reorientem no esforço de reciclagem.
Em coluna publicada nesta quinta-feira (29) no site Congresso em Foco, o jornalista Rudolfo Lago informa que o PSDB está analisando a pesquisa que encomendou ao consultor de marketing político Antonio Lavareda. Para Lago, os tucanos tentarão fazer “do limão, uma limonada”, já que os dados revelados pela sondagem “não são nada bons”. De início, um parêntese sobre o consultor dos tucanos. Trata-se do mesmo “gênio” do marketing político que sugeriu ao PFL rebatizar-se de DEM.
Os tucanos tiveram o dissabor de constatar que a presidente Dilma Rousseff e, especialmente, o ex-presidente Lula gozam de altíssima popularidade. E que, se as eleições fossem hoje, o partido neoliberal que se diz social-democrata não teria a menor chance numa disputa com qualquer um dos dois. Melhor que FHC continue em sua campanha, útil para a educação da sociedade, pela descriminalização do uso da droga e organize debates diletantes com seu estreito círculo de pretensos sábios. E que Serra se dedique aos bastidores da pequena e provinciana política para escolher o candidato tucano à Prefeitura paulistana.
Ainda segundo as informações de Lago, os tucanos estão em busca de uma “estrada a percorrer” e empenhados em remover um obstáculo. Para ele, “o problema para o PSDB é que esse obstáculo foi o nome escolhido em duas das últimas três eleições presidenciais para representar o partido na disputa: José Serra”, figura identificada ao que não funcionou nos últimos anos. É um veredito devastador para o ex-candidato, mas também para o ex-presidente FHC, porquanto é indisfarçável que o que não funcionou foi o seu governo, conotado não só como neoliberal, conservador, reacionário mesmo, mas também como governo corrupto.
A solução mágica que uma das alas do tucanato oferece é a candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República em 2014. Alguns apressados acham que o anúncio deve ser feito o quanto antes. O colunista informa que o presidente do partido, Sérgio Guerra, já declarou que sua intenção é antecipar o lançamento da próxima candidatura do PSDB à Presidência, definindo-a logo depois das eleições municipais do ano que vem. Inevitavelmente, as disputas municipais de 2012 conhecerão uma luta fratricida entre os tucanos nos bastidores e em público, como prelúdio de 2014. A tendência maior é o isolamento de Serra e o predomínio de Aécio.
Contudo, o dado mais significativo revelado pela pesquisa é que com Serra ou Aécio, o futuro do PSDB é sombrio e a quarta derrota consecutiva em eleições presidenciais é o cenário mais previsível.
O desespero do DEM
Também o DEM andou fazendo pesquisas, numa desesperada tentativa de vislumbrar uma luz no fim do túnel. A agremiação direitista encontra-se sob o impacto não só das derrotas eleitorais, como também da sangria de quadros e parlamentares que debandam para o recém-criado PSD, partido de centro-direita liderado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab e que passou a contar entre as suas figuras mais proeminentes reacionários notórios como Índio da Costa, candidato derrotado a vice-presidente nas últimas eleições, na chapa de José Serra, e a senadora Kátia Abreu, inimiga dos camponeses e da reforma agrária.
O DEM acredita que as indicações da sondagem de opinião pública feita pelo Instituto GPP, são de que deve acentuar ainda mais suas posições de direita. "O partido tem que reforçar que é um partido de valores, aqueles que são majoritários na sociedade, que é uma sociedade conservadora", argumentou o vice-presidente nacional do DEM, José Carlos Aleluia.
O DEM também decidiu apostar na política do quanto pior, melhor. Para eles, se a crise financeira mundial piorar e atingir o Brasil, as dificuldades do governo nas áreas de segurança, saúde e educação ficarão evidentes e abriria uma oportunidade para a oposição retomar o poder.
"O pau da barraca deles é a economia", afirmou o vice-presidente do DEM.
O finado Sérgio Motta, ex-ministro de FHC e, à época do seu governo, uma das figuras máximas do previu que o PSDB iria ficar 20 anos no poder. Tudo indica que o vaticínio se cumprirá ao revés.
Da redação, com informações do Congresso em Foco e da agência Reuters
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