Jornal Nacional.
Eles (políticos, ministros de tribunais, muitos amigos e a maior parte dos imortais da ABL) se reuniram na noite do dia 23 de setembro para comemorar a posse do jornalista Merval Pereira como imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Será? Não seria, essa instituição, o espelho de pessoas medíocres, com algumas exceções, representantes legítimos da elite brasileira?
Eles têm Merval Pereira, um dos que mais criticam o Lula, talvez o jornalista que mais odeia Lula, ao não aceitar que Lula, um retirante da miséria e da fome do nordeste, possa ter sido o melhor presidente que o Brasil produziu em toda a história da República.
No entanto, o povo tem Lula, que entra na história como o brasileiro mais reverenciado no mundo e no Brasil.
Imprensa brasileira foi à França reclamar de premiação a Lula
Não pode passar batido um dos momentos mais patéticos do jornalismo brasileiro. Acredite quem quiser, mas órgãos de imprensa brasileiros como o jornal O Globo mandaram repórteres à França para reclamar com Richard Descoings, diretor do instituto francês Sciences Po, por escolher o ex-presidente Lula para receber o primeiro título Honoris Causa que a instituição concedeu a um latino-americano.
A informação é do jornal espanhol Pagina/12 e do próprio Globo, que, através da repórter Deborah Berlinck, chegou a fazer a Descoings a seguinte pergunta: “Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?”.
No relato da própria repórter de O Globo que fez essa pergunta constrangedora havia a insinuação de que o prêmio estaria sendo concedido a Lula porque o grupo de países chamados Bric’s (Brasil, Rússia, Índia e China) estuda ajudar a Europa financeiramente, no âmbito da crise econômica em que está mergulhada a região.
A jornalista de O Globo não informa de onde tirou a informação. Apenas a colocou no texto. Não informou se “agrados” parecidos estariam sendo feitos aos outros Bric’s. Apenas achou e colocou na matéria que se pretende reportagem e não um texto opinativo. Só esqueceu que o Brasil estar em condição de ajudar a Europa exemplifica perfeitamente a obra de Lula.
Segundo o relato do jornalista argentino do Pagina/12, Martín Granovsky, não ficou por aí. Perguntas ainda piores seriam feitas.
Os jornalistas brasileiros perguntaram como o eminente Sciences Po, “por onde passou a nata da elite francesa, como os ex-presidentes Jacques Chirac e François Mitterrand”, pôde oferecer tal honraria a um político que “tolerou a corrupção” e que chamou Muamar Khadafi de “irmão”, e quiseram saber se a concessão do prêmio se inseria na política da instituição francesa de conceder oportunidades a pessoas carentes.
Descoings se limitou a dizer que o presidente Lula mudou seu país e sua imagem no mundo. Que o Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula. E que por ele não ter estudo superior sua trajetória pareceu totalmente “em linha” com a visão do Sciences Po de que o mérito pessoal não deve vir de um diploma universitário.
O diretor do Science Po ainda disse que a tal “tolerância com corrupção” não passa de opinião, que o julgamento de Lula terá que ser feito pela história levando em conta a dimensão de sua obra, da qual destacou eletrificação de favelas e demais políticas sociais, e perguntou se foi Lula quem armou Khadafi. E concluiu para a missão difamadora da “imprensa” tupiniquim: “A elite brasileira está furiosa”.
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