A revista Carta Capital que está nas bancas traz excelente artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos:
“Lula e sua herança.”
“Um desigual” “No poder o ex-operário realizou a maior ruptura dos últimos 80 anos da República.”
Wanderley compara a herança de Lula com a de antecessores.
Sobre Fernando Henrique, desmonta a tese do consórcio PiG (*)/Tucanos de São Paulo: Lula só foi o que foi porque herdou de FHC.
Observa Wanderley, com uma faca só lâmina:
“Virtude e acaso encarnados em sujeitos distintos, operando em tempos sucessivos, a tese excitaria o falecido Maquiavel. Pace Niccolò, a história não é bem essa”.
Até Lula, lembra Wanderley, as maiores conquistas dos trabalhadores ocorreram no autoritarismo: a CLT com Vargas e o amparo ao trabalho rural, no Governo Médici.
Aliás, se valer apenas a contabilidade do PIB ou do PIB per capita, Médici ganha longe, de JK e Lula.
(FHC não entra nesse embate – nem com números nem nas conquistas dos trabalhadores – PHA)
Onde entra Lula ?
Na República.
O inédito aumento da massa de rendimento do trabalho.
O aumento real do salário mínimo: 54%.
A incorporação de 15 milhões de trabalhadores ao universo da carteira assinada.
O desemprego de 5,9% – espetacular !
Não houve qualquer repressão a movimentos populares, opiniões ou manifestações públicas.
Não houve cerceamento a qualquer forma de expressão de grupo conservador ou popular.
Foram promovidas 59 conferências, que reuniram 4 milhões de pessoas, para debater políticas públicas.
Lula ampliou o Acesso à Documentação Social Básica.
Segundo o IBGE de 2006, 12,6% da população não existia “oficialmente”: não tinha qualquer documento.
Entre 2003 e 2008, o numero de defensores públicos passou de 3.250 para 4.525 e o número de atendimentos jurídicos de 4,5 milhões para 9,6 milhões.
Justiça para os pobres !
O número de farmácias populares cresceu 1.826%.
E vendem remédio a preço de custo a um milhão de pessoas por mês.
87 milhões de brasileiros, no Governo Lula, foram ao dentista.
“Nos ‘anos dourados’ de JK, mesmo com PIB elevado, nem todos sorriam. Faltavam dentes”, diz Wanderley.
E conclui:
“É bem possível que a travessia iniciada por um estancieiro gaúcho, que pouco se ausentava do palácio do governo instalado em uma cidade marítima do Sudeste, esteja sendo encerrada por um ex-metalúrgico paulista, migrante nordestino, associado a uma mulher, ex-presa política de origem mineira. Tão Brasil .”
Clique aqui para ler sobre o que Wanderley disse recentemente a respeito de Padim Pade Cerra: a agenda da extrema direita brasileira está debaixo da batina dele.
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