Autor(es): Adriano Lafetá |
Correio Braziliense - 24/12/2010 |
Críticos extrapolam ao questionar a qualidade da aprovação popular do presidente da República. Desenvolvem verdadeiras teses para relativizar a importância dos 87% de apoio alcançados por Lula e dos 80% de ótimo ou bom conferidos pelo brasileiro ao governo dele. A mais simplória delas inflige a pecha de populista aos oito anos de bem-sucedidos (na avaliação do povo) mandatos para concluir que tudo se deve a programas sociais como o Bolsa Família. Algumas buscam dividir os louros com FHC! Outras traçam paralelos com ditaduras! Enfim, nunca jamais na história deste país tão poucos se esforçaram tanto para tapar o sol com a peneira. Essa minoria até se concede que o metalúrgico que ela própria menospreza pelo pouco estudo formal tenha o poder de enganar a todos o tempo todo. Mas é Natal e vale dar desconto aos maledicentes. Afinal, ao tomar um pau de arara do Nordeste para o Sudeste, disposta a melhorar a vida da família, nem dona Lindu (ninguém mesmo!) poderia imaginar que a viagem prosseguiria por décadas e o sonho singelo se revelaria realidade pródiga para milhões de outros brasileiros. Muito mais Lula fez do que tirar milhões da miséria e multiplicar emprego e renda, muito deixou de realizar, e pode-se avaliá-lo pelos dois ângulos. Só não se pode é negar que seu governo chega ao fim com aprovação popular sem precedentes e que esse é o diploma maior a ser almejado por todo político. No mais, no dia em que um governante concluir o mandato com tudo pronto, não precisará de sucessor. Preconceito, cegueira e má vontade alheios à parte, Lula se tornou um dos presidentes mais bem-avaliados da história pela excepcional qualidade de algumas de suas virtudes. Inteligência, capacidade de comunicação e de aglutinação e inflexível determinação política são algumas delas. Por fim, teve a altivez dos estadistas para não cair na tentação do terceiro mandato. E se herança maldita deixará aos sucessores, será o novo paradigma de aprovação popular a ser superado. Razão tinha dona Lindu, que certa vez disse do sétimo filho: “Este aqui vai ser gente, vai ter uma profissão”. Diante da situação da família, não seria pouco. Mas hoje vê-se o quanto a mãe do futuro metalúrgico foi modesta, ainda que já significasse enorme avanço a formação do jovem pelo Senai. Ponto exato, aliás, em que alguns — felizmente uma ínfima, embora barulhenta, minoria — gostariam que Lula tivesse parado. Comentários: um belo texto para falar, de forma concisa, do sucesso do filho de Dona Lidu. Na verdade, de alguns articulistas da velha mídia não se pode esperar nada porque escrevem para determinados nichos de pessoas ligadas aos partidos que fazem oposição ao governo Lula. |
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sábado, 25 de dezembro de 2010
Razão tinha dona Lindu
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