Translate / Tradutor

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Para vencer as eleições em 2010 Serra conta a midia para convencer o povo brasileiro de que o governo Lula é uma continuidade do governo de FHC e ele próprio




Vendo que será impossível impedir a comparação entre o governo FHC e o governo Lula, a mídia tucana vai tratando de tentar municiar o governador José Serra com manchetes de jornal e dados truncados para ele tentar vender à população que ela (a população) apenas está sendo injusta por repudiar como repudia o ex-presidente.

Para esse fim, o conclave conservador de centro-direita integrado pelo PSDB, pelo PFL, por Globos, Folhas, Vejas, Estadões e clones, conta com um séquito de “colunistas” e “blogueiros” cujas finalidades a que se prestam vão do assassinato de reputações ao puro e simples proselitismo político dissimulado ao ponto de insultar cada inteligência deste país.

Um desses colunistas, do tipo que faz proselitismo, é Elio Gaspari. Escreve no Globo e na Folha de São Paulo, além de em outros veículos dos quais não me lembro. No domingo, ele escreveu uma empulhação imensa em benefício do ex-presidente da República tucano, o qual a mídia tenta reviver 365 dias por ano desde que ele deixou o Poder sob a maior e mais silenciosa vaia que o Brasil já deu em um político.

Trata-se do seguinte:


3 de Janeiro de 2010

ELIO GASPARI

Não foi o PT nem o PSDB, foram os dois

Desde 1996 a linha da melhoria da vida do andar de baixo é contínua, sem inflexões

O PROFESSOR Claudio Salm investigou os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1996 e 2002 (anos tucanos) e daí a de 2008 (anos petistas). Ele verificou que a ideia segundo a qual Nosso Guia mudou radicalmente a vida do andar de baixo nacional é propaganda desonesta. Estimando-se que no andar de baixo estejam cerca de 50 milhões de pessoas (25% da população), o que se vê nas três Pnads estudadas por Salm é uma linha de progresso contínuo, sem inflexão petista.

Em 1996, quando Fernando Henrique Cardoso tinha um ano de governo, 48,5% dos domicílios pobres tinham água encanada. Em 2002, ao fim do mandato tucano, a percentagem subiu para 59,6%. Uma diferença de 11,1 pontos percentuais. Em 2008, no mandato petista, chegou-se a 68,3% dos domicílios, com uma alta de 8,7 pontos.

Coisa parecida sucedeu com o avanço no saneamento. Durante o tucanato, os domicílios pobres com acesso à rede de esgoto chegaram a 41,4%, com uma expansão de 9,1 pontos percentuais. Nosso Guia melhorou a marca, levando-a para 52,4%, avançando 11,3 pontos.

O acesso à luz elétrica passou de 79,9% em 1996 para 90,8% em 2002. Em 2008, havia luz em 96,2% dos domicílios pobres.

Esses três indicadores refletem políticas públicas. Indo-se para itens que resultam do aumento da renda e do acesso ao crédito, o resultado é o mesmo.

Durante o tucanato, os telefones em domicílios do andar de baixo pularam de 5,1% para 28,6%. Na gestão petista, chegaram a 64,8% das casas. Geladeira? 46,9% em 1996, 66,1% em 2002 e 80,1% em 2008.

O indicador da coleta de lixo desestimula exaltações partidárias. A percentagem de domicílios pobres servidos pela coleta pulou de 36,9% em 1996 para 64,4% em 2008. Glória tucana ou petista? Nem uma nem outra. O lixo é um serviço municipal.
Nunca antes na história deste país um governante se apropriou das boas realizações alheias e nunca antes na história deste país um partido político envergonhou-se de seus êxitos junto ao andar de baixo com a soberba do tucanato.

Vejam só que coisa. Então FHC melhorou tanto a vida do povo quanto Lula e este povo preconceituoso, só porque o ex-presidente é um “mauricinho” do Jet Set Internacional com alguns títulos pomposos, não reconhece o feito do tucano enquanto se derrama de amores pelo peão, ignorante, sem-dedo, beberrão e outras coisas que eles dizem que é melhor nem dizer.

Essa, enfim, é a tese: o povo seria ingrato.

Não, meus caros, não é por isso. É porque o tal professor Claudio Salm andou pinçando dados e, assim, aparece essa similitude entre avanços sociais. Acontece que o espectro de itens a considerar para dizer que os dois períodos presidenciais resultaram nos mesmos benefícios à população, é muito mais amplo.

Ao considerar apenas alguns itens da cesta, não se considerou o avanço da renda, a saída de 32 milhões de brasileiros da miséria, o Brasil ter se tornado um país com mais da metade da população na classe média, o ensino superior ter sido popularizado, permitindo aos negros chegarem à universidade como nunca antes neste país.

Fiquei pensando: mas que danadinho esse professor Salm. Por que ele fez isso? Daí decidi fazer uma buscazinha no Google e encontrei o seguinte:


Claudio Leopoldo Salm é graduado pela Faculdade de Economia, UFRJ, 1963 e fez Mestrado: Programa de Estudos Econômicos Latino-Americanos para Graduados (ESCOLATINA) pela Universidade do Chile, 1965/67; Dissertação aprovada em 1969. Doutorado: em Economia, pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, 1978/79; Tese aprovada em 1980. Atualmente é Consultor da Fundap – Fundação do Desenvolvimento e Administrativo, SP e Pesquisador-bolsista do Instituto de Economia da UFRJ

Notaram? Fundap. Outra busca no Google e se descobre mais um pouco sobre esse cavalheiro. Vejam só:

Criada pela Lei n. 435, de 24/9/74, a Fundap teve seus estatutos aprovados em 1976, data de sua efetiva instalação e do início de seus trabalhos. Atualmente vinculada à Secretaria de Gestão Pública do Estado de São Paulo.

Governo do Estado de São Paulo, é? Consultor, não? Olhe, pessoal: pelo sim, pelo não, cuidado com esse Elio Gaspari – e com todos os outros. Ele chuta os vossos traseiros e vocês ainda pedem desculpas por estar de costas.

Nenhum comentário: