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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SOFREGUIDÃO UDENISTA: FALTAM DUAS CAPAS DE VEJA.


A ORDEM NO DISPOSITIVO MIDIÁTIO DEMOTUCANO É MANDAR ÀS FAVAS O MANUAL DE REDAÇÃO

A coalizão demotucana e seu dispositivo midiático atiram-se com sofreguidão em qualquer 'língua negra' que desponte no solo ressequido da semeadura eleitoral demotucanao. Como tem dito todos os seus colunistas de forma mais ou menos desabrida, às vezes escancarada, a exemplo de Fernando Rodrigues, da Folha, há uma 'encomenda' em licitação aberta no mercada de compras do denuncismo lacerdista: "...é necessário um escândalo de octanagem altíssima (com fotos e vídeos de dinheiro) ...', especificou o jornalista em seu blog do dia 14-09. Na ausencia de oferta equivalente, usa-se por enquanto o que aparecer. Apareceu um 'empresário' indignado com supostas práticas de lobby, segundo ele, encasteladas na engrenagem da Casa Civil do governo, comandada pela agora ex- iministra Erenice Guerra. A Folha elevou-o à condição de paladino da honestidade. Esponjou-se no material pegajoso derramado da obscura tubulação. Claro, há o Manual de Redação, sobretudo as aparências de uma redação. Muito lateralmente, então, informa-se na 'reportagem-derruba Dilma' que a fonte da indignação cívica que adiciona um novo tempero à mesmice do cardápio diário apregoado pelos Frias inclui em sua folha corrida o envolvimento comprovado com roubo de carga e falsificação de 'notas de cinquenta reais, além de crime de coação, não detalhado. Há pouco tempo e espaço para detalhes, porém. Faltam 15 dias apenas para o pleito e o próprio instituto de pesquisas do jornal agora dá vantagem de 24 pontos para Dilma sobre Serra. Nem o mínimo cuidado com a averiguação de valores se observa.O escroque, que já cumpriu pena de 10 meses de cadeia, lambuzou a Folha com cifras suculentas e isso era o bastante: a negociata envolveria a 'facilitação' para um empréstimo de R$ 9 bilhões junto ao BNDES , desde que em contrapartida fossem desviados quase R$ 500 milhões a intermediários de uma cadeia supostamente liniciada com parentes ou subalternos da ministra Erenice Guerra para desembocar em caixas de campanha de candidatos do governo. Se a sofreguidão da Folha fosse menor, o jornalista, quem sabe seu editor, quiça o próprio diretor do jornal teriam tido a cautela de verificar a existência no BNDES de projeto e valores mencionados, já que o acepipe oferecido pelo ladrão de carga de tempero remetia à liberação de financiamento parado na instituição. Se tal fosse a prática da Folha, o leitor teria a oportunidade de saber, em primeiro lugar, que os valores relatados nunca existiram. Mais que isso, o projeto em questão, diz a nota do BNDES divulgada hoje,"...foi encaminhado por meio de carta-consulta, solicitando R$ 2,25 bilhões (e não R$ 9 bilhões como afirma a reportagem) para a construção de um parque de energia solar. O BNDES considerou que o montante solicitado era incompatível com o porte da referida empresa.E vetou o projeto. Tudo isso, claro, macularia um pouco a força da manchete de seis colunas com duas linhas bombásticas saídas do esponjamento da Folha no material viscoso que lhe foi servido por um ladrão de carga de condimento. Não há tempo para tais minúcias. Faltam 15 dias e apenas duas capas de VEJA para detonar a vantagem de Dilma e obter uma sobrevida que leve Serra ao 2º turno. Essa é a lógica do que vem por aí. A esposa de Serra já diz em campanha de rua que "ela [Dilma] quer matar as criancinhas". Nas redações circulam rumores de que o comando demotucano está interessado em depoimentos de parentes de militares mortos em confrontos com grupos da esquerda armada nos anos 70. Em especial se houver, ao menos, uma pitada de insinuação de comprometimento de Dilma Rousseff. Tudo feito com o mesmo rigor e isenção dos últimos decibéis emitidos pelo udenismo midiático.
(Carta Maior; 17-09)

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