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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pimentel fala de sua amizade com Dilma Rousseff e relembra o período de resistência à ditadura

PIMENTEL 133

Se hoje Dilma Rousseff e Fernando Pimentel (PT) concorrem a cargos políticos importantes – ela busca a Presidência e ele o Senado Federal – nos anos 60 e 70, os dois tinham apenas um sonho em mente: viver em um país democrático. “Nós não tínhamos essa expectativa. A gente lutava por um Brasil justo, livre, democrático, solidário, fraterno, por uma sociedade justa com todos”, afirmou o candidato do PT em entrevista a uma emissora de televisão nesta segunda-feira, dia 27. Pimentel falou sobre a sua amizade com a ministra, construída a partir da luta pela democracia.

Eles se conheceram no ano de 1968, em Belo Horizonte, e juntos participaram de movimentos estudantis, organizaram passeatas e assembleias contra o regime ditatorial. Nesta época, Pimentel ainda era um estudante secundarista e Dilma já frequentava a universidade. A casa da mãe da ministra, no bairro São Pedro, era o ponto de encontro de vários estudantes, que se reuniam ali para discutir política, ler e planejar ações de resistência. “Eu me lembro bem dessa época e lembro muito da dona Dilma também, mãe da Dilma, nos recebendo em casa, fazendo um cafezinho e um pão de queijo pra gente nas reuniões que a gente fazia na casa dela”, contou.

Nos encontros, o assunto era predominantemente política. “Discutíamos a resistência à ditadura militar, a tática que iríamos usar na próxima passeata, na próxima manifestação, o panfleto que íamos soltar, o jornal da escola, este tipo de coisa que os estudantes faziam e ainda hoje fazem, só que agora em um contexto democrático”, relembrou Pimentel.

O fato de a ministra hoje disputar o cargo mais importante do país é motivo de orgulho para Pimentel. “Para a nossa geração, pra todos nós que lutamos por esse ideal democrático, saber que um, ou melhor, uma de nós chegou lá, é um orgulho muito grande”, disse. Para o candidato, desde essa época, a ministra já se destacava entre os demais estudantes do grupo. “A Dilma sempre foi teve uma capacidade intelectual muito grande e sempre se sobressaiu por isso. Uma capacidade de análise e uma percepção da realidade muito aguda”, descreveu.

Tortura

Durante o período de resistência à ditadura, muitos jovens que se engajaram na luta pela democracia foram presos e torturados, o que não foi diferente para Pimentel e Dilma. Eles foram presos na mesma época, em 1970, e, assim como milhares de outros estudantes, passaram por interrogatórios e um período de tortura.

Para Pimentel, este fato, apesar de ter acarretado muito sofrimento à Dilma, trouxe também muito amadurecimento. “Ela sofreu muito, mas isso não a desestruturou. A Dilma recolheu dessa experiência um amadurecimento humano muito grande. Sofreu sim, mas hoje é uma pessoa melhor, mais amadurecida, mais tolerante com o ser humano em geral”, ressaltou.

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