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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Em megacomício em SP, Dilma fala em "vitória da paz e da alegria"


 Dilma no comício em SP Após comício, Dilma foi ao encontro da militância cumprimentar e agradecer pelo apoio

Portal Vermelho

Um comício de cerca de uma hora em São Paulo, marcado por forte chuva, mas mesmo assim lotado e com a militância animada, encerrou a fase de grandes comícios da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. O presidente Lula, Dilma e os candidatos ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT), e ao Senado, Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PCdoB), fizeram discursos empolgantes no evento que aconteceu no Sambódromo.

Durante seu discurso, Dilma pregou o amor para cativar a audiência. A petista rememorou a campanha de 2002, quando a "esperança venceu o medo" --que estaria se repetindo neste pleito. "Nós vencemos o medo em 2002. Novamente vamos vencer o medo, mas agora não damos só esperança: damos o amor, que vai derrotar o medo e o ódio", afirmou em seu discurso.

Dilma assumiu com os eleitores o compromisso de acabar com a miséria no país, de dar educação e saúde de qualidade para o povo brasileiro, de evitar que as crianças e jovens sejam vítimas do crack e de transformar o país num país de classe média pujante.

O evento do Sambódromo serviu também para convocar a militância para um esforço final atrás de votos. Ao final, a petista pediu duas coisas aos brasileiros: “Primeiro eu quero pedir serenidade, porque temos propostas, estamos no caminho certo. Serenidade porque ninguém pode tirar a gente do rumo e do prumo. E quero pedir determinação para ir às ruas e buscar até o último voto. Determinação para ter a vitória no dia 3 de outubro. O amor pelo povo brasileiro vai fazer dessa vitoria uma vitoria da paz e da alegria”, afirmou.

Na entrevista posterior, disse que não se considera eleita no primeiro turno. "Não vou subir no salto alto. Seria um desrespeito à população brasileira. Quero ser a primeira presidente, mas não faço prognóstico", disse a petista.






Dançando na chuva

Antes dela, Netinho, Marta Suplicy e Aloizio Mercadante haviam celebrado o momento. Músicas do candidato ao Senado foram transformadas em jingle de campanha. Versos de Cohab City, da época de Negritude Júnior, viraram, por exemplo, “O Brasil agora é diferente / Lula abriu novo caminho” - antes, cantaria-se "Netinho, também tô chegando / Não vou te deixar sozinho."

Mercadante teve o discurso mais enfático, talvez porque seja o que enfrenta a situação mais complicada: precisa levar para o segundo turno a disputa em São Paulo com Geraldo Alckmin (PSDB), ao passo que Marta e Netinho lideram as pesquisas para o Senado. Após dançar com Dilma o jingle de sua campanha, o senador ponderou que jamais se poderá apagar da história do Brasil o governo Lula e o movimento de massas em torno do presidente. “Essa militância é o patrimônio do nosso projeto. Eles (PSDB) podem ter mais tempo de TV, mais dinheiro e mais poder na imprensa, mas nunca vão comprar a garra, a dignidade de vocês.” Para ele, se a crise financeira internacional foi, por aqui, uma marolinha, a vitória petista no Brasil será um tsunami.



Coração corinthiano

Ao lado de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também discursou e não tocou em temas polêmicos, como é praxe em comício de encerramento de campanha. Lula começou com seus típicos comentários sobre futebol. "Estou com o coração partido, o coração magoado porque o Corinthians perdeu para o Internacional da Dilma", brincou no início da fala.

Lula também aproveitou para ironizar a derrota do São Paulo por 3 a 0 para o Goiás, a vitória por 4 a 1 do Santos contra o Cruzeiro e o triunfo por 3 a 1 do Palmeiras contra o Flamengo, no Rio de Janeiro, todos os jogos válidos pela 25ª rodada da Série A.

Ele ainda disse que visitou o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, no hospital e brincou com o amigo palmeirense dizendo que seu coração precisava passar por experiência corintiana. "É difícil para um corintiano dizer isso, mas foi bom, até porque o Felipão está lá e se não ganhasse ele poderia ir embora. Sexta visitei o Belluzzo, que está internado. E o coração dele precisa de uma experiência corintiana para sair logo do hospital", encerrou. Belluzzo sofreu um mal-estar, com dores no peito, na última segunda e teve que realizar um cateterismo.

Mas a maioria do tempo o presidente falou da capitalização da Petrobras que aconteceu na sexta anterior. "Nunca antes na história do planeta Terra houve uma capitalização como essa. E não foi nos Estados Unidos. Não foi na China. Foi no Brasil", comemorou o mandatário, dando dimensão global ao seu chavão preferido ("Nunca antes na história desse país").

Quando foi pedir votos para os candidatos da coligação que estavam no palanque, aproveitou para comentar o acirramento de ânimos nessa reta final de campanha. "Aprendi muito com o radicalismo dos anos 70, 80 e 90, para agora virar um dirigente maduro."

Lula pediu entusiasmo para os últimos dias de campanha e anunciou uma agenda intensa até o domingo, que incluem um comício em São Bernardo do Campo na quinta-feira, sem Dilma, e uma caminhada na sexta. "Vai ser uma caminhada silenciosa, mas apaixonada." Dilma afirmou que também estaria presente nesse evento. O presidente voltou a pedir votos a Aloizio Mercadante, Marta e Netinho, afirmando que "o tempo dos tucanos em São Paulo acabou".

Lula também disse que o Congresso deve votar no ano que vem uma norma para que o título de eleitor já venha com foto para evitar dificuldades na hora da votação.



Apoio de Russomano

Após o comício, Dilma recebeu o apoio do candidato do PP ao governo paulista, Celso Russomanno, a sua candidatura presidencial. "Declaro meu apoio à candidatura de Dilma porque ela tem o melhor programa entre os candidatos. É o momento propício para anunciar isso", afirmou Russomanno, durante entrevista coletiva concedida à imprensa. "Eu recebo o apoio com muita satisfação. O arco de forças que apoia minha candidatura está completo", agradeceu Dilma há seis dias das eleições gerais de domingo.

Apesar de não apoiar Dilma oficialmente em nível nacional, o PP liberou seus filiados para apoiar quaisquer dos presidenciáveis. O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente da sigla, chegou a ser cotado para ser vice na chapa do tucano José Serra.

Sobre a disputa estadual, Russomanno afirmou que continua candidato e não disse se apoiaria seu rival petista Aloizio Mercadante em um possível 2º turno. "Eu vou para o segundo turno", afirmou.



Faixas de apoio a Lula e contra Veja e Folha

O público de cerca de 35 mil pessoas, formado por caravanas de diversos bairros e cidades de São Paulo, enfrentou chuva forte, que se intensificou durante os discursos de Dilma e Lula. A plateia puxou o coro "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e ainda desfraldou uma bandeira gigante com a frase "Valeu, companheiro Lula".

Já Mercadante fez alusão à polêmica entre Lula e a imprensa nos últimos dias, afirmando que o partido rival tem "mais força na imprensa". No público também haviam faixas de protestos contra a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo, mostrando o clima acirrado entre os petistas em relação a alguns meios de comunicação neste fim de primeiro turno.

Daniela Lima, de 25 anos, queria entregar a Lula uma faixa dizendo que era sua fã e que admirava suas conquistas. “Nunca fui empolgada com política, mas te digo que o Lula é um cara que não desiste nunca. Estou muito feliz de presenciar esse momento. O que mais mudou foi o orgulho de ser brasileiro, a afirmação do brasileiro.”

“É o fechamento de uma campanha vitoriosa. Estou vendo uma mobilização que não via há muito tempo”, resumia o deputado federal José Genoino (PT), que circulava pelo meio da multidão.


Da redação,
com informações do UOL e Rede Brasil Atual

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