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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Todos os caminhos da quebra do sigilo levam para Minas. Entenda o caso.

Escrevinhador - Rodrigo Vianna.

Um cheiro de pão de queijo no ar! Mineiro só é solidário no câncer! E os boatos…

publicada sexta-feira, 03/09/2010 às 17:23 e atualizada sexta-feira, 03/09/2010 às 19:08
Atualização - Desde que a campanha eleitoral começou, nunca houve uma tarde com tantos boatos: pelo twitter, pelo telefome, pelo e-mail… Sobram boatos. 1) “Veja” e “Época” trariam matérias (de capa?) sobre Amaury, o jornalista que investigou as estranhas relações empresariais da família Serra (seria uma forma de manter o “escândalo” vivo, apesar de tudo apontar para Minas, e não mais para Brasilia?); 2) o “JN” da Globo estaria preparando materia especial, para retroalimentar o escândalo; uma fonte do Jardim Botânico confirmou ao blog “Doladodelá” que a reportagem em preparação incluiria até ataques a blogueiros (será mesmo?); 3) Quem andou hoje pelos corredores da Polícia Federal de São Paulo (onde o contador Atella foi interrogado) ouviu a informação de que as investigações levam a um “secretário de governo” (do governo mineiro? de alguma Prefeitura?).  Boatos e fatos. Que, por hora, não mexem nas pesquisas. Serra só cai. A pesquisa diária Vox/Band/IG apontou hoje Dilma 52% e Serra 24%.
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Estranhei hoje quando ouvi o comentário de Merval Pereira, na CBN. O tema era o vazamento na Receita Federal – claro. Pensei: lá vem bomba na Dilma! Que nada. Pegou leve. Preferiu uma crítica institucional à falta de controles mais rígidos na Receita Federal.
Uai, diria o mineiro (e vocês logo entenderão porque o sotaque mineiro grudou hoje em mim), mas a turma dos colunistas da Globo/Veja/Folha não acha que a culpa foi da Dilma e que caminhamos para um Estado policial no Brasil, ou para o “stalinismo” como disse hoje a tal Eliane na “Folha? De repente, mudaram o foco?
Êta trem doido.
Mais tarde, li o Cláudio Humberto. Ele não é propriamente um jornalista simpático ao PT. Vejam o que escreveu o Cláudio Humberto (ex-porta-voz de Collor) em seu blog: “A investigação sobre a violação do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato José Serra, atribuída a “aloprados” do PT, pode revelar a surpresa de ter sido obra dos próprios tucanos. Na época, setembro de 2009, havia uma guerra interna pela indicação do PSDB para a disputa presidencial. Aliados de Aécio Neves atribuíam à turma de Serra a produção de dossiês contra o então governador de Minas. E vice-versa.”
Na verdade, nos últimos dois dias, não se fala de outra coisa nos bastidores do jornalismo: o fogo amigo tucano teria deixado um cheiro de pão de queijo no ar.  Como agora a imprensa amiga de Serra vai sustentar a tese do “Estado policial” a serviço de Dilma?
Seria esse o motivo de o principal assessor de comunicação de Serra andar doido atrás de Amaury Ribeiro Junior, jornalista que investigou as privatizações e as estranhas relações de Serra e Verônica com certo empresário, e vai transformar isso tudo em livro? Por que o Marcio Aith, assessor de Serra, andou telefonando à procura de Amaury? O jornalista acaba de ser contratado pela TV Record de São Paulo, e tem preferido manter distância dessa barafunda eleitoral. O Amaury, com sua típica fala entrecortada, já disse a vários colegas: “vou publicar meu livro assim que passar a eleição, e aí, com documentos e tudo, ficará muito clara a relação de Serra com aquele empresário”.
Sobre o cheiro de pão de queijo no ar, recomendo também o texto imperdível de Idelber Avelar, no “Biscoito Fino e a Massa”. É uma fábula apenas. Trata-se de uma conversa entre dois homens de imprensa de Minas. Eles falam sobre personagens poderosos, uns tais de Ecim, Careca  e Rick. Diálogo pontuado pelo inconfundível sotaque mineiro. A história acaba por comprovar a velha frase que Nelson Rodrigues atribuía a Otto Lara Resende: o mineiro só é solidário no câncer.
Confiram…

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