Daniela Milanese, LONDRES - O Estado SP
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu entre 1,8% e 2% no segundo trimestre, na comparação com os primeiros três meses do ano, revelou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O número, a ser anunciado oficialmente na próxima sexta-feira, aponta que o País saiu da recessão.
No primeiro trimestre, a economia brasileira encolheu 0,8%, depois de recuar 3,6% de outubro a dezembro do ano passado, quando a turbulência externa atingiu em cheio a atividade nacional. Com a retomada do crescimento, o Brasil deixa o período de retração econômica mais rapidamente do que os países desenvolvidos, onde a recessão se prolongou por um ano.
Segundo Mantega, em julho e agosto, a economia deu fortes sinais de aceleração em razão da retomada da produção industrial, pois as medidas de combate à crise estão surtindo efeito.
Mesmo assim, o ministro é contra a adoção de estratégias de saída neste momento e avalia que as medidas anticíclicas devem ser mantidas no País, ponto defendido também pelos demais Brics, que se reuniram ontem em Londres, antes do encontro de ministros de G-20, marcado para hoje. “Estamos no rumo certo, sem necessidade de correção”, afirmou.
Mantega avalia que ainda não é preciso reverter os estímulos porque o Brasil não teve o mesmo comprometimento fiscal que os outros países - os pacotes no País representaram apenas 1% do PIB. Conforme o ministro, a economia voltará a andar sozinha no futuro, mas esse momento ainda não chegou.
Mantega afirmou que não há novas desonerações à vista no Brasil. No entanto, continuará alerta. Ele mantém a previsão de crescimento de 1% do PIB neste ano e espera aumento de 5% em 2010.
RISCO ‘W’
O ministro acredita que as medidas anticíclicas adotadas para combater a crise mundial precisam ser mantidas. Segundo ele, apesar da recuperação econômica, ainda não é o momento para colocar em prática as estratégias de saída.
“Tenho receio de que, se precipitarmos a saída, poderemos ver um movimento de ‘W’ (duplo mergulho na recessão)”, afirmou. Mantega admitiu que alguns países estão preocupados com o crescimento do déficit público.
“Mas a melhor forma de reduzir o déficit é com crescimento econômico”, disse. O ministro lembrou que o Brasil não precisou gastar tanto como outros países e já voltou a crescer no segundo trimestre - o que torna mais fácil o equilíbrio das contas públicas.
Fonte: blog Leituras do Favre
Nenhum comentário:
Postar um comentário