Concordo com o texto abaixo do Azenha e este texto vai ao encontro do post NÃO TEREMOS O PMDB NA CHAPA DA DILMA que escrevi recentemente. Neste momento, o SERRA já fechou aliança com o PMDB do RS, SP, PE, MG, possivelmente BA, PR, SC, PA, MS, sem contar outros estados menos expressivos eleitoralmente.
Num quadro de escassez, expresso na crise econômica internacional, a disputa pelo controle dos recursos -- e de como gastá-los -- deve se acirrar em todo o mundo. No Brasil não é diferente. Essa disputa passa pelas eleições de 2010.
Lula, no poder, se comportou como um sindicalista pragmático. Preferiu os acordos de bastidores às ruas. Não trabalhou para estimular, organizar ou vitaminar movimentos políticos de sustentação às propostas de seu governo. Não trabalhou para aprofundar a democracia, isto é, para engajar politicamente os que ascenderam economicamente graças às políticas sociais de seu governo. O que explica a vitória de Gilberto Kassab em bolsões de classe média baixa em São Paulo: eleitores beneficiados por programas do governo federal, despolitizados, gravitaram para o candidato com o melhor marketing televisivo.
Já contei aqui sobre o comício final de Marta Suplicy, que teve a presença de Lula: um belíssimo cenário para gravar a propaganda mas nenhuma vibração popular. Vitória completa da forma sobre o conteúdo, do marketing sobre a política.
Agora, às vésperas de 2010, Lula costura de novo para o centro. O governador José Serra faz o mesmo. Serra limou Yeda Crucius de sua coalizão. A Veja já fez duas reportagens seguidas prevendo a hecatombe da tucana gaúcha. O PSDB já deve ter fechado acordo com José Fogaça, do PMDB, para apoiá-lo como candidato a governador em 2012, em troca de apoio no ano que vem.
Os aliados conservadores de Lula são José Sarney e Michel Temer, o que explica o furor midiático em relação à "farra das passagens". Se ambos fossem aliados de Serra o Congresso não estaria "em crise", nem mereceria tamanha cobertura do eixo midiático Veja-Globo-Folha.
A Folha Online anuncia um acordo entre Serra e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pelo qual este seria vice na chapa tucana. Com isso o governador paulista reduz ainda mais a margem de manobra de Lula no PMDB e deixa o presidente da República no colo do trio Sarney-Temer-Renan.
Os acordos acima citados reforçam a posição de Serra no Sul e no Sudeste. Mais ainda se considerarmos que a crise econômica internacional está longe de acabar, que teremos um crescimento interno reduzido este ano e apenas razoável em 2010.
Em entrevista à CartaCapital, Dilma Rousseff disse: "A eleição do Lula, do Evo, da Michelle, da Cristina, do Hugo Chávez, marcam um processo de democratização muito comprometido com os povos dos paises nos quais ocorre".
A diferença é que, no Brasil, o "processo de democratização" foi superficial, não-orgânico e, hoje, depende da sobrevivência política do símbolo dele, Lula. Diante do quadro que descrevi, fiquem de olho: devem aumentar os pedidos para um terceiro mandato ou para que o presidente saia de vice na chapa de Dilma Rousseff.
Quantos bilhões de dólares vale o pré-sal? Quantos bilhões de dólares valem os minérios no subsolo brasileiro? A direita, que nunca chegou a perder o controle da riqueza, vem aí faminta por privatizar cada centavo desses bens públicos, para tomar de volta as migalhas que Lula distribuiu.
Tudo isso muito bem articulado com a mídia. A Globo deu o passo inical da CPI da Petrobrás. A Veja detona a candidatura da governadora Yeda. A Folha faz o papel de desconstruir a candidatura de DILMA. E juntas vão criando um denuncismo no Congresso para quebrar a aliança entre PT e PMDB.
Que tem outro objetivo de passar imagem para a população que o Brasil vive uma verdadeira corrupção durante o governo Lula. O objetivo é este, cansar o povo pelas constantes reportagens de corrupção no CONGRESSO para favorer SERRA, o homem probo, honesto, grande gestor e que vai limpar o Brasil.
São ações muito bem combinadas, articuladas sob o comando do TUCANALHA SERRA.
Veja o texto abaixo do AZENHA. Eu assino embaixo porque o PT tem dificuldade de visão estratégica, mesmo porque a briga interna, os projetos pessoais dificultam a construção de um grande partido de esquerda, programático para um projeto de desenvolvimento do Brasil.
Eu entendo a eleição do governo Lula como transição. Ele criou espaços para o próximo governo para aprofundar as políticas progressistas que este país precisa de um verdadeiro governo de esquerda. Eu aposto que a Dilma, pela capacidade de enfrentamento, possa ter este perfil e compromisso de transformar este país.
Não esqueçam, tudo isso, cobertura da mídia da forma que é feita, CPI, tem o comando do TUCANALHA SERRA de dentro do Palácio dos Bandeirantes. Eu estou assombrado com a capacidade deste canalha covarde em articular esta trama e da possibilidade de controlar o Brasil e a mídia nacional, já tendo o controle de SP.
O que será do povo brasileiro? Pobre Brasil - que Deus tenha misericórdia do povo brasileiro e desta pátria.
Apresenta-se como bom moço, mas é uma cobra cascavel esperando o momento certo do bote. Ele trabalha nas surdinas.
Mais uma questão: o PT deve tirar lição da derrota de SP. A direita fez uma campanha de sucesso para eleger um político sem discurso e incompetente como o Kassab. E esta foi um balão de ensaio para a direita ganhar as eleições de 2010.
O que é certo é que o SERRA tem lições a aprender com as derrotas do PSDB de 2002 e 2008 e da vitória nas eleições de 2008 para a prefeitura de SP. Ele está sendo orientado pelos institutos de pesquisa Data Folha e IBOPE. Sabe que o programa bolsa família é forte eleitoralmente, sabe que o PAC ainda não tem um impacto eleitoralmente e sabe que não pode bater de frente com o presidente Lula.
Agora, cogita-se de lançar uma carta social ao povo brasileiro. Bem, o importante é que nós estamos consciente disso e vamos para a guerra, para tudo ou nada, com PMDB e sem PMDB.
Que a blogosfera de esquerda se prepare e que o PT tome consciência do grande desafio que é derrotar esta direita muito bem organizada.
A direita vem aí, faminta
por Luiz Carlos Azenha
Ninguém é "de direita" no Brasil. Ninguém assume ser de direita. Mas ela existe, se esconde sob diversos disfarces e representa uma aliança entre grandes interesses econômicos internacionais e grandes interesses econômicos nacionais subordinados àqueles. O tal pacto de elites. Elas fazem concessões pontuais para preservar o essencial: o controle da terra, do subsolo e dos recursos naturais.
O presidente Lula não representou um rompimento com isso. Ele costurou alianças em direção ao centro para garantir a "governabilidade". Hoje o agronegócio manda na agricultura e no meio ambiente, os banqueiros controlam o Banco Central e os recursos naturais do Brasil estão entregues a interesses privados -- da Vale do Rio Doce aos parceiros estrangeiros da Petrobras.
por Luiz Carlos Azenha
Ninguém é "de direita" no Brasil. Ninguém assume ser de direita. Mas ela existe, se esconde sob diversos disfarces e representa uma aliança entre grandes interesses econômicos internacionais e grandes interesses econômicos nacionais subordinados àqueles. O tal pacto de elites. Elas fazem concessões pontuais para preservar o essencial: o controle da terra, do subsolo e dos recursos naturais.
O presidente Lula não representou um rompimento com isso. Ele costurou alianças em direção ao centro para garantir a "governabilidade". Hoje o agronegócio manda na agricultura e no meio ambiente, os banqueiros controlam o Banco Central e os recursos naturais do Brasil estão entregues a interesses privados -- da Vale do Rio Doce aos parceiros estrangeiros da Petrobras.
Num quadro de escassez, expresso na crise econômica internacional, a disputa pelo controle dos recursos -- e de como gastá-los -- deve se acirrar em todo o mundo. No Brasil não é diferente. Essa disputa passa pelas eleições de 2010.
Lula, no poder, se comportou como um sindicalista pragmático. Preferiu os acordos de bastidores às ruas. Não trabalhou para estimular, organizar ou vitaminar movimentos políticos de sustentação às propostas de seu governo. Não trabalhou para aprofundar a democracia, isto é, para engajar politicamente os que ascenderam economicamente graças às políticas sociais de seu governo. O que explica a vitória de Gilberto Kassab em bolsões de classe média baixa em São Paulo: eleitores beneficiados por programas do governo federal, despolitizados, gravitaram para o candidato com o melhor marketing televisivo.
Já contei aqui sobre o comício final de Marta Suplicy, que teve a presença de Lula: um belíssimo cenário para gravar a propaganda mas nenhuma vibração popular. Vitória completa da forma sobre o conteúdo, do marketing sobre a política.
Agora, às vésperas de 2010, Lula costura de novo para o centro. O governador José Serra faz o mesmo. Serra limou Yeda Crucius de sua coalizão. A Veja já fez duas reportagens seguidas prevendo a hecatombe da tucana gaúcha. O PSDB já deve ter fechado acordo com José Fogaça, do PMDB, para apoiá-lo como candidato a governador em 2012, em troca de apoio no ano que vem.
Os aliados conservadores de Lula são José Sarney e Michel Temer, o que explica o furor midiático em relação à "farra das passagens". Se ambos fossem aliados de Serra o Congresso não estaria "em crise", nem mereceria tamanha cobertura do eixo midiático Veja-Globo-Folha.
A Folha Online anuncia um acordo entre Serra e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pelo qual este seria vice na chapa tucana. Com isso o governador paulista reduz ainda mais a margem de manobra de Lula no PMDB e deixa o presidente da República no colo do trio Sarney-Temer-Renan.
Os acordos acima citados reforçam a posição de Serra no Sul e no Sudeste. Mais ainda se considerarmos que a crise econômica internacional está longe de acabar, que teremos um crescimento interno reduzido este ano e apenas razoável em 2010.
Em entrevista à CartaCapital, Dilma Rousseff disse: "A eleição do Lula, do Evo, da Michelle, da Cristina, do Hugo Chávez, marcam um processo de democratização muito comprometido com os povos dos paises nos quais ocorre".
A diferença é que, no Brasil, o "processo de democratização" foi superficial, não-orgânico e, hoje, depende da sobrevivência política do símbolo dele, Lula. Diante do quadro que descrevi, fiquem de olho: devem aumentar os pedidos para um terceiro mandato ou para que o presidente saia de vice na chapa de Dilma Rousseff.
Quantos bilhões de dólares vale o pré-sal? Quantos bilhões de dólares valem os minérios no subsolo brasileiro? A direita, que nunca chegou a perder o controle da riqueza, vem aí faminta por privatizar cada centavo desses bens públicos, para tomar de volta as migalhas que Lula distribuiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário