“Os brasileiros reagirão contra essa manobra antinacionalista dos tucanos”, diz o manifesto da Federação Única dos Petroleitos (FUP), convocando para manifestação em defesa da Petrobrás marcada para esta quinta-feira (21), no Rio de Janeiro. Os movimentos sociais “não permitirão que a oposição atrase o desenvolvimento do país, tentando paralisar a Petrobrás ou impedindo mudanças na legislação do setor.”
A manifestação pretende reunir centenas de militantes na passeata que sairá da Praça da Candelária, em direção ao edifício sede da Petrobrás, na Avenida Chile, onde os manifestantes farão um abraço simbólico do prédio. A concentração está prevista para ter início às 9 horas, na Candelária.
A FUP e os sindicatos de petroleiros, junto com a CUT, UNE, MST, OAB/RJ e várias outras entidades dos movimentos sociais, anunciaram o grande ato público na próxima quinta-feira, “por uma nova legislação para o setor petróleo e em defesa da Petrobras.”
No manifesto lançado pela FUP, os petroleiros anunciam que “o ato público reforçará a urgência de uma nova legislação para garantir o controle estatal e social sobre as reservas brasileiras de petróleo e gás, além de defender a Petrobrás dos ataques tucanos contra a soberania nacional.”
Os trabalhadores alertam que “enquanto o PSDB arma uma CPI para desestabilizar a empresa que representa a maior fonte de investimentos do país, as multinacionais avançam sobre o pré-sal, intensificando os projetos exploratórios sobre a maior reserva petrolífera descoberta no mundo nos últimos anos.”
A descoberta do pré-sal trouxe à tona a urgência de novas regras para o setor, que foi totalmente desregulamentado nos anos 1990, quando o PSDB entregou às multinacionais a exploração do petróleo e gás. “Os tucanos e demais setores conservadores da política nacional não querem que a Petrobrás nem o Estado brasileiro voltem a controlar esse patrimônio tão estratégico para o Brasil”, acreditam os petroleitos, que afirma que “não é por acaso que a oposição arma uma CPI no momento em que o governo e a sociedade discutem mudanças na Lei do Petróleo.”
O deputado André Vargas (PT-PR), ao sair da reunião da coordenação da bancada petista, esta manhã, disse que “vamos para as ruas denunciar essa irresponsabilidade.” Ele acredita que ''a pressão popular vai mostrar ao PSDB que não podemos solapar este patrimônio nacional.”
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências
2 comentários:
Quem fez a melhor cobertura das privatizações no governo FHC foi o jornalista Aloysio Biondi.
Não, ele não é da turma do "jornalista" Roberto Marinho. Nem desses manés que poluem a profissão, como o "jornalista" Ali Kamel.
Se você quer ler, de graça, um bom livro sobre a privataria, entre no site do Biondi e baixe "O Brasil privatizado". Leia, imprima, distribua para os amigos, recomende. Mas eu não me responsabilizo se você tiver um acesso de choro quando acabar de ler e for obrigado a ler a "Folha" ou a "Veja"." BLOG AZENHA
http://www.aloysiobiondi.com.br/...ip.php? article4
A Mega-Mega Sena do petróleo. Roubada
Aloysio Biondi, na Revista Caros Amigos , março de 2000
O Brasil virou trilionário, mas o povo não sabe, o Congresso não sabe, e FHC vai entregar tudo
Nunca é demais repetir: o brasileiro ficou bilionário, ou trilionário, e não sabe. Não é exagero, não. Em fevereiro do ano passado, o campo de Marlim, explorado pela Petrobrás na bacia de Campos, produzia 200.000 barris de petróleo. Por dia. Um único campo. Agora, em janeiro de 2000, o mesmo campo produziu 400.000 barris por dia. Qual o faturamento da Petrobrás, do governo brasileiro, com essa produção fantástica? É fácil fazer as contas: 400.000 barris por dia significam 12 milhões de barris por mês, ou algo como 150 milhões de barris por ano. Ao preço atual de 30 dólares o barril, são 4,5 bilhões (com a letra “b”) de dólares por ano, ou 9 bilhões de reais por ano. Mesmo que o preço atual, que está exagerado, venha a cair para 25 dólares o barril, o faturamento chegará a 3,75 bilhões de dólares, ou 7,5 bilhões de reais. Cifras fantásticas, e que vão ser duplicadas em poucos meses, pois os estudos da Petrobrás mostraram que as reservas da região permitem dobrar o número de poços perfurados. Serão, portanto, uns 18 bilhões de reais de faturamento por ano – e com uma margem de lucro fantástica. Por quê? Os poços da plataforma brasileira têm uma produção também espantosa, igual à obtida nos campos do Irã, Iraque, Arábia Saudita, com 7.000 a 10.000 barris produzidos por dia. Em cada poço.Não há exagero nenhum, portanto, em gritar aos quatro ventos que o povo brasileiro, com as reservas de petróleo, e mais ainda, com os campos fantásticos descobertos pela Petrobrás, tirou a Mega-Mega Sena. Virou trilionário. Mas não sabe disso. O povo não sabe, o Congresso não sabe. Por isso, o governo FHC prepara-se para nova rodada de leilões destinados a entregar o petróleo brasileiro a multinacionais. Ou, mesmo, já vem entregando indecentemente o petróleo descoberto pela Petrobrás, que pertence efetivamente a cada cidadão brasileiro, a meia dúzia de empresários nacionais e banqueiros nacionais e estrangeiros. Exemplo? O fantástico campo de Marlim, com sua produção de 400.000 barris / dia, por exemplo, foi “repartido” agora com meia dúzia de sócios que se juntaram em uma empresa de fundo de quintal para... fornecer parte do dinheiro necessário para duplicar a produção. Essa operação já seria um assalto contra a sociedade brasileira, mesmo que os “sócios” realmente desembolsassem a cifra de 1,5 bilhão de reais para financiar sua parte no projeto de exploração de Marlim. Nem isso existe. A empresoca de fundo de quintal tem um capital fajuto de 200 milhões de reais, e foi formada – como narrado em nosso livrinho O Brasil Privatizado – apenas... para tomar 1,2 bilhão de reais emprestados no exterior, que obviamente a própria Petrobrás poderia obter. Um negócio da China, um assalto: uma mina de ouro, capaz de faturar centenas de bilhões de reais, entregue por 200 tostõezinhos fajutos. A Mega-Mega Sena ganha pelo povo brasileiro, e que seria sua redenção, está sendo literalmente tungada pelo governo FHC.
Postar um comentário