Globo desiste de Serra e já diz que só Marina pode derrotar Dilma
Não é de hoje que a grande mídia ataca a estratégia do tucano José Serra para bater Dilma Rousseff e chegar à Presidência da República. Mas, a 14 dias das eleições de 3 de outubro, a sinalização dos jornalões é ainda mais dura: por que lutar para ir ao segundo turno diante da inevitável derrota demo-tucana? Não seria melhor até que Dilma enfrentasse não Serra num turno final, mas, sim, Marina Silva?
Por André Cintra
É o que se pode deduzir da coluna de Merval Perreira publicada neste domingo (19) pelo jornal O Globo. O texto é um choramingo midiático só – mas Merval faz questão de debitar as críticas na conta dos cardeais tucanos. “Os principais líderes do PSDB vivem uma situação paradoxal. Gostariam de ir para o segundo turno para manter a polarização com o PT, mas não acreditam que seja possível vencer”.
Escondendo-se sob essa carapuça dos “principais líderes do PSDB”, O Globo volta a detonar a estratégia de campanha de Serra. O candidato “teria que mudar totalmente os rumos da campanha”, mas, não “se disporá a isso. Ao contrário, se convencerá de que a estratégia do marqueteiro Luiz Gonzales estava correta”.
Os tais próceres do PSDB sustentam até temer um segundo turno. Caso a eleição avance para além de 3 de outubro, as fissuras tucanas podem ficar maiores e incontornáveis. “É previsível que haja no PSDB um movimento para uma comissão partidária assumir o comando da campanha, o que pode gerar uma crise”, escreve Merval.
“Se chegar ao segundo turno mais devido à subida de Marina Silva do que por sua própria força, Serra estará fadado a perder para Dilma a maior parte do eleitorado que escolheu a candidata do Partido Verde no primeiro turno”, acrescenta. Pior: Serra pode ter “menos votos do que o candidato tucano Geraldo Alckmin teve em 2006. Dificilmente atingirá os 42% de votos válidos que o candidato do PSDB obteve naquela eleição, o que o enfraquece como candidato e também dentro do próprio partido”.
Pelo voto útil anti-Dilma
A esta altura, O Globo aventa uma única possibilidade de derrotar Dilma – e essa hipótese não passa mais por Serra. “Para ganhar a eleição da candidata de Lula, a maior chance estaria com Marina Silva, desde que ela mostrasse nessa reta final da eleição capacidade de crescer tirando votos tanto de Dilma quanto de Serra, superando o tucano.” Em outras palavras, O Globo já vê Serra como um defunto eleitoral. Só Marina salva...
“A mais recente pesquisa Datafolha mostra Marina subindo tirando votos de Serra e dos indecisos, mas sem alterar a posição de Dilma, o que não levaria ao segundo turno”, tenta explicar Merval. “Nas condições políticas atuais, o voto útil em Marina pode vir a se transformar em uma arma mais efetiva para derrotar o lulismo do que o voto em Serra. Hoje, nas grandes cidades, há um movimento pró-Marina que pode provocar uma ‘onda verde’ na reta final da eleição.”
Não que estivesse errada a ideia de um presidente “pós-Lula”, e não “anti-Lula”. Só que, na opinião de O Globo, Marina é quem encarna “com mais naturalidade” essa “alternativa” aos eleitores que querem continuidade ao governo. “O que parece a muitos uma fragilidade de sua campanha, pode ser o justo equilíbrio para levá-la a se tornar a opção do eleitor petista que esteja eventualmente desgostoso com os rumos que o governo vem tomando”, especula Merval Pereira.
Nas palavras do colunista, Marina “tem legitimidade para criticar o governo Lula sem se colocar como dissidente”, uma vez que teve “uma história de vida inteira dentro do PT” e foi “ministra do Meio Ambiente na maior parte do governo Lula”. É o fio de esperança para uma mídia que nunca digeriu a dupla Lula-Dilma – e está prestes a engolir mais uma derrota eleitoral.
Escondendo-se sob essa carapuça dos “principais líderes do PSDB”, O Globo volta a detonar a estratégia de campanha de Serra. O candidato “teria que mudar totalmente os rumos da campanha”, mas, não “se disporá a isso. Ao contrário, se convencerá de que a estratégia do marqueteiro Luiz Gonzales estava correta”.
Os tais próceres do PSDB sustentam até temer um segundo turno. Caso a eleição avance para além de 3 de outubro, as fissuras tucanas podem ficar maiores e incontornáveis. “É previsível que haja no PSDB um movimento para uma comissão partidária assumir o comando da campanha, o que pode gerar uma crise”, escreve Merval.
“Se chegar ao segundo turno mais devido à subida de Marina Silva do que por sua própria força, Serra estará fadado a perder para Dilma a maior parte do eleitorado que escolheu a candidata do Partido Verde no primeiro turno”, acrescenta. Pior: Serra pode ter “menos votos do que o candidato tucano Geraldo Alckmin teve em 2006. Dificilmente atingirá os 42% de votos válidos que o candidato do PSDB obteve naquela eleição, o que o enfraquece como candidato e também dentro do próprio partido”.
Pelo voto útil anti-Dilma
A esta altura, O Globo aventa uma única possibilidade de derrotar Dilma – e essa hipótese não passa mais por Serra. “Para ganhar a eleição da candidata de Lula, a maior chance estaria com Marina Silva, desde que ela mostrasse nessa reta final da eleição capacidade de crescer tirando votos tanto de Dilma quanto de Serra, superando o tucano.” Em outras palavras, O Globo já vê Serra como um defunto eleitoral. Só Marina salva...
“A mais recente pesquisa Datafolha mostra Marina subindo tirando votos de Serra e dos indecisos, mas sem alterar a posição de Dilma, o que não levaria ao segundo turno”, tenta explicar Merval. “Nas condições políticas atuais, o voto útil em Marina pode vir a se transformar em uma arma mais efetiva para derrotar o lulismo do que o voto em Serra. Hoje, nas grandes cidades, há um movimento pró-Marina que pode provocar uma ‘onda verde’ na reta final da eleição.”
Não que estivesse errada a ideia de um presidente “pós-Lula”, e não “anti-Lula”. Só que, na opinião de O Globo, Marina é quem encarna “com mais naturalidade” essa “alternativa” aos eleitores que querem continuidade ao governo. “O que parece a muitos uma fragilidade de sua campanha, pode ser o justo equilíbrio para levá-la a se tornar a opção do eleitor petista que esteja eventualmente desgostoso com os rumos que o governo vem tomando”, especula Merval Pereira.
Nas palavras do colunista, Marina “tem legitimidade para criticar o governo Lula sem se colocar como dissidente”, uma vez que teve “uma história de vida inteira dentro do PT” e foi “ministra do Meio Ambiente na maior parte do governo Lula”. É o fio de esperança para uma mídia que nunca digeriu a dupla Lula-Dilma – e está prestes a engolir mais uma derrota eleitoral.
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