A 2ª Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, que reúne 33 países em Cancun (Caribe mexicano), começou nesta segunda-feira (22) com uma participação histórica de líderes e com o objetivo principal de consolidar a integração regional e avançar na construção de uma nova organização multilateral do continente sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá.
Diante de 25 chefes de Estado da região, o presidente do México, Felipe Calderón, defendeu em seu discurso de abertura avanços no "sonho" dos libertadores da América Latina de ter um continente unido, orgulhoso de suas raízes comuns.
"Não podemos permanecer desunidos e avançar no futuro com base em nossas diferenças", afirmou o presidente. Para ele, o necessário nesses momentos é se unir sem pensar no que divide os países, mas levando em conta as "amplas convergências", que são "muito maiores" que as diferenças.
Calderón lembrou que, quando todos estiveram unidos "frente a outras nações e a muitas adversidades", puderam sair adiante, enquanto quando ocorreu o contrário "perdemos todos". Segundo ele, "devemos fortalecer o diálogo político mais que nunca, para alcançar a compreensão, acertar os esquemas de cooperação. Creio que temos a história, os valores, a capacidade e a vontade política para conquistar isso"
"Acho que nosso desafio não é um assunto de esquerda ou de direita, nem de ideologia ou de doutrinas", disse Calderón, mas uma "distinção entre passado e futuro", com valores comuns de democracia, justiça e liberdade.
O presidente mexicano também falou do Haiti, a cujo presidente, René Préval, lembrou que a causa haitiana "é a causa de todos os países da região".
Nova entidade regional
A cúpula começa com o objetivo claro de criar uma nova entidade, paralela à Organização dos Estados Americanos (OEA), que inclua todos od países da região, exceto Estados Unidos e canadá. Ainda que não estejam definidos ainda detalhes desse novo organismo, sua função será gerar o diálogo em mais alto nível entre presidentes de toda a América Latina e Caribe.
Neste sentido, os chanceleres do Grupo do Rio se reuniram neste fim de semana e elaboraram uma proposta, prevendo que o mecanismo regional abordaria inclusive temas de defesa e que começaria a ser implementado a partir de 2011.
"Necessitamos de uma organização específica, um espaço nosso, americano. Por isso vim apoiar esta ideia", disse o presidente da Venezuela Hugo Chávez. Diversos líderes ressaltaram que a América Latina está "madura" o suficiente para dar este passo.
A criação do organismo, que serviria para unificar a voz da América Latina frente a outros grupos regionais, se iniciaria em junho do ano que vem em caracas, uma vez que sejam definidas a estrutura e os objetivos do mesmo. os chanceleres apresentarão nesta segunda esta ideia aos presidentes.
"Esta discussão já está avançada e falta apenas os presidentes tomarem uma decisão sobre o texto", disse o chanceler do Equador, Ricardo Patiño. para ele, os mecanismos regionais até então existentes são "experiências relativamente parciais".
Com a ausência de Honduras, que não foi convidada à cúpula por continuar fora da Organização dos Estados Americanos (OEA), os 32 países participantes também estudarão hoje e amanhã a ajuda ao Haiti, o protesto da Argentina perante o Reino Unido pela exploração de petróleo nas Malvinas, o bloquei a Cuba, entre outros assuntos.
Com Telesur
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