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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Na queda de braço com os EUA, o Brasil precisa superar o pensamento colonizado de nossas elites.

O duelo com os EUA
Isto é Dinheiro - 22/02/2010

O Brasil prepara-se para um duelo comercial de peso com os EUA. O ponto de partida é a represália aos subsídios do algodão praticados pelos americanos. Desde que a Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou a retaliação brasileira, o governo tem discutido como, em que tamanho e se realmente vai exercer o seu direito nesse campo. A conta total a favor do País na pendenga ultrapassa os US$ 830 milhões. Ou seja: o Brasil pode aplicar sanções dessa monta, sendo US$ 560 milhões ao comércio de bens americanos e outros US$ 270 milhões lançados sobre propriedade intelectual. As alternativas avaliadas incluem quebra de patentes de remédios e bloqueio de remessa de royalties. A questão é: ao fazê-lo, ao exercer um direito concedido pelo xerife global do comércio, quais consequências podem vir a reboque?

Desde a metade do século passado, logo após a Segunda Grande Guerra, nenhum país tem ousado bater de frente, com essa envergadura, nesse campo de duelo, contra a potência americana. E não o faz por uma dependência atávica do parceiro e por saber que o prejuízo futuro será certamente maior. O Brasil quer inovar nesse aspecto. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, numa postura abertamente belicista, diz que o País não vai se curvar diante dos EUA. "Não podemos nos curvar simplesmente porque eles são um país forte", diz. Mas a arbitragem da querela provavelmente teria resultados mais positivos se seguisse por caminhos diplomáticos. Com o aval dado pela OMC, o poder de barganha nas mesas de negociação daqui para a frente é amplamente favorável ao Brasil. O caminho contrário, do confronto, tem o perigoso componente da disparidade econômica. Enquanto organizações não governamentais e, claro, produtores de algodão apoiam e fazem força a favor da retaliação, a imensa maioria da indústria nacional teme os efeitos. Politicamente e economicamente não é o momento adequado para esse desafio. O Brasil ainda goza de prestígio junto ao governo de Barack Obama e, em breve, pode angariar importantes benefícios dessa relação, como, por exemplo, a aprovação do uso do etanol brasileiro naquele mercado.

Comentário: a questão não é de confronto, mas de soberania e vencer o pensamento colonizado de nossas elites. O cenário mundial é amplamente favorável para que o Brasil quebre paradigmas e jogue na cara dos americanos que somos um país soberano que sabe jogar o jogo dos grandes. 

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