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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Que fato poderia acontecer na sucessão?

Um possível fato novo na sucessão
Informe JB
Autor(es): Vasconcelo Quadros
Jornal do Brasil - 28/02/2010

O CIENTISTA POLÍTICO David Fleischer, da UnB, acha que, se a ministra Dilma Rousseff alcançar a preferência dos eleitores nas pesquisas antes da data limite para desincompatibilização, José Serra pode optar pela reeleição ao governo de São Paulo. Essa hipótese criaria um fato novo, chacoalharia o tabuleiro de 2010 e forçaria um rearranjo nas candidaturas. “Na minha opinião, essa é a razão da relutância de Serra em assumir logo a candidatura. Um crescimento de Dilma mostraria que Lula tem o poder de transferir votos e, se isso acontecer, Serra pode ficar assustado”, avalia Fleisher. Segundo ele, o nome mais perigoso para o Palácio do Planalto seria Aécio Neves, que tem potencial para fazer um estrago na base de apoio a Dilma.

FH
Fleisher especula outra hipótese que hoje nem está no cenário: uma eventual candidatura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele acha que FH aceitaria, sim, concorrer, mas que as chances de isso acontecer não passam de 20% quando se leva em conta todo o cenário político.

Comparação
O bombardeio contra Dilma há três semanas deu a FHC pinta de candidato. Ninguém melhor do que ele para fazer, como querem Lula e o PT, o confronto entre os dois períodos de governo.

Maioria no STJ
O presidente Lula está prestes a fazer maioria no Superior Tribunal de Justiça (STJ), instituição que virou estrela no combate à corrupção.

No dia 28 de abril aposentamse compulsoriamente Nilson Naves e Fernando Gonçalves, o ministro que mandou para a cadeia o governador José Roberto Arruda.

Com 16 ministros nomeados em seu governo até agora, Lula preencherá as duas vagas e, então, chegará a 18 das 33 cadeiras da Corte.

Novo Lula
A pose ao lado de Fidel, na Ilha, no momento em que era velado Orlando Zapata, que morreu na greve de fome, mostra o quanto Lula mudou. Em 1999, foi ele quem negociou diretamente com Fernando Henrique o fim da greve de fome dos dez sequestradores do empresário Abílio Diniz em troca do apoio do governo para que o brasileiro fosse indultado e os estrangeiros devolvidos aos seus países.

No armário
O ex-guerrilheiro João Carlos Wisnesky, conhecido por Paulo Paquetá, reconheceu o corpo do ex-comandante da Guerrilha do Araguaia, Maurício Grabóis, numa foto sem legendas divulgada em 1982. Tratase dos restos de guerrilheiros retirados de uma reserva indígena em 1996. Se estiver certo, os ossos do ex-deputado e comandante podem estar no armário da Comissão de Mortos e Desaparecidos, na Esplanada, em Brasília.

Durval de Arruda
Procuradores e policiais que comandam a Operação Caixa de Pandora apostam num acordo que faça surgir um novo Durval Barbosa na seara do governador preso José Roberto Arruda. A mesma alternativa de delação premiada seria, então, usada para retroagir a investigação do grupo do ex-governador Joaquim Roriz.

O troco
Arruda quer primeiro deixar a cadeia. Depois, fará o acerto de contas com Roriz, que considera o responsável número 1 pela tragédia que o consumiu. As autoridades acham que essa guerra será saudável para o país.

Intervenção
A negociação em torno da renúncia de Arruda é uma das peças do tabuleiro políticojurídico em que se decidirá o pedido de intervenção.

Se não renunciar, permanecerá preso, e abre caminho para a drástica decisão. Arruda foi aconselhado a fazer o único gesto honroso que lhe resta.

Em troca, preservaria os direitos políticos.

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