O ano de 2009 foi um ano de muita superação para o governo brasileiro e de grande lição para direita conservadora, golpista e retrógrada brasileira.
As lentes da direita conservadora brasileira que quer eleger a todo custo o demo-tucano Serra - plano A - e/ou Aécio - plano B, são as lentes de um passado recente, onde o FMI mandada nas políticas públicas brasileiras, onde o seu representante máximo FHC - aluno aplicado do FMI - corria para pedir empréstimos para pagar as contas da quebradeira deste país.
O ano de 2009 foi ano da consolidação da soberania do Brasil de um lado, de outro foi o ano em que o Brasil se transformou em protagonista dos grandes debates e questões deste século. Foi um ano maravilhoso para este país e para o povo brasileiro de uma maneira geral.
Creio que o ano de 2010 será o ano em que o povo brasileiro vai optar pela continuidade de uma politica de fortalecimento interno das políticas sociais e também do fortalecimento da política exterior, que com autonomia colocou o Brasil como uma verdadeira nação - mesmo com os contrastes sociais - no cenário mundial.
Portanto, peço encarecidamente que aos leitores deste blog que façam campanha em casa, pela web, nas ruas, nas fábricas, no trabalho para eleger Dilma porque o Brasil encontrou o seu caminho.
O Brasil precisa da continuidade deste governo. O mundo precisa de um Brasil soberano, solidário com os seus irmãos latinos. O mundo precisa de um governo progressista e que olhe as pessoas com menos oportunidades.
É o que eu acredito. Acredito sim, nas possibilidades da próxima década. Acredito que a próxima década será a mais importante deste século porque colocará de vez o Brasil entre as grandes economias deste planeta.
A próxima década o Brasil deixará apenas o país do futuro. A próxima década o Brasil deixará de apenas o país do carnaval, do samba e do futebol
Que Deus nos abençoe e nos dê sabedoria para as nossas escolhas. O Brasil de fato encontrou o seu caminho.
por Flávio Aguiar*, em Carta Maior
Para a direita brasileira o fim de ano não podia ser pior, apesar de Serra se manter na frente, nas pesquisas para o Planalto. Só deu presidente Lula: prêmio Houphouët-Boigny da Unesco, título de doutor honoris causa na Universidade de Hamburgo (depois da de Lyon), personalidade do ano para o jornal El País, elogiadíssimo pelo premiê Zapatero, sucesso em Copenhague (apesar do fracasso da conferência) e para culminar, personalidade do ano para o jornal Le Monde. De quebra, o chanceler Celso Amorim foi elogiadíassimo como profissional da área por seu colega espanhol, que também não regateou apalusos à política externa brasileira.
E por onde o nome de Lula ou o próprio passa, não faltam aplausos: assim foi perante a platéia de empresários em Hamburgo, em Portugal, na Grã-Bretanha, e em jornais conservadores (e sérios, do ponto de vista jornalístico), como The Economist, Financial Times, Frankfurter Allgemeine, ou progressistas, como o Süddeutschezeitung, ou até mesmo a revista Der Spiegel, conhecida por não dar moleza a políticos, seja de que lado forem.
Para Lula, só elogios. Agora, neste final de fim de ano, o Financial Times nomeou Lula como uma das 50 personalidades que “moldaram a última década”. Segundo o FT, Lula é o político mais popular da história do Brasil, e seu governo implementou “programas de transferência de renda baratos, mas eficientes”. E nem falamos da Ópera Olímpica do Rio de Janeiro. Se Lula acabar ganhando algum Nobel da Paz, a nossa direita vai roer as unhas até os cotovelos. Mas certamente não dará o braço a torcer: vai continuar ressentida contra esse presidente que não só “não fala português direito”, como não fala “sequer uma única língua estrangeira”. Que vergonha! (para a nossa direita, é claro, por se prender a essas mesquinharias de segunda mão, já que lhe falta assunto).
Mas houve mais: perplexa, a direita brasileira viu evaporar-se seu plano de impedir a entrada da Venezuela no Mercosul; assistiu de cadeirinha à consagração de Evo Morales nas urnas de seu país, a de José Pepe Mujica, ex-tupamaro, no Uruguai. Ainda teve de encarar o fato de que a Bolívia está entre os países da América do Sul que mais crescem economicamente, o sucesso de suas políticas sociais, as do Equador, do Paraguai e as do próprio Brasil.
Restaram-lhe alguns prêmios de consolação, mas tão complicados quando reveladores do seu próprio caráter, por osmose ou metonímia (perdoem-me os palavrões; poderia dizer por contaminação ou proximidade). Um foi a enredada tibieza da política externa do governo Obama em relação à América Latina, que serviu de moeda de negociação com os republicanos em troca da liberação de nomeações diplomáticas para a região. Outro, pior ainda, foi o golpe de estado em Honduras e a leniência, para não dizer conivência ou cumplicidade, que ela apregoou em relação a ele. Outro ainda, ao apagar das luzes de 2009, foi a vitória de Piñera, o herdeiro do pinochetismo, no primeiro turno das eleições chilenas, que, ela espera, terá continuidade no segundo turno. Quer dizer: de aberto, tudo o que a nossa direita teve a exibir são compromissos com o passado de subserviência global e de práticas ditatoriais no nosso continente.
Para essa visão comprometida com o que nosso continente sempre teve de mais reacionário e oligárquico, durante o governo Lula a nossa política externa rompeu com a tradição de “pragmatismo” e enveredou por uma perigosa “politização”, embalada por compromissos ideológicos ou por “sonhos megalomaníacos”, como o de conquistar a qualquer preço uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU (esquecendo que essa é uma reivindicação brasileira desde a fundação desse organismo internacional). Para o pensamento da nossa direita, “pragmatismo” é reconhecer o golpe em Honduras, mas não as eleições (que sempre houve) na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, no Uruguai e por aí afora.
Ainda para essa visão: ao acolher Zelaya e ao posicionar-se frontalmente contra o golpe em Tegucigalpa, o Brasil ficou “isolado” na cena internacional. Quer dizer, para esse pensamento, o fato de a maioria esmagadora dos países da América Latina e do Caribe não terem reconhecido o golpe nada conta: só conta o fato de que o Brasil teve uma rusga (e não muito séria) com a claudicante política de Clinton/Obama para a região.
Essas questões ajudam a elucidar um aspecto do confronto eleitoral que se prepara em 2010. Uma das chaves da propaganda (já) anti-Dilma é a de que o cavaleiro conservador que entrar na liça não será um “anti-Lula”, mas sim um “pós-Lula”. Olhando-se para esse comportamento da nossa direita na frente externa e suas expectativas, vê-se logo que isso é um fraseado sem pé nem cabeça. Trata-se sim de virar a mesa no sentido anti-horário, quer dizer, anti-Lula, provocando uma regressão histórica de grande monta, assim como a assertiva de FHC de que seu governo poria fim “à era Vargas” não apontava para o futuro, como queria o ex-presidente, mas para o passado, restaurando cacoetes e o viés anti-social da República Velha ou dos Coronéis.
O mundo imaginário e sentimental em que grande parte da nossa direita vive é anacrônico, pautado por um liberalismo brasileiro à antiga, aquele liberalismo que não se liberou jamais de proteger sua condição de casta superior; que sempre preferiu entregar os dedos, as mãos inteiras, os pés e todo o corpo da nação a perder o privilégio dos seus anéis. E que vive embalada por um sonho da carochinha onde prima uma confusão dos Estados Unidos com Disneyworld e da Europa com o mundo de Sissi (que me perdoe a Romy Schneider, uma grande atriz). E por um pesadelo, para eles, chamado Brasil, povoado agora por um povão que vem se revelando difícil de manter nos antigos apriscos excludentes e currais eleitorais.
Uma última observação, quase um desvio de assunto, mas ainda assim seria “a digressão pertinente”. No elogio de Lula nas páginas do Le Monde (24/12/2009, 11h32), o jornalista Eric Fottorino, escreveu: “Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundados, Hubert Beuve-Méry, quer ser um jornal de (re)construção, também de esperança; ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Auguste Comte, tomando como causa sua os homens de boa vontade e suas proposições”.
Quer dizer, quase 153 anos depois de sua morte (1798 – 1857), Isidore-Auguste-Marie-François-Xavier Comte, um dos avós paternos da nossa bandeira republicana, continua a ditar parte do baralho da nossa canastra política. Que a nossa direita anseia em (re)transformar no pôquer de cartas marcadas onde só os caubóis ganham. Mas isso de Auguste Comte e o Brasil do século XXI é tema para outro artigo, que virá logo. Até 2010, e deixo aqui o lema que me encanta até hoje, como saudação de fim/novo ano às leitoras e leitores que me (e nos) acompanharam até aqui: “Um por todos, todos por um”.
* Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior.
2 comentários:
O que eu acho é que político deveria ser eleito para ficar 6 meses como afirma o Iluminado mestre Osho - ver blog palavras de Osho, por favor.
Político deveria ser modesto e OUVIR, ouvir as pessoas, ouvir os amigos, inimigos, todo mundo.
E sobre sanidade mental, deveria consultar o Conselho regional ou federal de psicologia.
Antes de se pronunciar "definitivamente" sobre o caso APAGÃO de um mes atrás, Dilma deveria ser modesta - ela não é - e ouvir primeiro os cientistas. Que DEPOIS se pronunciaram como absolutamente contrários á tese de "UM RAIO CAUSOU O APAGÃO".
UM RAIO...
A America Latina Inteira sem luz por causa de um raio.
"Oh... NOssa! Que raio ein?"
Love
anand TAZA - omb 19720 - são paulo
PS ... Imagine após uma eleição... mas confesso que entre uma ditadura militar, aquela, e o Lula da Silva, estou preferindo, melhor, agora... a pensar diria Joelmir... Betting.
Parabens pela foto de seu perfil.
precisamos de gente - segundo Wilhelm Reich o subconsicente e inconsciente de pessoas está no corpo - visivelmente sadia e sã - mesmo que não necessáriamente certa em tudo, claro... quem é deus aqui?
Abraços.
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