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domingo, 6 de dezembro de 2009

A A imagem de Lula em 2020: a IstoÉ não entendeu nada por Alexandre Porto

A imagem de Lula em 2020: a IstoÉ não entendeu nada por Alexandre Porto


A revista IstoÉ (leia nota abaixo) interpretou a inclusão do presidente Lula na campanha do Greenpeace contra o aquecimento global, como um fato negativo para ele. A figura de Lula envelhecido ao lado de líderes como Barack Obama, Dmitry Medvedev e Angela Merkel desagradou o semanário.

Mas ao contrário, é quase uma deferência, um reconhecimento do papel do Brasil, da figura de seu presidente, no novo cenário mundial. O Brasil de Lula assumiu uma posição de protagonista como 'nunca antes na história desse país'. E esse novo cenário, trás bônus, ônus e responsabilidades.


O Brasil se posiciona resolutamente na liderança da luta contra o aquecimento climático. Agora assumindo com orgulho um papel de líder entre os países do Sul, o presidente Lula quer chegar a Copenhague com um texto que tenha força de lei, prova de sua vontade política.



A nova política brasileira em matéria de meio ambiente, anunciada em 13 de novembro, marca uma verdadeira ruptura. O Brasil promete aquilo que nem a China, nem a Índia, nem a Rússia - os outros BRIC - parecem dispostas a fazer. Ele assume "o compromisso voluntário" de reduzir em até 39% suas emissões de gás de efeito estufa em relação às previsões de 2020. Ele as limitará a 1,6 bilhão de toneladas, no lugar dos 2,7 bilhões previstos caso nada fosse feito, ou seja, menos que os 2,1 bilhões emitidos em 2005 - o ano recorde - e pouco mais que o 1,5 bilhão descartado em 1994. O Brasil é considerado, segundo cálculos, o quarto ou quinto maior emissor mundial de gás de efeito estufa, em razão sobretudo das queimadas que acompanham o desmatamento da Amazônia e provocam, sozinhas, cerca de 60% das emissões.

O grosso do esforço brasileiro dirá respeito à floresta, com uma redução do desmatamento da Amazônia de 80% até 2020. Mas ele também afetará as árvores da savana, a pecuária, especialmente nos pastos degradados, o uso de fertilizantes, os biocombustíveis, o desenvolvimento da hidroeletricidade e de fontes alternativas de energia, uma siderurgia mais limpa.


Podemos ficar tranquilos, pois a Miriam 'verde' Leitão discordou do Le Monde. E discordou também de Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que lhe enviou uma carta com considerações sobre a nossa matriz energética.

Leia a equivocada nota publicada pela revista IstoÉ.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nos últimos tempos com a popularidade em alta no cenário internacional. Tudo graças ao crescimento econômico, pré-sal, Copa, Olimpíada... Nesta semana, no entanto, a badalada imagem de Lula passou a estar vinculada a uma campanha pouco positiva para ele. Em uma iniciativa mundial do Greenpeace, Lula aparece ao lado de líderes como Barack Obama, Dmitry Medvedev e Angela Merkel - todos grisalhos e bem mais velhos -, pedindo desculpas, em 2020, pelo fracasso da Conferência do Clima, na Dinamarca, neste mês. Vários outdoors foram espalhados pela Europa, nos quais ONGs criticam a falta de ações concretas dos líderes mundiais contra o aquecimento global. "Desculpe, nós poderíamos ter impedido mudanças climáticas catastróficas... mas não impedimos", dizem os painéis. Se os líderes mundiais não conseguirem encontrar uma solução para o clima, pelo menos serviram de fonte de inspiração para a campanha.

Entrevista concedida pelo Ministro Celso Amorim a correspondentes estrangeiros no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, em 11 de novembro de 2009.

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