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domingo, 20 de dezembro de 2009

Que conclusões podemos ter sobre a pesquisa espontânea do Datafolha?

Blog Os Amigos do Presidente Lula

Pesquisa há 10 meses das eleições, é bastante imprecisa, e nem sequer pode ser encarada como um retrato real do momento (pois o momento não é o da eleição). As pesquisas honestas são úteis para aferir tendências, e orientar rumos. Para por aí.

O Datafolha é do grupo Folha, Paulista, demo-tucano até o pescoço, a ponto de publicar uma ficha falsa de Dilma. Então se a pesquisa não foi manipulada já está bom demais para Dilma. Se foi manipulada, a coisa está muito mais feia para Serra do que é divulgado. Mas vamos as tendências.

Dois números são de causar pânico em José Serra:

1) Dilma 18% x 8% Serra, na espontânea

A pesquisa espontânea é aquela em que o pesquisado apenas é perguntado em quem irá votar, sem apresentar nenhum nome à pessoa.

Por isso é considerada a pesquisa mais importante, longe das eleições. Quem responde, quase sempre, é porque está decidido em votar naquele nome. É a escolha do eleitor, e não um "X" numa lista de múltipla escolha. A pesquisa espontânea é o voto cristalizado, que dificilmente mudará.

Na espontânea responderam:

- Lula: 20%
- Dilma: 8%
- Serra: 8%
- Aécio: 3%
- Candidato indicado pelo Lula: 3

Serra e Dilma já aparecem empatados, e muita gente ainda diz que prefere votar em Lula, ignorando o fato de que ele não será candidato.

Além disso, ao somarmos os 3% de "Candidato indicado pelo Lula" aos 8% de Dilma, são 11% dela contra 8% de Serra.

Se essa vantagem já é preocupante para Serra, a coisa piora quando o eleitor é perguntado: "E excluindo Lula, já que ele não será candidato?"

- Dilma: 10%
- Serra: 8%
- "Candidato do Lula": 8%

Muitos eleitores não respondem Dilma, porque ainda não sabem que é ela a candidata de Lula, então a soma dá 18% para Dilma e 8% para Serra. Este é o verdadeiro voto cristalizado, do eleitor que dificilmente mudará seu voto. É claro que ainda tem 74% de votos não cristalizados em disputa. Mas a vantagem na largada já está muito melhor para Dilma.

Qualquer pessoa que entende de pesquisa, sabe que qualitativamente essa situação é muito, mas muito boa para Dilma, e muito ruim para Serra.

2) Em São Paulo Serra só tem 47%

Agora os números são na pesquisa induzida.

São Paulo, que é o quartel general de Serra, onde ele nasceu e disputou todas as eleições, onde ele detém a máquina estadual e municipal (através de seu pupilo Kassab), detém o apoio de toda a imprensa local, só tem 47% de intenção de votos.

Vai ser ruim de povo assim, até lá na mooca!!!

Dilma, que não é paulista, é mineira e teve boa parte de sua vida profissional no Rio Grande do Sul, nunca disputou nenhuma eleição em São Paulo, é novata para o eleitorado, já tem 18% das intenções de voto dos paulistas.

47% é muito pouco para Serra em São Paulo. Um governador presidenciável com alta aprovação teria acima de 60%, no mínimo. O número é preocupante até para o plano B de Serra: tentar a reeleição como governador.

Há outros números na pesquisa que animam Dilma e causam pânico em Serra: na Bahia (o quarto maior eleitorado do Brasil) Dilma é confirmada na frente, com 34% contra 30% de Serra.

A Folha não divulgou os números detalhados de Estados com grande eleitorado, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seria interessante sabermos a evolução dos números.

Também não divulgou a situação no Rio Grande do Sul, onde Serra conta com o apoio de Yeda Crusius (PSDB/RS). Também não divulgou no Distrito Federal, se limitando a informar que a rejeição à Serra disparou após o mensalão do DEM. Há suspeitas que Dilma também já esteja na frente nestes dois estados.

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