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terça-feira, 4 de outubro de 2011

No Ceará, professores fazem maior manifestação desde o Fora Collor

Vi o mundo

De Fortaleza (CE), relato de uma pessoa que acompanhou nessa segunda, 3 de outubro, a caminhada de protesto dos professores em greve. Dessa vez, eles não apanharam do Batalhão de Choque que, aliás, estava pronto para intervir. De longe, alguém (Militar à paisana? Gente da assessoria de comunicação do governo estadual? Ou filmando por conta própria? filmou tudo. Por motivos particulares, pediu-nos que seu nome não fosse divulgado:

“Acabo de chegar do protesto dos professores, cuja caminhada acompanhei do começo até o destino final, o Palácio da Abolição. O governador Cid Gomes (PSB-CE) arranjou dor de cabeça grande, havia pelo menos 5 mil pessoas (organização falou em 7 mil, acho exagero). De toda forma, a maior manifestação civil desde o Fora Collor.
A maioria da multidão era, sim, professores, mas havia estudantes da rede estadual e das universidades Federal e Estadual do Ceará, professores universitários das públicas e de colégios privados. Apesar de o trânsito ficar tumultuado, não foram poucas as manifestações de apoio que vieram das janelas de prédios ao longo do percurso.
Em frente ao Abolição, presenciei o seguinte fato: um jovem com a cabeça coberta por uma camiseta vermelha faz um gesto obsceno em direção a um cinegrafista que, de dentro do jardim do Palácio, filmava a multidão. O cinegrafista lhe responde com um sorriso irônico.
Cerca de meia hora depois, o mesmo jovem, ainda com a cabeça encoberta, passa em minha frente, e o acompanho,  mas noto que, do outro lado da rua, ainda dentro do jardim, o cinegrafista o mira, e na medida em que o jovem caminha ele também o faz, com a clara intenção de obter uma imagem do rosto do rapaz que, de fato, se aproximando da esquina da Avenida  Barão de Studart com a Tenente Benevolo, tira a camisa da cabeça.
Ainda que o cinegrafista tenha provocado “Ei, revoltado…”, em nenhum momento o jovem olhou para trás.  Fotografei toda a cena, sem que o cinegrafista me visse, tão dedicado estava à sua missão. As fotos estão em anexo.
Perguntas: O cinegrafista era “P2″, militar a paisana? Ou era da Assessoria de Comunicação do governo do Estado? Recebeu ordem para filmar o rapaz ou foi por conta própria, dado o gesto anterior?
Batalhão de Choque dentro do Palácio da Abolição, sede do governo
O  “cinegrafista” em sua nobre missão

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