Governos e mídia tentam criminalizar os movimentos sociais nesse país. Talvez ainda não aprenderam o que é uma democracia, ou aceitar a legítima manifestação de funcionários grevistas.
Na manifestação dos professores na Assembleia Legislativa do Ceará, isso não foi diferente. E a mídia, com alguma exceções, tratou de contar a história de que os professores partiram para o confronto com os policiais, até com armas.
E a Guarda da Assembleia Legislativa do Ceará apresentou para a imprensa uma faca, que seria, segundo ela, uma “entre outras várias armas apreendidas com os professores”.
Por fim, reproduzo abaixo trecho do post -Confronto na Assembleia – Coordenador de Direitos Humanos esclarece itens de artigo - do blog do Eliomar de Lima.
Diante do conflito em questão é uma informação no mínimo suspeita. E a imprensa repetiu a versão da polícia sem ao menos se dar ao trabalho de checar. Na imagem publicada nos jornais via-se claramente não um cossoco ou uma faca de cozinha ou um cutelo ou uma peixeira, mas uma faca de uso exclusivo militar.
Segundo os grevistas, a mesma faca estava sendo utilizada para rasgar os colchões de quem estava acampado em greve de fome num dos corredores do órgão. Eles foram arrancados à força do local, sem razão aparente nenhuma, pois não estavam protagonizando “atos de violência”, rótulo que tentam esteriotipar no movimento, e sim simplesmente recostados.
E tem mais: A tal faca chegou na ALCE como? flutuando? materializou-se em meio à multidão? não havia um indivíduo que a portava? não há uma única de imagem de circuito interno de TV? uma testemunha idônea? uma impressão digital? um resquício de prova qualquer, em que se revela o suposto sanguinário professor esfaqueador? Perguntas que não querem calar.
Nos últimos anos, em que os movimentos sociais vivem uma tentativa de criminalização, é um absurdo que se lance mão de um expediente típico da ditadura facista, para supostamente “justificar” a repressão, o uso desmedido da força e o massacre aos trabalhadores, taxados de “baderneiros”. Se comprovada a farsa, não há voz séria e honrada que não se indigne diante de tamanha monstruosidade.
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