O deputado Roque Barbiere (PTB) reafirmou nesta terça-feira (4), em entrevista, a acusação de que parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo enriqueceram negociando emendas com prefeituras e fazendo lobby para empreiteiras. Ele, no entanto, disse que não daria nomes nem com "revólver na cabeça".
Sem dizer nomes, ele se referiu à Assembleia paulista como camelódromo. "Isso é igual camelô, cada um tem um jeito". "Para os mais antigos, não é surpresa. Se fingir que é surpresa, é hipocrisia", reiterou.
Ele se referiu genericamente a deputados e ex-deputados e até a "alguns que já morreram", e reafirmou que vai comparecer ao Ministério Público para prestar depoimento.
Barbiere disse que, dependendo da maneira como for tratado, entregará um caso concreto para o promotor Carlos Cardoso.
O deputado disse não temer a análise do caso pela Comissão de Ética, e destacou que pretende enviar por escrito na quinta-feira seu depoimento.
Ele negou estar sofrendo pressão dos colegas e disse que a única pessoa com quem conversou sobre o caso foi o presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado.
GOVERNO
Barbiere defendeu o governo do tucano Geraldo Alckmin e reafirmou ter alertado a atual administração de que haveria irregularidades no direcionamento de emendas.
"O governador é uma pessoa séria. Eu apoio o governo, não quero esculhambar." Só não gosta de CPI para investigá-lo.
O governo, no entanto, nega que o deputado tenha apontado casos concretos de irregularidades.
Barbiere também descartou a possibilidade de uma CPI na Assembleia para investigar o caso. "Você acha que alguém acredita em CPI?", questionou.
ACUSAÇÃO
A acusação do deputado foi feita em depoimento ao jornal "Folha da Região" de Araçatuba no dia 10 de agosto.
Na ocasião, Barbiere afirmou que de "25% a 30%" dos 94 deputados estaduais ganharam dinheiro vendendo emendas.
"Tem bastante fazendo isso. Não é a maioria. Mas tem um belo de um grupo que vive, sobrevive e enriquece fazendo isso", disse o deputado.
Na entrevista, Barbiere negou ter vendido emenda e disse que não citaria nomes por não ser "dedo-duro".
"Não vou ser dedo-duro e não vou citar. Mas, existe ao meu lado, existe vizinho, vejo acontecer, falo para eles inclusive para parar. Aviso que se um dia vier a cassação do mandato deles, não vir me pedir o voto porque vou votar para cassá-los. Mas, não vou dedurar."Folha.
Extraído do TERROR DO NORDESTE às
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