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sábado, 1 de janeiro de 2011

Dilma promete luta obstinada pela erradicação da pobreza

“Hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher”. Foi com essas palavras que a presidente Dilma Rousseff iniciou seu discurso de posse na cerimônia celebrada na tarde deste domingo no Congresso Nacional, em Brasília. “A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza e a criação de oportunidades para todos”, frisou a presidente.


Ela quer avançar nas mudanças 

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Emocionada, ela foi muito aplaudida pelos presentes, incluindo dezenas de autoridades estrangeiras, entre eles os presidente Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia e José Mujica, do Uruguai. O discurso foi encerrado às 15h46. Minutos antes, ela homenageou seus companheiros que tombaram na luta contra o regime militar e encheu os olhos de lágrimas ao dizer: "A partir deste momento, sou a presidenta de todos os brasileiros".

Dilma enalteceu a decisão soberana do povo, “que elegeu uma mulher para dirigir os destinos deste país”, afirmando que o acontecimento é motivo de orgulho para todas as mulheres brasileiras. E prometeu “honrar as mulheres, proteger os mais fracos e governar para todos”. Milhares de pessoas participaram da festa da posse em Brasília.

Desafio 

O desafio, segundo ela, é consolidar a obra transformadora do presidente Lula, “um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar mais em si mesmo e no país. A maior homenagem que podemos fazer [a Lula] é ampliar e avançar nas conquistas”, ressaltou.

Em sua opinião, o povo brasileiro realizou “uma travessia para uma outra margem da nossa história”, ao eleger Lula e confirmar os rumos da mudança no pleito de 2010. Dilma também homenageou o vice-presidente José Alencar, que hoje luta tenazmente contra o câncer.

“Encerramos um longo período de dependência do FMI”, lembrou, acrescentando o resgate de milhões de brasileiros da miséria. “Mas em um país com a complexidade do nosso é preciso querer mais”, afirmou, ponderando que “podemos ser de fato uma das nações mais desenvolvidas e menos desigual do mundo. Para enfrentar esses grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos ajudaram a chegar até aqui, mas é também preciso inovar”. Segundo ela, muito foi feito nos 8 anos de governo Lula, mas resta muito a fazer e o povo a elegeu para avançar no processo de mudanças.

Crescimento da economia

Abordou a necessidade de modernização do sistema tributária, fundada nos princípios da simplificação e racionalidade; valorizar a indústria e a agropecuária, em especial a agricultura familiar, que requer “políticas tributárias e de crédito diferentes”; promover o desenvolvimento equilibrado das regiões e criar condições efetivas “para potencializar a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro”.

“É com crescimento que vamos enfrentar os problemas do país”, afirmou a presidente, que defendeu um “longo ciclo de crescimento” para gerar “os empregos necessários para a atual e as futuras gerações”.

Ela enfatizou a defesa da estabilidade contra a inflação, que se revela um mecanismo perverso de redistribuição da renda em detrimento dos mais pobres. Disse que pretende continuar a política de fortalecimento das reservas e acenou com medidas de “proteção contra o fluxo de capitais especulativos”, hoje uma das maiores causas da valorização do real.

Papel do Estado 

Ao mesmo tempo, reiterou o papel ativo do Estado nacional na promoção do desenvolvimento da economia, negado durante os anos de neoliberalismo tucano. “A melhoria dos serviços públicos é um imperativo”, proclamou. “Investimentos públicos são essenciais”, agregou, citando em especial as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Dilma não poupou críticas ao protecionismo dos países ricos, que em sua opinião sufocam a tentativa de muitas nações de superar a pobreza. Fez uma ardorosa defesa da Petrobras e disse que pretende transformar a riqueza obtida no pré-sal em “poupança de longo prazo” para investir no desenvolvimento e em serviços sociais básicos como educação e saúde.

‘Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimento na mesa”, assegurou a presidente, que prometeu lutar pela qualidade da educação (incluindo a valorização do professor), saúde e segurança. “É preciso melhorar a qualidade dos serviços públicos”, comentou, ampliar oferta de creches e pré-escolas, estender a experiência vitoriosa do ProUni para o ensino médio e profissionalizante. 

Às 16h49, ocorreu a transmissão da faixa presidencial no Parlatório do Palácio do Planalto. O evento foi assistido por milhares de pessoas.

Da redação

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