Agora, meus amigos e amigas, os jornalistas e "colonistas" tentam confundir os brasileiros sobre a roubalheira do PSDB nos contratos para obras nos trens e metrô de São Paulo.
A ideia é o seguinte: como não se pode mais sustentar a "conduta honesta e ética do PSDB", o foco agora é difundir a ideia que PT é um partido corrupto, os petistas são ladrões e que ladrão por ladrão vote nos ladrões do PSDB.
Pois bem, a estratégia agora é que colocar na mídia que todos são ladrões e que estão acabando com o Brasil e por isso, é importante difundir que os políticos são ladrões que o PT é o partido mais corrupto no Brasil.
Importante destacar que Gaspari nunca fez uma matéria para acusar o PSDB de roubar o Brasil e o estado de São Paulo porque é farinha do mesmo saco.
Sua memória e seu trabalho é seletivo. Neste momento, ele tenta salvar a pele do PSDB jogando o PT na mesma vala comum da roubalheira nos governos tucanos de São Paulo e nos governos de Minas Gerais, além de nunca cobrar as roubalheiras de FHC>
Gaspari: PT e PSDB minam a democracia
"O PSDB diz que o PT protege corruptos e o PT diz
que o protetor de corruptos é o PSDB. E se os dois estiverem certos?",
indaga o colunista Elio Gaspari
11 de Agosto de 2013 às 07:45
247 - Na briga
PT-PSDB, ambos se atacam e ambos têm razão, sugere o colunista Elio
Gaspari. Leia abaixo sua anáilse sobre o escândalo do metrô:
O PSDB e o PT minam a democracia - ELIO GASPARI
Tucanos e comissários reagem aos malfeitos de companheiros radicalizando a política para blindar corruptos
Para
o PT o julgamento do mensalão é uma armação. Para o PSDB, na
investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica em torno do
propinoduto alimentado por grandes empresas de equipamentos em São
Paulo, o órgão vem "se comportando como polícia política". As duas
condutas são radicalizações teatrais que tentam blindar hierarcas
metidos em maracutaias. Comissários e tucanos precisam refletir sobre o
ensinamento do presidente americano Richard Nixon, que foi obrigado a
renunciar por causa do escândalo Watergate: "Não é o crime que te ferra,
é a tentativa de encobri-lo".
Todos
os condenados do mensalão são réus confessos (segundo eles, de crimes
leves e prescritos). No caso do cartéis formados em São Paulo e
Brasília, a documentação reunida pelo Cade é devastadora. Para acreditar
que os transportecas não soubessem de nada, seria necessário que fossem
tão ineptos a ponto de provocar um descarrilamento por semana. O
Judiciário suíço já condenou a companhia francesa Alstom por ter
aspergido propinas pelo mundo e sequestrou 7,5 milhões de euros de um
transporteca da gestão do governador Luiz Antônio Fleury, levado a uma
diretoria dos Correios no governo de FHC. O tucanato reclama dizendo que
não tem acesso ao processo do Cade. Afinal, ele corre em sigilo (um
sigilo meio girafa, pois diversos advogados têm cópias), mas as
denúncias vêm de 1995 e o Ministério Público paulista arquivou 15
inquéritos. Problema dele.
O
caso adquiriu outra dimensão quando a empresa alemã Siemens passou a
colaborar com as investigações. O que o Cade já ouviu expõe tramoias com
duas camadas distintas, que se intercomunicam. Uma é a armação do
cartel. Grosseiramente, pode-se imaginar que duas empresas possam
fornecer determinados equipamentos licitados por um órgão público. Elas
poderiam disputar a encomenda, mas a mão invisível sugere-lhes que se
juntem, formando um consórcio. Essa parte já foi desvendada.
A
segunda camada, para a qual a obtenção de provas depende da colaboração
de um dos interessados (no caso paulista há seis), envolve a
gratificação pedida pelo agente público que aceita, ou assessora, o
cartel. Admita-se que num acerto houvesse só duas empresas e cada uma
foi informada de que deveria pingar 100. Num caso, o intermediário ficou
com 50. Admita-se que na outra empresa ocorreu a mesma coisa. Assim, a
mão visível do poder público pediu 200 e receberia 100. Pela lei geral
das comissões, os intermediários garfam 10%, portanto sobram apenas 90%
ao destinatário final, que pode ser uma pessoa, grupos, ou partidos.
Resultado: dos 200 embutidos no preço, 110 sumiram no caminho. No mundo
dos fatos, as conversas das transações paulistas ocorriam em finos
restaurantes e pelo menos um dos interessados fazia-se acompanhar por
simpatias iniciadas na casa de alegrias Bahamas.
A
essa altura da investigação as duas camadas têm interesses diversos. A
de cima quer denunciar o conjunto da investigação, negando tudo. A de
baixo quer que a polêmica fique assim, rogando aos céus (sem chances de
sucesso) que a circulação de propinas seja esquecida ou, pelo menos, vá
para um segundo plano.
A
blindagem do tucanato acabou. Até agora, ele replicou a estratégia do PT
com o mensalão e de Nixon com o Watergate. O PSDB diz que o PT protege
corruptos e o PT diz que o protetor de corruptos é o PSDB. E se os dois
estiverem certos? Desacreditam e corroem tanto a política como a própria
democracia. Ambos poderiam aceitar uma lição da história recente.
Em
1999, o ex-chanceler Helmut Kohl, unificador da Alemanha, era senhor de
seu partido e foi envolvido num escândalo de caixa dois eleitoral.
Durante alguns meses negou tudo, até que reconheceu ter recebido as
doações, por ser o líder de seu partido. Semanas depois, uma
correligionária inexpressiva, que chegara ao ministério porque era sua
protegida, publicou um artigo pedindo aos democrata-cristãos que se
afastassem de Kohl. Seis anos depois eles voltaram ao poder e Angela
Merkel tornou-se primeira-ministra da Alemanha.
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