Médicos estrangeiros recebem flores no Ceará após hostilidades
Na segunda-feira (26), eles foram xingados por médicos em Fortaleza.
Nesta terça (27), movimentos sociais distribuíram flores em curso.
G1 Ceará
Depois do protesto com vaias e xingamentos na abertura do curso, os médicos estrangeiros que chegaram ao Ceará pelo Mais Médicos
receberam flores e aplausos de integrantes de movimentos sociais nesta
terça-feira (27) na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza. Na saída do
primeiro dia de aula do curso preparatório, os estrangeiros deram
sorrisos e sinais de positivo para quem os esperavam e receberam
aplausos e gritos como “Cubano amigo, o povo está contigo”.
“Estamos seguros. Confiamos no povo brasileiro e temos uma tarefa que
vamos cumprir”, afirmou o médico cubano José Armando Molina, ao sair do
primeiro dia do curso. Segundo ele, os médicos estrangeiros não ficaram
assustados e tristes com o ato hostil que aconteceu na segunda-feira
(26) quando foram chamados de “escravos” e “incompetentes”.
“Vimos que aquilo foi feito por uma minoria de pessoas. Hoje
(terça-feira), foi o dia mais bonito desde que chegamos ao Brasil.
Conhecemos que o povo brasileiro é irmão como somos dele. Estamos aqui
para trabalhar para o povo brasileiro”, completa.
Cerca de 100 pessoas fazia parte do grupo que distribuiu flores para os
médicos estrangeiros. No fim do dia, eles entraram no auditório onde são
realizadas as aulas e mostraram solidariedade aos profissionais. “O que
aqueles médicos fizeram foi uma questão de classe. Estamos aqui para um
ato de acolhida”, afirma Camila Silveira, da União da Juventude
Socialista (UJS), um dos movimentos que participaram do ato.
Além da UJS, também acolheram os médicos estrangeiros nesta terça-feira
(27) representantes do Movimento Sem Terra, da União Nacional dos
Estudantes, da União Brasileira de Mulheres e da Casa da Amizade
Brasil-Cuba no Ceará. “Temos que ser solidários. Temos que ser
respeitosos. Quem tiver que fazer o protesto faça ao governo e não aos
profissionais”, afirma o presidente da Casa da Amizade Brasil-Cuba no
Ceará, Antônio Ibiapina da Silva.
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