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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Wagner Gomes: "Temos que arregaçar as mangas e disputar votos"

Portal Vermelho

A disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais está a todo o vapor, mas a luta pela manutenção do programa progressista de desenvolvimento para Brasil frente ao projeto neoliberal que, na era FHC, retrocedeu a democracia do país e os diálogos com os movimentos sociais e sindicais na construção e fortalecimento dos programas sociais é a pauta de todas as atuais discussões políticas.

A CTB, por ser uma entidade classista que sempre esteve e está do lado do trabalhador e da trabalhadora brasileira, defende a manutenção da melhoria de vida da população com a continuidade do programa de governo iniciado há oito anos com a eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Em entrevista ao Portal CTB, Wagner Gomes, presidente nacional da entidade fez uma análise deste segundo turno. “Em time que está ganhando não se mexe”, diz.

Portal CTB – Como você avalia este segundo turno das eleições presidenciais 2010?
Wagner – Nesta hora os dois lados ficam bem definidos então as forças progressistas, o movimento sindical, movimentos sociais, estudantes, mulheres, entre outros estão, claramente, ao lado da candidata Dilma, porque na opinião da CTB e do setor progressista do Brasil, a eleição da Dilma é a garantia da melhora na vida dos trabalhadores, já que nos últimos oito anos houve um considerável avanço social e democrático no governo Lula e para a vida dos trabalhadores continuar melhorando só com a vitória da candidata Dilma.

Portal CTB – As pesquisas indicam que a população esta optando pela continuidade do governo progressista. Isso significa que as forças reacionárias do neoliberalismo jogaram a toalha?
Wagner – Jamais! A disputa esta sendo um jogo pesado. A grande mídia já escolheu seu candidato e ele se utiliza muito bem desses instrumentos, pois são essenciais para a formação de opinião (televisão, rádio, jornal), portanto para conseguirmos contrapor a este esquema montado para que o neoliberalismo volte a governar o Brasil é preciso lutar contra. José Serra é o candidato que representa um projeto que só privatiza e que não tem como prioridade as melhoras nas condições de vida do povo, portanto nós sindicalistas e os movimentos populares progressistas, temos que arregaçar as mangas e partir para a disputa do voto.

Portal CTB – Esta é a orientação que a Central esta passando para as CTBs regionais?
Wagner – Sim! Estamos passando para as CTBs estaduais que este segundo turno está indefinido e que as forças reacionárias estão fazendo um jogo sujo para voltar a governar o Brasil e podem fazer ainda mais para tentar derrotar a candidata do setor progressista brasileiro. Então esta é a nossa prioridade até o dia 31 de outubro. Vamos fazer com que este governo que vem mudando para melhor nosso país continue.

Portal CTB - Você foi sindicalista na década de 90, como era o relacionamento dos movimentos sindicais e sociais com o governo tucano?
Wagner - Eu fui presidente de um sindicato (metroviários de São Paulo) que negociava ou tentava negociar direto com o governo tucano. Para se ter uma idéia, em todo esse período (16 anos) que o PSDB governa São Paulo, nunca nenhum representante do movimento sindical foi recebido. Em contra partida no período do governo Lula, as centrais sindicais foram recebidas mais de vinte vezes. E não foram conversinha de cinco minutos. Fizemos reuniões de três a quatro horas para debater questões essenciais para os trabalhadores visando a melhora do país.

Então ainda temos duas semanas para evitar que o Brasil viva situações como o paulistano vivenciou com o enfrentamento entre as polícias civis e militares que, reivindicavam melhora nos salários ou a violência com que os professores foram tratados. Os dois casos foram graves, mas principalmente em relação à greve da polícia civil poderia ter acontecido uma grande tragédia, isso demonstra a falta de controle do estado sobre suas forças de segurança. Será que é isso que queremos para o Brasil? Acredito que não.

Já sabíamos que o processo eleitoral deste ano seria difícil, pois o que está em jogo é a continuidade de um governo popular que investiu, nos últimos anos, na construção de políticas públicas sociais de interesse da população assalariada, diferente do que visa apenas ao estado mínimo, com a implantação de uma política pública imperialista e voltada apenas ao bem estar da burguesia capitalista.

Portal CTB - Na próxima sexta-feira (15), em São Paulo, as centrais sindicais e os movimentos sociais entregarão a candidata Dilma a Agenda da Classe Trabalhadora, projeto votado durante a 2ª Conclat, que reuniu, em 01 de junho, cerca de 30 mil pessoas no estádio do Pacaembu. Como será esse evento e qual a importância desse documento para o segundo turno?
Wagner - Estamos preparando um grande comício em apoio à candidata Dilma. Nesse ato a candidata receberá a agenda que discute não só as questões do dia-a-dia do trabalhador e da trabalhadora, mas também um projeto de desenvolvimento democrático, soberano e sustentável para o país, que é fundamental nessa reta final das eleições e para a continuidade de uma administração popular.

Portal CTB – Porque este documento não será entregue ao candidato Serra?
Wagner - Este documento será entregue para Dilma porque as seis centrais, que desenvolveram este documento, deliberaram que um projeto tão grandioso para o futuro do país só pode ser realizado por um governo progressista e que governe para o povo, por isso não achamos que o candidato Serra tivesse condição de realizar nossas reivindicações, pois ele é totalmente contrário a todas as teses e ideologias que exercemos e lutamos.

Eduardo Navarro e Fábio Ramalho - Portal CTB

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