O presidente do PT José Eduardo Dutra, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, em Brasília, informou que o partido vai fazer uma petição à Polícia Federal (PF) com pedido de aprofundamento das investigações sobre dossiê que estaria sendo feito sobre atividades de pessoas ligadas ao PSDB, cuja elaboração teria sido feita a partir de dados obtidos pela quebra de sigilos fiscais na Receita Federal.
Dutra disse também que vai pedir à PF que sejam incluídas no inquérito que apura a quebra de sigilos fiscais três reportagens sobre o assunto, que foram veiculadas nas revistas Época (edição de 06/10/2010) e CartaCapital (edição de 21/07/2010) e no jornal Folha de S. Paulo ( edição de 5 de julho de 2010).
Segundo o presidente do partido, essas reportagens fazem referência às investigações que estariam sendo feitas pelo jornalista Amauri Ribeiro para o jornal Estado de Minas, e para o livro que estaria escrevendo, tendo como alvo pessoas ligadas ao PSDB.
De acordo com Dutra, o partido quer que a PF apure em quê consistiu essa investigação, os documentos que foram obtidos por ela e a sua relação com o suposto dossiê.
Durante o encontro em Brasília, Dutra afirmou que “o PT não desconfia de ninguém, mas queremos que se investigue. Queremos que as pessoas envolvidas sejam ouvidas para saber quais documentos foram obtidos, de que maneira e se há alguma relação com o suposto dossiê [...] [e que] não há nenhuma participação institucional do partido ou da campanha nesses vazamentos. Eles deverão responder na Justiça e ao partido pelos atos que cometeram”.
Contador – Nesta tarde, informações dos registros do cartório da 217ª Zona Eleitoral de Mauá (Grande São Paulo) comprovam que Antonio Carlos Atella Ferreira, que acessou dados fiscais da filha do candidato à presidência da República José Serra, foi filiado ao PT. Segundo os registros, a grafia do nome nos documentos está correta e ele está registrado desde 2003. Além disso, não há registro de cancelamento de sua filiação.
Sobre esse assunto, Dutra disse que “é engraçado por que o Tribunal disse que houve um cancelamento do registro em novembro, mas do ponto de vista cartorial ele é filiado. Havia diferença de grafia do nome que nunca foi corrigida e por isso houve o afastamento [de Atella] do partido mesmo sem o pedido de desfiliação. Do ponto de vista efetivo ele nunca teve nenhuma atuação dentro das ações do partido”.
No último sábado, Edinho Silva, presidente do PT-SP, afirmou em nota oficial enviada à imprensa que filiação de Atella Ferreira não havia sido efetivada por um erro de grafia do nome. Atella chegou a dar entrevistas dizendo que não se lembra se foi filiado ao PT e que é eleitor de Serra.
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